26.4.07

IGUALDADE JA!

PARA HAVER CIDADANIA NO CAPS É NECESSÁRIO A VALORIZAÇÃO DE TODOS FUNCIONÁRIOS E FREQÜENTADORES. A BUSCA DA IGUALDADE PODE COMEÇAR COM A CRIAÇÃO DE ASSEMBLÉIAS GERAIS ONDE TODOS DO CAPS POSSAM EXPRESSAR SUAS CRÍTICAS E SUGESTÕES PARA O BEM DO SERVIÇO, PARA O BEM COMUM, OU ATÉ PARA O BEM PESSOAL, POR QUE NÃO? SÃO MUITO IMPORTANTES NAS ASSEMBLÉIAS GERAIS OS COZINHEIROS, FAXINEIROS, ADMINISTRADORES E SEGURANÇAS, TAMBÉM. AS CRITÍCAS E SUGESTÕES DELES TAMBÉM SÃO MUITO IMPORTANTES. TODOS SÃO ESSENCIAIS NA ASSEMBLÉIAS, TODOS TÊM DIREITOS E DEVERES!
POR EXEMPLO, UM DIREITO DE TODOS DO CAPS SERIA ACESSO A INTERNET QUE DEVIA SER COMUNITÁRIA, MAS SE TORNOU RESTRITA AOS TÉCNICOS DO CAPS. EU COMO INSTRUTOR DE INFORMÁTICA FICO FELIZ QUE AO MENOS OS TÉCNICOS ACESSEM, POIS SEI QUE A EXCLUSÃO DIGITAL É GRANDE. E SEI QUE MUITOS TÉCNICOS TÊM ATÉ DIFICULDADES PARA ACESSAR, CONHECEM POUCO DE INTERNET, POIS NÃO TIVERAM OPORTUNIDADE DE FAZER UM BOM CURSO.

OS TÉCNICOS MAIS SÉRIOS ATÉ ACESSAM PARA MELHORAR AS OFICINAS DO CAPS. O PROBLEMA É QUE ALGUNS TÉCNICOS QUE DESCONHECEM A PROPOSTA DE CIDADANIA DO CAPS TEM ACESSADO SITES CONTAMINADOS E IMPRÓPRIOS (COMO O ORKUT, POR EXEMPLO) E ACABAM ESCANGALHANDO COMPUTADORES E PERIFÉRICOS E GERANDO PREJUIZO PARA TODOS (AFINAL, É DINHEIRO PÚBLICO).

MAS EU TENHO CERTEZA DE QUE O PROBLEMA QUE IMPEDIU O ACESSO DA COMUNIDADE A INTERNET COMUNITÁRIA DO CAPS RUBENS CORREA LOGO SERÁ RESOLVIDO, POIS TENHO A CERTEZA DE QUE TODOS OS TÉCNICOS E AUTORIDADES FARÃO O MÁXIMO PARA BUSCAR SOLUÇÕES JUSTAS...


11.4.07

REFORMA PSIQUIATRICA? QUAL?

REFORMA PSIQUIATRICA? QUAL?
No meio da saúde mental se fala de reforma psiquiátrica. Mas que reforma é essa que ninguém conhece? A gente conhece a reforma da previdência, a reforma ministerial...Mas o que vem a ser reforma psiquiátrica? Ninguém sabe o que é isso e se ninguém sabe o que é isso, é por que isso não existe!

Falam de Franco Basaglia e sua reforma psiquiátrica italiana. Eu vou ser franco com você! Aqui não é Itália, aqui é Brasil, um país enorme! Todos os manicômios que haviam na Itália devem caber em um dos nossos!

Dizem que os CAPS foram frutos dessa reforma psiquiátrica. O problema é que quase nenhum técnico dos CAPS vai a encontros que defendem tal reforma!

4.4.07

FALTA ESTRUTURA NOS CAPS

Eu sempre reclamei com os profissionais da saúde mental sobre a forma em que uma pessoa em crise é tratada. Usei como exemplo um caso que ocorreu no CAPS Rubens Corrêa: uma moça xingava e batia nas portas. Os técnicos do CAPS ficaram com medo dela e mandaram os seguranças segurá-la para dar injeção a força. Simples assim.

Eu salientei que não se pode dar injeção a força em um ser humano (veja os direitos humanos, a cartilha dos direitos dos usuários da saúde e a constituição). Disse que deveria se buscar convencer a pessoa a tomar injeção. Porém eles argumentaram até com uma certa razão quando perguntaram o que poderiam fazer se a pessoa estivesse se machucando. O problema é que os CAPS não estão estruturados para esse tipo de situação. Os CAPS são estruturados apenas para atendimento e fornecimento de medicamentos. Isso porque os políticos não acham importante investir nos CAPS.

Apesar das iniciativas de alguns técnicos, a verdade é que os CAPS não estão sequer estruturados para a realização das famosas oficinas terapêuticas propostas por Franco Basaglia.

Infelizmente, os funcionários dos hospitais psiquiátricos estão mais preparados para lidar com as pessoas em crise do que os funcionários dos CAPS. Isto não é por má vontade dos funcionários dos CAPS. Isto é porque os funcionários dos hospitais são treinados para lidar com crises o tempo todo (pois tradicionalmente as pessoas são internadas lá), já os funcionários dos CAPS São treinados apenas para fazer atendimento clínico. Por isso quando aparece uma crise no CAPS ninguém sabe o que fazer. Daí que nesses casos a pessoa em crise corre mais riscos no CAPS do que nos hospitais psiquiátricos.

Essa é a falha da proposta de Basaglia no Brasil: lançaram a idéia, mas não investiram nela. Fizeram uma lei para criar os CAPS, mas largaram os CAPS no esquecimento. A propota incial era que os CAPS tivessem oficinas terapêuticas, mas na prática as pessoas têm pouquíssimas opções para passar o tempo no CAPS e acabam se entediando.

EM RESUMO: OS CAPS PRECISAM DE ESTRUTURA NECESSÁRIA PARA FUNCIONAR. OS CAPS PRECISAM DE INVESTIMENTO NECESSÁRIO. OS FUNCIONÁRIOS DOS CAPS PRECISAM DE TREINAMENTO ESPECÍFICO PARA A NOVA REALIDADE CHAMADA CAPS.

3.4.07

OS CAPS ESTAO VIRANDO HOSPITAIS PSIQUIATRICOS, MAS OS HOSPITAIS PSIQUIATRICOS NAO ESTAO VIRANDO CAPS...

Dizem que na Itália Fanco Basaglia criou todo um esquema de ressocialização para substituir os manicômios. Sempre colocando ênfase na importância das oficinas terapêuticas. Comprovado o sucesso de suas residências terapêuticas, uma lei foi criada (lei 180) decretando o fim dos manicômios.

A idéia foi importada para o Brasil, mas de forma desordenada, e, infelizmente, tem funcionado às avessas. No Brasil uma lei decretou a criação dos CAPS, que no início contavam com várias oficinas terapêuticas. Porém, com o passar do tempo, as oficinas foram perdendo força e os CAPS foram ficando cada vez mais parecidos com manicômios. Os CAPS foram ganhando aparência de ambulatório. Hoje em dia, sem ter o que fazer, muitos usuários dormem pelos cantos.

Infelizmente os CAPS não são acolhedores. Os Manicômios e hospitais psiquiátricos também não são. Mas os CAPS têm que ter um diferencial. Os CAPS dificultam a entrada dos visitantes (um dia fui visitar um amigo em um outro CAPS e sequer me deixaram passar pelo portão!) Claro que isso tem que mudar, senão é difícil haver ressocialização.

Os CAPS deveriam buscar trazer as comunidades para os CAPS, pois a interação entre os usuários e as pessoas da comunidade seria muito benéfica para todos. Afinal, as pessoas ficam reclusas em manicômios. Não em CAPS.

Os CAPS deveriam ser sempre abertos, pois os abusos que ocorrem em hospitais psiquiátricos ocorrem porque são fechados e ninguém vê o que está acontecendo.

Aliás, nenhum hospital poderia ser fechado, pois a obscuridade e o isolamento só trazem morte.

2.4.07

VAMOS DAR ATENCAO PARA A SAUDE MENTAL

VAMOS DAR ATENCAO PARA A SAUDE MENTAL

No mês de março finalmente chegou comida no CAPS Rubens Corrêa, de Irajá (Rio de Janeiro) Naqueles momentos de crise e descaso o que mais me doía era pensar na situação daqueles que estão internados em locais como o Sanatório Rio de Janeiro, por exemplo.

Se faltava comida no CAPS, O que dizer de um local como o Sanatório Rio de Janeiro, que sempre foi terrível? Será que as pessoas reclusas naquele hospital psiquiátrico podiam realmente comer, ou será que as autoridades políticas deixaram faltar comida para as pessoas internadas também?

Quando eu saí do Sanatório Rio de Janeiro, em junho de 2001, a alimentação no hospital era escassa, e muitos pacientes comiam do lixo para complementar a alimentação. Praticamente os pacientes brigavam entre si por comida! E naquela época não havia crise na administração política e tinha comida no Centro de Atenção Psicossocial Rubens Corrêa.

A pergunta é: como tem sido a alimentação dos pacientes do Sanatório Rio de Janeiro? Como eles passaram no momento de crise administrativa? E quanto aos outros hospitais? Temos que cuidar dos hospitais psiquiátricos! Vamos fiscalizar os políticos para termos garantias de que as verbas necessárias serão enviadas para a saúde mental!