26.11.12

A sutileza do suicídio

Uma pessoa geralmente deseja a morte ao se deparar com uma dor seguida de total falta de esperança, como no caso de uma doença terminal.

Imagine um doente terminal que já não pode andar, mal pode falar, está mantido vivo por aparelhos e sofre dores físicas e psíquicas 24 horas por dia e sabe que a doença NÃO TEM CURA NEM RECUPERAÇÃO e só é uma questão de tempo para morrer.

Esses pacientes terminais desejam a morte para fugir de uma dor que CIENTIFICAMENTE não pode ser remediada. Trata-se de uma decisão de querer morrer baseada na LÓGICA. Nesse caso, se trata de SUICÍDIO ASSISTIDO, ou seja, com o apoio de um médico. O indivíduo expressa um motivo racional para deixar de viver.

Mas o que motivaria alguém a desejar cometer suicídio quando se tem pernas e braços perfeitos e pode andar e falar? Que dor seria essa? Essa dor é um sofrimento psíquico GRAVE. Um transtorno mental.

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Uma pessoa com transtorno mental pode se suicidar por se ver ENVOLVIDA por pesamentos sutis, e isso acontece sorrateiramente.

Algumas pessoas tentam suicídio para punir a si mesmos. Impressionante é que tais pessoas querem viver, por que tentam tirar a própria vida?

Muitas vezes a pessoa repete para si mesma que não é boa o bastante, que por não ser boa, merece morrer. E essa pessoa tenta se suicidar mais por pura raiva.

A SÉRIE MEA VITA descreve essa frustração com perfeição, através da personagem principal, que sofre com transtorno bipolar. A personagem tenta se suicidar lançando o carro num poste. A tentativa falha. Um amigo acompanha a cena de longe e corre para socorrê-la. E decide levá-la com ele, contra sua vontade, no carro dele. Aí acontece uma coisa interessante: ela fica desesperada com a ideia de deixar o carro dela para trás!

Se ela queria morrer, porque se preocuparia com um carro? Logicamente, ela não queria morrer. Queria se punir, se machucar. Ninguém que deseja morrer DE VERDADE se preocupa com bens materiais.

Esta situação se desenrola nos capítulos VIII e IX de MEA VITA.

Evidentemente, as frustrações que a pessoa sente não são porque ela é um fracasso, ou coisa assim. As frustrações não tem nenhuma explicação lógica, pois são sintomas do transtorno mental.

É um erro pensar que se pode tratar alguém com sofrimento psíquico com medicação. Basta entender o significado de psíquico para entender que não é possível tratar com medicação. Psíquico vem de psiquê, que quer dizer alma. Como seria possível tratar a alma com drogas?

Medicação ajuda um pouco, mas a sutileza e a natureza da dor torna qualquer medicação ineficiente, infelizmente.

O único tratamento possível seria apoio e acompanhamento constante. As pessoas acometidas com transtorno mental deveriam ver um médico uma vez por semana, NO MÍNIMO.

Infelizmente, a indiferença do ser humano o levou a acreditar que medicações resolveriam o problema. Medicamentos deveriam ser usados para complementar o apoio e o acompanhamento constante, mas infelizmente o contrário acontece. Sedam e medicam pessoas e as jogam na vida e dizem que o problema está estabilizado.

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Mas porque uma pessoa bem sucedida profissionalmente chega a repetir para si mesma que é um grande fracasso com tanta ferocidade a ponto de querer se ferir ou se matar? Como se cria esse monstro imaginário, um fracasso que não existe, de fato?

Dizem que uma pessoa em depressão não sofre psicose, não sofre alucinação. Porém, exagerar na auto-crítica não seria um delírio, uma alucinação?

Daí, a teoria de que depressão não é causada por alucinação e delírio não seria ERRADA? Logo, não seria mais correto chamar depressão de PSICOSE?

A coisa acontece devagar. De início, o suicídio é apenas pensado rapidamente, depois as ideias suicidas aumentam, por fim... Aí essas pessoas são envolvidas pela sutileza do suicídio, ao ponto de ansiar o suicídio, e considerar o suicídio como algo a ser conquistado. Que delírio pode ser maior que esse?
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21.11.12

Vídeo sobre esquizofrenia X Artigo sobre a atividade cerebral dos médiuns (Schizophrenia X Mediumship)

Hoje estou compartilhando aqui um vídeo em inglês que fala um pouco sobre a esquizofrenia. O vídeo mostra uma imagem do cérebro de um esquizofrênico, e outros exemplos visuais. Veja o vídeo, com sua tradução e transcrição mais abaixo.)

Também quero compartilhar um artigo em inglês de um estudo sobre a atividade cerebral dos médiuns. O estudo indica que, durante uma sessão mediúnica, o cérebro dos médiuns experimenta uma DISSOCIAÇÃO, como ocorre no cérebro dos esquizofrênicos.

Passagem traduzida: "Apesar dos sujeitos estudados (os médiuns estudados na experiência) terem relatado (aparentes) delírios, alucinações auditivas, alterações de personalidade e outros comportamentos dissociativos eles não apresentaram nenhum transtorno mental e foram capazes de usar suas experiências mediúnicas para ajudar os outros."

Passagem original, em inglês: "Although the subjects studied had reported apparent delusions, auditory hallucinations, personality changes and other dissociative behaviors they did not present mental disorders and were able to use their mediumistic experiences to help others."

Daí os pesquisadores acreditam que há uma dissociação patológica, que é a dissociação sofrida pelos esquizofrênicos, e a dissociação não patológica, que é a dissociação experimentada pelos médiuns.

Passagem traduzida: "Em condições não patológicas, a pessoa pode se beneficiar dessas habilidades dissociativas, apesar que tal disposição pode desenvolver uma patologia dissociativa após eventos traumáticos ou adversos."

Não é o que acontece com TODOS os esquizofrênicos? Sendo assim, não seria mais JUSTO considerar os médiuns como esquizofrênicos "não patológicos"? Ou seja, esquizofrênicos que não sofreram GOLPES da vida? (Estou falando sério!)

Passagem original, em inglês: "In non-pathological conditions, a person may benefit from these dissociative abilities, although such a disposition may develop into dissociative pathology after adverse/traumatic events."

Passagem traduzida: "...experiências dissociativas são comuns na população geral e não necessariamente relacionada a transtornos mentais, especialmente em grupos religiosos / espirituais."

Passagem original, em inglês: "...dissociative experiences are common in the general population and not necessarily related to mental disorders, especially in religious/spiritual groups."

Mas como seria possível diferenciar a "dissociação patológica" da "dissociação não patológica"?

A pesquisa foi realizada na Filadélfia, nos Estados Unidos, mas todos os médiuns da experiência eram brasileiros. Importante detalhe: o espiritismo é a religião preferida dos brasileiros de alta classe.

Jornal DESTAK (2 de julho de 2012): "Com 31,5%, os espíritas têm a maior proporção de pessoas com nível superior".

Vale lembrar que médiuns têm uma multidão de seguidores de alta classe em outros países também.

Essas pesquisas são IMPARCIAIS?

Mas um detalhe importante do estudo, uma PEQUENA EXCEPÇÃO aos "critérios rigorosamente científicos" da pesquisa, na seguinte passagem traduzida. Daí, veja se não há PARCIALIDADE.

Passagem traduzida: "Entrevistas clínicas estruturadas excluíram qualquer doença psiquiátrica no momento. Nenhum dos sujeitos, EXCEPTO um com sinais anteriores de transtornos de personalidade borderline..."

Passagem original, em inglês: "Structured clinical interviews excluded current psychiatric illness. None of the subjects, except one with previous signs of borderline personality disorders..."

Com essas informações, tire suas próprias conclusões sobre essas pesquisas.

Veja o artigo na revista online, em inglês: PLOS ONE.
Source: Neuroimaging during Trance State: A Contribution to the Study of Dissociation

Agora, vamos passar para o vídeo sobre esquizofrenia.

Tradução do texto do vídeo:
"Esquizofrenia é um severo transtorno cerebral, crônico e incapacitante. Aproximadamente, 1% da população mundial sofre de esquizofrenia.

Várias regiões do cérebro funcionam de maneira anormal na esquizofrenia. O transtorno é comum em homens e geralmente surge no final da adolescência (por volta dos 17, 18 ou 19 anos) ou por volta dos 20 anos. Nas mulheres, geralmente ocorre por volta dos 20 até por volta dos 30 anos(entre 25 e 35 anos de idade).

Esquizofrenia é um transtorno mental caracterizado por delírios, alucinações, fala e comportamento desorganizados. Os pacientes experimentam perda de interesse por coisas que antes lhes interessavam.

esquizofrenia pode ser classificada em 5 tipos:

Na esquizofrenia paranoide, os pacientes experimentam delírios e alucinações auditivas. Delírios são crenças estranhas e obstinadas que só são percebidas pelo observador e que persistem, apesar de evidências provando o contrário."




Transcript:
"Schizophrenia is a chronic, severe and disabling brain disorder. Approximately 1% of the world's population suffer from schizophrenia.

Many brain regions operate abnormally during schizophrenia. The disorder is common in men and often appears in the late teens or early twenties. In women it generally occurs in the twenties to early thirties.

Schizophrenia is a mental disorder characterized by delusions, hallucinations, disorganized speech and behaviour. The patients experience loss of emotions about things which they were interested earlier.

Schizophrenia may be classified into 5 types:

In paranoid schizophrenia patients experience delusions and auditory hallucinations. Delusions are strange and steadfast beliefs that are held only by the observer and that remain unshakeable despite obvious evidence to the contrary."

20.11.12

TRATAMENTOS ALTERNATIVOS SEM PRECONCEITO - JÁ ESTÁ NA HORA DE TODOS OS PSIQUIATRAS CONHECÊ-LOS

Devotei boa parte deste site (blog) para os tratamentos alternativos. Clique em TRATAMENTO ALTERNATIVO e leia mais.

Pude observar que a maioria dos psiquiatras sequer conhece psiquiatria ortomolecular, nem sabe trabalhar com homeopatia. Para conhecer essas áreas de atuação é preciso ESTUDAR MUITO, e infelizmente a maioria dos psiquiatras são pessoas muito acomodadas.

Há muitos preconceitos contra os tratamentos naturais. Inclusive ainda há uma antipatia da parte dos médicos tradicionais contra a medicina alternativa. Inveja. Pura inveja da concorrência mais qualificada.

O testemunho de várias pessoas que optaram pelo alternativo comprova que o preconceito e a antipatia são infundados. E é óbvio que provavelmente seria melhor se houvesse algo como psiquiatria ortomolecular na saúde mental pública. Se houvesse, provavelmente eu não teria tido os últimos surtos.

Em resumo: psiquiatria química não funciona, não adianta discutir isso. A psiquiatria tradicional, que usa os antigos psicotrópicos afastam os pacientes por causa dos efeitos colaterais, como me afastou. Por isso NUNCA poderia dar certo.

Apenas aconselho aos psiquiatras que se atualizem, pois com certeza não vão convencer todo mundo o tempo todo de que a antiga psiquiatria química é o melhor. Melhor se qualificarem, estudar, para aprender a usar homeopatia e psiquiatria ortomolecular. A fila anda!

Óbvio que outros motivos me levaram a me afastar do famigerado sistema público de saúde mental.

RELEMBRANDO OS MOTIVOS QUE ME AFASTARAM DO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE MENTAL

Ainda hoje em dia existe internação involuntária e pessoas são amarradas em camas e sofrem agressões em hospícios de renome como o Instituto Philippe Pinel e o Instituto Nise da Silveira. Isso é INADMISSÍVEL.

Dificultaram minha permanência no CAPS, em parte por causa de minhas reivindicações por um serviço melhor, o que incomodou muita gente do sistema.

Os grupos do CAPS ERAM bons, mas AINDA precisavam melhorar. A interação entre os usuários era boa e proveitosa, porém a intromissão dos técnicos de saúde mental ESTRAGAVA. Mas mesmo assim, no passado havia profissionais mais preparados e dedicados ao serviço. E os usuários tinham mais voz nos CAPS.

Ultimamente chegam aos CAPS profissionais recém formados e sem nenhuma devoção. E o preparo universitário deles está CADA VEZ PIOR, principalmente porque a educação no Brasil caiu muito em qualidade. E esses profissionais geralmente são CARREIRISTAS, não permanecem muito tempo nos CAPS.

A ong de informática CDI ofereceu melhores atividades aos CAPS por onde passou, inclusive assinando a carteira de alguns usuários e inserindo-os no mundo do trabalho. O projeto de informática, infelizmente não recebe das autoridades o valor merecido e é interrompido a cada dois anos por burocracia. ISSO TEM QUE MUDAR.

É ESSENCIAL incluir digitalmente usuários de saúde mental, pois estamos na era da tecnologia. Não há mais lugar para as ridículas oficinas antiquadas que eles ainda mantêm hoje em dia.

Hoje em dia os CAPS estão bem deficientes, parando no tempo. Alguns pacientes psiquiátricos decidem entrar para área de saúde mental, acreditando que podem mudar alguma coisa. Mas...

O SISTEMA CORROMPE

Eu sigo empreendendo uma batalha por melhorias nos serviços psiquiátricos, mas não me tornaria um profissional de saúde mental, não agora, quando o sistema AINDA não funciona.

Além disso, é UM SISTEMA. Não seria possível mudar um sistema trabalhando para o tal sistema. Vai contra a lógica.

Sistemas são feitos de HIERARQUIA. Quem entra no sistema se torna parte do sistema, pois tem que obedecer a hierarquia. Eu tenho ideias melhores. Sou um estrategista. Não cometo esse erro.

De fato, vários amigos meus, pacientes psiquiátricos, estão se tornando profissionais de saúde mental. Receio que venham a fazer parte do sistema e que no futuro eu esteja lutando contra eles. Eles não têm ideia de como o sistema ENGOLE. Hoje são meus amigos. No futuro, talvez, estejam me amarrando numa cama e dizendo que é o melhor.

Esse é um dos motivos que me fazem me empenhar para quebrar esse sistema falho o quanto antes.

(Esta publicação é uma reflexão, uma atualização, uma exposição de estratégias. Longa, eu sei. Assim são estratégias. Não são para ser lidas por preguiçosos. Nada mais que um preparo para uma batalha a ser desenvolvida contra o sistema público de saúde mental, um sistema que corrompe.)

19.11.12

"Vocês não acham que os médicos psiquiatras deveriam checar pressão arterial, batimento cardíaco?..."

Eu estarei levando aos encontros da Luta Antimanicomial várias das interessantes considerações dos leitores.

Uma consideração extremamente relevante enviada por um leitor(a) anônimo(a):

"Vocês não acham que os médicos psiquiatras, justamente por serem médicos, deveriam checar pressão arterial, batimento cardíaco, ascultar os pulmões do paciente durante a consulta?? Mesmo porque, os medicamentos para quaisquer transtorno mental interferem nos sinais vitais, ou seja, arritmia, hipotensão, depressão respiratória,
ect."


No momento não tem sido possível minha participação nos congressos e encontros, pois estou focando todo meu tempo nos estudos para poder voltar ao mundo do trabalho formal, mas logo estarei discutindo várias questões que têm sido negligenciadas.

Por exemplo: certos estados do nordeste e do norte brasileiro recebem menos verbas que os estados do sudeste. Essa foi a constatação que tive ao conversar com meus contatos do nordeste e do norte. Nada justifica essa discriminação.

Além disso já está mais do que na hora de a psiquiatria ortomolecular ser inserida no sistema público de saúde mental. Assim como homeopatia, pois a falta de medicina mais avançada não pode ser tolerada em pleno 2012. Aliás, este é um dos motivos que me fazem me recusar veementemente a seguir qualquer tratamento no setor público. Não aceitaria nem psicólogo do setor público.

É o momento de passarem uma Lei obrigando todo curso de medicina a inserir uma extensão do curso para formação dos profissionais em medicina ortomolecular e homeopatia. A formação é de MÉDICO, e não de pau mandado da indústria farmacêutica. Médico não deve saber apenas passar fármacos. É necessário conhecer outras alternativas.

Deveria ser obrigatório que todos os psiquiatras da saúde pública tivessem uma excelente formação e fossem conhecedores de várias formas de tratamentos alternativos.

É necessário que os profissionais do setor público de saúde mental tenham uma formação BEM mais extensa. O setor público não pode ser cabide de emprego de gente acomodada.

A disputa política que acontece na liderança da Luta Antimanicomial também atrapalha o progresso da saúde mental. É necessário discutirmos nos congressos e encontros a total unificação da Luta Antimanicomial, extinguindo de vez qualquer traço de divisão entre "Movimento Nacional da Luta antimanicomial" e "Movimento Inter-núcleos da Luta Antimanicomial". Pois disputas políticas só causam BAIXAS, e as baixas são os usuários de saúde mental.

Essa é a minha mensagem.

17.11.12

Meu boletim escolar

Dessa vez compartilho meu boletim escolar da sétima série.



Clicando aqui você poderá ver o meu boletim numa outra janela, onde poderá clicar de novo para visualizar em tamanho maior.

Legenda: Eu tirei 7 "D" e 1 "E". "E" é a mínima nota possível, ou seja, ZERO. Na verdade, eu tirei 8 ZEROS, mas como eu FIZ as provas da maioria das matérias, tirei "D", pois frequência conta nota.

Meu "E" em Matemática foi porque eu simplesmente FALTEI no dia da prova. Mas não era justo o apelido que me colocaram. Eu não era "turista"!

Onde se lê Educação Artística, fique claro que não era aula de desenho. Eu nunca tive aulas de desenho na escola. Outra matéria em que me sai bem foi O.S.P.B, mas eu nem sei o que é isso!

Ah sim, "Apto", que podemos ver no fim do boletim, quer dizer APROVADO.

No final do ano, eu só fiquei de recuperação em matemática. Meus colegas de escola tinham ficado em 2 ou 3 matérias e estavam espantados!

Eles tinham certeza de que eu seria REPROVADO DIRETO. Ficaram mais espantados quando eu passei de ano! Eu sabia que podia reverter uma situação que parecia impossível.

Eu tive vários amigos pacientes psiquiátricos que morreram por tomar medicação psiquiátrica por muito tempo, portanto medicação psiquiátrica a longo prazo é um ERRO. Eu não sou conivente com coisas erradas.

Da mesma forma que achavam impossível eu passar de ano, há quem ache que é impossível um doente mental considerado perigoso, como eu, mostrar que os métodos de tratamento de saúde mental estão TODOS ERRADOS, e DESENVOLVER uma solução para o problema, há quem ache que é impossível que um doente mental cuja mente é considerada confusa, como eu, possa fazer o que os doutores não fizeram. Mas eu vou fazer isso.

E vou fazer isso SOZINHO, pois os bem-intencionados que conhecem os problemas do tratamento mental sentem medo, talvez seja um medo natural, NORMAL, mas NÃO TERIAM esse medo se tivessem passado 10% do que passei.

Você não teve nenhum surto psicótico como eu tive, se é que o que eu passei foi surto psicótico. Eu já conheci vários pacientes psiquiátricos mundo afora. Os que passaram pelo que eu passei perderam qualquer toque com a realidade e com o mundo exterior. São considerados paranoicos IRRECUPERÁVEIS. A maioria MORREU.

Apenas percebo que você não conheceu minha história. Eu apenas publiquei uns pedacinhos, você não poderia conceber.

Pode dizer que eu sou megalomaníaco, não me importa nem um pouco. O PROBLEMA em questão é MEGALOMANÍACO. É um PROBLEMÃO. É ENORME.

Os psicotrópicos deveriam ser substituídos por tratamentos alternativos, como a medicina ortomolecular ou homeopatia. o fato dessa substituição não acontecer se deve aos altíssimos lucros gerados pelos psicotrópicos, lucros para a indústria farmacêutica, principalmente. Portanto esse sistema se baseia na FRAUDE.

Eu não voltaria a tomar psicotrópicos porque os efeitos colaterais foram piores do que qualquer coisa que já passei em minha vida. Os efeitos colaterais me faziam me sentir um perigo, e eu vou considerar a forma que eu sentia sobre mim mais válida que a opinião de todos os doutores do mundo juntos. Eu não poderia viver em sociedade, devido aos pensamentos e impulsos incontroláveis causados pelos efeitos colaterais.

Psicotrópicos só deveriam ser usados a curto prazo, pois seus efeitos são devastadores.

Essa é a resposta ao comentário do leitor da última publicação. Agradeço pela leitura e divulgação da luta por melhor atenção da saúde mental.

15.11.12

Minhas dificuldades na escola e a deficiência do sistema educacional

Abaixo podemos ver minhas provas da época da escola.

Era super comum eu tirar essas notas. E era desanimador, pois eu sempre aprendi num ritmo diferente da maioria das pessoas, eu aprendo num ritmo muito mais lento. Mas o sistema de ensino não estava preparado para lidar com um aluno como eu. E ainda não está.


Clique AQUI para ver em outra janela, onde poderá clicar para aumentar e ver melhor.


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Ao ver essas provas, com esses resultados desanimadores, lamento dizer que se eu fizesse essas provas hoje em dia tiraria zero novamente, pois não tenho a menor ideia das respostas! Convenhamos, o sistema pede respostas mecânicas.

Com esses resultados, obviamente sai da escola. Claro que eu não teria nenhuma chance no mundo competitivo da educação capitalista com tanta dificuldade, tirando tais notas.

Felizmente, apesar de eu aprender de maneira muito lenta, eu sou bom trabalhando com lógica.

E hoje em dia, me vejo forçado a buscar a maior formação educacional possível, pois depois de ser excluído em hospícios por bastante tempo, a única forma de conseguir levar adiante a vida é com a melhor formação educacional possível.

13.11.12

Do hospital psiquiátrico para o CAPS = Da frigideira para o fogo!

Do hospital psiquiátrico para o CAPS = Da frigideira para o fogo. Depois de denunciar as graves falhas dos CAPS por anos, essa foi a sensação que tive ao voltar ao CAPS.

Mesmo totalmente sem dinheiro e sem nenhuma perspectiva, recusei continuar trabalhando no projeto da Secretaria de Saúde e Defesa Civil dentro das instituições psiquiátricas.

Ora, se eu continuasse trabalhando dentro de instituições psiquiátricas, eu teria um dinheirinho, é verdade, mas teria uns impedimentos terríveis. Eu ia ter que ficar na encolha, eu ia ter que entrar nos ESQUEMAS.

Foram várias as vezes em que vieram me intimidar por eu denunciar coisas erradas na instituição em que eu trabalhava.

Foi a gota d'água quando, logo depois de eu fazer reclamações na assembleia do CAPS, fui informado de que estava proibido de fazer certas coisas no CAPS. Fala sério!

A forma de seleção de diretores, coordenadores e supervisores de CAPS é muito desorganizada, portanto eu sequer poderia culpar a direção do CAPS, pois sei que fizeram isso por puro despreparo e por não estar a altura do serviço.

Mas não adiantaria eu mudar de CAPS, pois os gestores são os mesmos! E esse é um problema de gestão. Enquanto não mudar lá em cima, não adiantará tentar mudar embaixo.

Portanto, para que eu possa seguir falando sobre as falhas das instituições psiquiátricas SEM CENSURA eu me vi obrigado a me afastar de TODAS as instituições psiquiátricas.

Ora, eu participo de discussões sobre instituições psiquiátricas. Não poderia deixar de denunciar as irregularidades da instituição em que atuo para proteger quem trabalha nela. Seria ANTI-ÉTICO de minha parte.

Escrevi várias vezes sobre falhas recorrentes do sistema psiquiátrico: pessoas são amarradas nos hospitais psiquiátricos como se fossem animais raivosos. Os pacientes mal têm direito de falar sobre os problemas que os levaram ao surto.

Eu estou determinado a mudar essa situação. Sozinho. Pode dizer que é loucura. Pode dizer que estou doente. Não me incomoda. Eu fui rotulado como doente mental perigoso por doutores, por que ia me incomodar em ser chamado de doente mental por pessoas comuns?

Isso é apenas mais uma motivação para que eu possa MOSTRAR que não sou perigoso e que sou um ser humano que merece oportunidades, sem discriminação, como manda a Lei. como já disse, HOSPÍCIOS É QUE SÃO UM PERIGO PARA A SOCIEDADE.
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12.11.12

O destino de quem sai de um hospital psiquiátrico / hospício / manicômio

Ao sair de internação num hospital psiquiátrico pela primeira vez eu me deparei com o péssimo acompanhamento, de 3 em 3 meses. Por isso eu fiz de tudo para ser internado de novo.

(Não tive nenhum "ciclo" de doença como disseram, eu fiz o que devia ser feito. Faria de novo. Ademais não dá para ficar sem ser internado com um acompanhamento tão ruim. Esse papo de "ciclo de transtorno" não tem o menor sentido.)

Porém ao sair da segunda internação, eu fui obrigado a constatar que eu estava TOTALMENTE FERRADO. Não era mais aceito normalmente onde eu trabalhava, era visto com desconfiança, eu era considerado um perigo para a sociedade.

O impressionante é que os horrores do hospício são tão grandes que os profissionais de saúde mental deveriam de se envergonhar de tratar seus pacientes como animais raivosos.

Enfim, me vi com o maldito rótulo de doente mental que os profissionais de saúde mental criaram para seus pacientes. Aí vi que eu tinha poucas opções para meu futuro, pois sabia que não seria fácil ser um cidadão novamente, eu estava com o nome sujo.

Ao sair dos portões do maldito Sanatório Rio de Janeiro, eu via minhas opções de vida:
Naturalmente não seria possível me empregar nos tipos de trabalhos que me contentavam, ou seja, trabalhos simples, de ajudante, etc. Infelizmente eu tive que pensar no que vários pacientes que estavam internados comigo pensaram: eles pensavam em partir para o crime, pois sabiam que sua cidadania estava destruída. Como iam conseguir emprego?

Vários anos depois de ter saído da segunda internação eu nem pensava em compartilhar esses nossos tristes planos, pois achava bem vergonhoso. Hoje compartilho pois sei que mais vergonhoso é jogar pessoas em manicômios e destruir sua cidadania.

Alguns companheiros de internação, de fato, partiram para o crime, por não ver outra saída. Um deles foi preso e jogado num lugar pior do que o hospício comum: foi jogado no manicômio judiciário.

Porém havia outras duas opções: me conformar e passar o resto da vida fingindo que estou me tratando com um sistema que NÃO FUNCIONA, como muitos fazem. Ou me restava a última opção: uma opção mais difícil que ser jogado no criminoso manicômio judiciário e mais difícil que me conformar.

Esta última opção é a que eu escolhi: explicar para os profissionais de saúde mental que eles estão equivocados e que seus métodos de tratamento NÃO FUNCIONAM. Mas para fazer isso eu teria que ir com muita calma, pois os profissionais de saúde mental pareciam estar sinceramente convencidos que seus métodos funcionavam.

Por isso eu passei cerca de dez anos falando com profissionais de saúde mental, participando de congressos e conferências, conversando com lideranças, escrevendo SITES e BLOGS, etc.

Infelizmente, em vez de haver melhoras, houve PIORAS. Diminuiu-se o número de médicos nos serviços de saúde mental, a qualificação piorou, etc.

E mais de 10 anos depois eu fui internado no melhor hospital psiquiátrico público do Rio de Janeiro, o Instituto Philippe Pinel, e pude ver que os mesmos barbarismos que eram feitos antes continuavam sendo feitos. Nada havia mudado.

Pelo que eu vi, eu terei que, pessoalmente, REESCREVER as formas de tratamento psiquiátrico, reinventar com detalhes, para que fique BEM CLARO que os métodos psiquiátricos, NÃO FUNCIONAM e que esse sistema de tratamento mental precisa ser colocado na gaveta PARA SEMPRE. E isso vai dar mais trabalho ainda! Meu Deus!
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10.11.12

Internado no Vietname

Não sei como fui parar no Vietname, mas, depois de ser pego pela polícia federal, fui jogado num hospício. Assim começou meu sonho, de sexta para sábado.

Esse hospício vietnamita era um prédio grande, mas muito mal conservado e sujo, localizado numa área super afastada, como são feitos os hospícios. Quando fui liberado do hospício vietnamita, tive que andar um bocado até chegar num ponto de ônibus.

Lá dentro, o tratamento absurdo comum aos hospícios: técnicos de enfermagem gritando e zombando dos pacientes e toda aquela rotina absurda que continuará existindo enquanto a sociedade permitir que continue existindo internação involuntária.

Aliás, tal rotina de abusos continuará existindo enquanto usarem internações para depositar indivíduos que causam incômodo, pois no sonho minha internação foi COMPULSÓRIA, ou seja, fui preso por ser imigrante ilegal. Acreditaram que seria melhor para imagem do país jogar um imigrante ilegal num hospício do que prendê-lo e deportá-lo. Eu preferia ser preso.

Ao acordar, vejo a notícia sobre a construção de um novo hospício, em São Paulo. A forma em que eles passam por cima da Reforma Psiquiátrica me dá nojo.

Agora eles chamam hospícios de Institutos. Instituto Nise da Silveira, do Rio de Janeiro, o maldito hospício onde fui amarrado tantas vezes, Instituto Philippe Pinel, outro hospício carioca onde também fui amarrado e agora estão criando um novo hospício em São Paulo, o Instituto de Álcool e Drogas (IAD).

Antes as pessoas diziam "lugar de maluco é no hospício" agora vão dizer "lugar de maluco é no instituto".

Sinceramente, uma sociedade séria e responsável se preocupa em melhorar as escolas, e não criar novos depósitos de seres humanos, que é o que são esses malditos institutos, esses manicômios modernos.

7.11.12

Suicídio ou assassínio?

O suicídio é uma das coisas mais desoladoras. O que leva uma pessoa a cometer auto-destruição?

Não apenas pessoas com DEPRESSÃO CLÍNICA cometem suicídio. Pessoas com transtorno bipolar do humor também chegam a tirar a própria vida, assim como esquizofrênicos. Enfim, qualquer pessoa aflita com sofrimento psíquico pode chegar a fazer isso.

Quando a pessoa chega a esse ato extremo, a pessoa está buscando sair de uma dor suprema ou está buscando se punir, por achar que merece punição por variados motivos que geraram culpa ou frustração. Muitas vezes pessoas se suicidam por não ver mais esperanças.

Normalmente a ideia do suicídio assusta uma pessoa mais ou menos lúcida. O solilóquio de Hamlet, de William Shakespeare, descreve bem os medos do desconhecido que passam na cabeça de uma pessoa lúcida que contempla a ideia do suicídio.

O problema é que a maioria daqueles que chegam a cometer suicídio já estavam tão perturbados pela dor psíquica que nem lhes sobrava pensamento lúcido. ISSO É O QUE MAIS ME PREOCUPA!

Publiquei neste blog o triste POEMA DA MORTE, que me ocorreu quando me via sob pensamentos suicidas provocados pelo uso de uma medicação prescrita de forma errada por um psiquiatra. Isso para chamar a atenção para o fato que pessoas cometem suicídio por causa de efeitos colaterais de psicotrópicos.

(Tais ideias de suicídio nunca tinham me ocorrido antes, nem nos piores momentos de meu passado).

Daí uma pessoa que se suicidou sob efeitos de psicotrópicos não se trata apenas de um caso de suicídio, mas de ASSASSÍNIO, pois o profissional de saúde mental que prescreveu a medicação que levou a pessoa a morte sem dúvida deveria ser responsabilizado como causador da morte.

E que as pessoas fiquem atentas: se começar a pensar em suicídio depois de começar a tomar uma medicação, PARE DE TOMAR A MEDICAÇÃO IMEDIATAMENTE!!

Se os pensamentos suicidas persistirem CORRA PARA UMA EMERGÊNCIA MÉDICA, PEÇA AJUDA!!!

A coisa acontece de maneira bem sutil! A frequência dos pensamentos suicidas acontece devagar, quase imperceptível, ardilosa, insidiosa, crescente, e a coisa é mais perigosa do que se imagina.
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2.11.12

POEMA DA MORTE

Sou amante da vida, mas casado com a morte
Enquanto sinto prazer na vida quem eu amo de verdade é a morte
Quem me completa é a morte...
Escondo a vida no armário e espero a morte
E ela logo chegará...


Escrito em 7 de junho de 2009, época em eu sofria com os horríveis efeitos colaterais do lítio.

Um dos efeitos colaterais era PENSAMENTOS SUICIDAS. Felizmente eu sabia que tais PENSAMENTOS SUICIDAS eram causados pelo psicotrópico lítio, prescrito por um psiquiatra, num GRAVE ERRO MÉDICO.

Eu guardei o poema para publicar num momento que não estivesse sob drogas deprimentes, como estou agora. Isso para alertar as pessoas dos perigosos efeitos colaterais dos psicotrópicos, principalmente quando psiquiatras cometem erros médicos, como esse grave erro médico desse psiquiatra iniciante.

Sem dúvida psicotrópicos podem ajudar, mas devem ser usados com cuidado, com parcimônia, com um acompanhamento médico bem DE PERTO.