Dizem que na Itália Fanco Basaglia criou todo um esquema de ressocialização para substituir os manicômios. Sempre colocando ênfase na importância das oficinas terapêuticas. Comprovado o sucesso de suas residências terapêuticas, uma lei foi criada (lei 180) decretando o fim dos manicômios.
A idéia foi importada para o Brasil, mas de forma desordenada, e, infelizmente, tem funcionado às avessas. No Brasil uma lei decretou a criação dos CAPS, que no início contavam com várias oficinas terapêuticas. Porém, com o passar do tempo, as oficinas foram perdendo força e os CAPS foram ficando cada vez mais parecidos com manicômios. Os CAPS foram ganhando aparência de ambulatório. Hoje em dia, sem ter o que fazer, muitos usuários dormem pelos cantos.
Infelizmente os CAPS não são acolhedores. Os Manicômios e hospitais psiquiátricos também não são. Mas os CAPS têm que ter um diferencial. Os CAPS dificultam a entrada dos visitantes (um dia fui visitar um amigo em um outro CAPS e sequer me deixaram passar pelo portão!) Claro que isso tem que mudar, senão é difícil haver ressocialização.
Os CAPS deveriam buscar trazer as comunidades para os CAPS, pois a interação entre os usuários e as pessoas da comunidade seria muito benéfica para todos. Afinal, as pessoas ficam reclusas em manicômios. Não em CAPS.
Os CAPS deveriam ser sempre abertos, pois os abusos que ocorrem em hospitais psiquiátricos ocorrem porque são fechados e ninguém vê o que está acontecendo.
Aliás, nenhum hospital poderia ser fechado, pois a obscuridade e o isolamento só trazem morte.