12.11.12

O destino de quem sai de um hospital psiquiátrico / hospício / manicômio

Ao sair de internação num hospital psiquiátrico pela primeira vez eu me deparei com o péssimo acompanhamento, de 3 em 3 meses. Por isso eu fiz de tudo para ser internado de novo.

(Não tive nenhum "ciclo" de doença como disseram, eu fiz o que devia ser feito. Faria de novo. Ademais não dá para ficar sem ser internado com um acompanhamento tão ruim. Esse papo de "ciclo de transtorno" não tem o menor sentido.)

Porém ao sair da segunda internação, eu fui obrigado a constatar que eu estava TOTALMENTE FERRADO. Não era mais aceito normalmente onde eu trabalhava, era visto com desconfiança, eu era considerado um perigo para a sociedade.

O impressionante é que os horrores do hospício são tão grandes que os profissionais de saúde mental deveriam de se envergonhar de tratar seus pacientes como animais raivosos.

Enfim, me vi com o maldito rótulo de doente mental que os profissionais de saúde mental criaram para seus pacientes. Aí vi que eu tinha poucas opções para meu futuro, pois sabia que não seria fácil ser um cidadão novamente, eu estava com o nome sujo.

Ao sair dos portões do maldito Sanatório Rio de Janeiro, eu via minhas opções de vida:
Naturalmente não seria possível me empregar nos tipos de trabalhos que me contentavam, ou seja, trabalhos simples, de ajudante, etc. Infelizmente eu tive que pensar no que vários pacientes que estavam internados comigo pensaram: eles pensavam em partir para o crime, pois sabiam que sua cidadania estava destruída. Como iam conseguir emprego?

Vários anos depois de ter saído da segunda internação eu nem pensava em compartilhar esses nossos tristes planos, pois achava bem vergonhoso. Hoje compartilho pois sei que mais vergonhoso é jogar pessoas em manicômios e destruir sua cidadania.

Alguns companheiros de internação, de fato, partiram para o crime, por não ver outra saída. Um deles foi preso e jogado num lugar pior do que o hospício comum: foi jogado no manicômio judiciário.

Porém havia outras duas opções: me conformar e passar o resto da vida fingindo que estou me tratando com um sistema que NÃO FUNCIONA, como muitos fazem. Ou me restava a última opção: uma opção mais difícil que ser jogado no criminoso manicômio judiciário e mais difícil que me conformar.

Esta última opção é a que eu escolhi: explicar para os profissionais de saúde mental que eles estão equivocados e que seus métodos de tratamento NÃO FUNCIONAM. Mas para fazer isso eu teria que ir com muita calma, pois os profissionais de saúde mental pareciam estar sinceramente convencidos que seus métodos funcionavam.

Por isso eu passei cerca de dez anos falando com profissionais de saúde mental, participando de congressos e conferências, conversando com lideranças, escrevendo SITES e BLOGS, etc.

Infelizmente, em vez de haver melhoras, houve PIORAS. Diminuiu-se o número de médicos nos serviços de saúde mental, a qualificação piorou, etc.

E mais de 10 anos depois eu fui internado no melhor hospital psiquiátrico público do Rio de Janeiro, o Instituto Philippe Pinel, e pude ver que os mesmos barbarismos que eram feitos antes continuavam sendo feitos. Nada havia mudado.

Pelo que eu vi, eu terei que, pessoalmente, REESCREVER as formas de tratamento psiquiátrico, reinventar com detalhes, para que fique BEM CLARO que os métodos psiquiátricos, NÃO FUNCIONAM e que esse sistema de tratamento mental precisa ser colocado na gaveta PARA SEMPRE. E isso vai dar mais trabalho ainda! Meu Deus!
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Um comentário:

  1. Anônimo11:32 PM

    Ola , Caro criador do blog.
    Vou lhe contar uma historia real.
    Eu tinha 18 anos quando comecei a trabalhar e trabalhar muito, para poder ter minha independencia finaceira.
    Minha mãe acabou se casando com um homem extremamente violento, na qual se tornou Meu padrasto.
    Ele tinha muita inveja de mim, tive muitos problemas com ele, chegando até o absurdo de minha Mae pedir que EU pedice desculpas para ele sem so menos EU nao ter ofendido ele.
    Minha Mae trabalhava a noite e EU ficava sozinho com ele.
    Até q um dia ele nas paranoias dele ele conseguiu convencer 2 policiais para me bater dentro da minha propria casa ele pagou para 2 agentes policiais que fizeram isso na presença dele.
    Eu fiquei revoltado. Como isso??? Liguei para minha e contei tudo ela voltou em casa e estava EU aos berros com 2 policiais criminosos e Meu padrasto malvado , mentiroso e dicimulado.
    Me levaram para o hospital psiquiatrico e passei 3 dias internado me encheram de remedio até EU desenvolver dicinessia tardia por USO dos remedios que me deram.
    Fui levado até o hospital psquiatrico do Mandaqui em sao paulo, por minha Mae , Meu padrasto malvado e 2 policiais, onde todos testemunharam q EU estava com algum problema, inclusive minha Mae assustada que achou realmente q EU tinha algum problema.
    Claro que tenho um problems, acabei de apanhar sem motivo por 2 agents do estado pagos, pelo Meu padrasto.

    ESSe Meu padrasto chegou até serrar minha chave de casa , quando EU era Mais novo.
    Sai do hospital psquiatrico com minha Vida social destruida e com discinessia tardia pelo efeito Dos remedios.
    Todo mundo se perguntando o q aconteceu comigo, tao inteligente e de bem com a Vida e nessa situacao.
    Até que um dia esse maldito padrasto tentou amarrar e botar fogo em minha Mae.
    Minha Mae separou dele pela graça de Deus.
    Porem ainda estou sobre cuidados medicos psquiatricos.
    Apos algum tempo depois ele retornou para reatar com minha Mae, durante uma chamada telefonica consegui gravar a conversa onde minha Mae declara: Você tentou botar fogo em mim.
    Porem na epoca da injustica que foi cometida contra mim, minha Mae trabalhava a noite e nao estava em casa e até hoje tento contar para ela o pq fui parar no hospital mandaqui, e ela diz que isso é coisa da minha cabeça.
    Ainda desconfio que fui estruprato durante a noite em minha casa , Pois EU estava dopado de remedio receitado pelos medicos.
    É necessario uma avaliaçao rigorosa para poder internar uma pessoa principalmente aos 18 anos.
    Hoje tenho 32 anos e ainda nao tenho um emprego formal, nem carreira professional e ainda tomando remedio.
    Todos Meus conhecidos me viram todo torto e cheio de remedios.
    Pretendo um dia talves escrever um livro sobre esses fatos.
    PS: me detiquei tanto que palestrei na PUC/SP

    ResponderExcluir

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