24.6.12

Internação à força não beneficia ninguém

Alguns familiares dizem não saber o que fazer com certas pessoas e que precisam internar, e alegam ter motivos. Mesmo se o familiar acredita que a intenção dele é boa, internar à força não ajuda ninguém, não ajuda nem ao familiar.

Se o familiar de um viciado diz que ele está ameaçando, a melhor coisa a fazer seria dar queixa na polícia ou expulsar esse familiar de casa com força policial. A polícia tem que comparecer se for chamada num caso desses.

As leis brasileiras que tratam de internação PRECISAM SER MELHORADAS, pois ainda desrespeitam o direito do paciente, mas também desrespeitam os direitos do familiar.

Em vários outros países, todas as internações contrárias a vontade do paciente são decididas por um juiz. Ou seja, nem o psiquiatra, nem o familiar, pode manter alguém internado a força.

Pode parecer exagero, mas o que acontece no Brasil desrespeita a individualidade dos pacientes psiquiátricos.

No Brasil, pacientes são internados à força com a assinatura dos familiares, o que a lei brasileira chama de internação involuntária. O sistema psiquiátrico brasileiro RESPONSABILIZA os familiares, se livra da responsabilidade e acaba com o direito de escolha do paciente. Pior: acaba com a fala do paciente, acaba com o direito de defesa do paciente. Um absurdo.

Ora, uma internação a força é como uma prisão. Para se manter uma pessoa na prisão é necessário a ordem de um juiz.

Em vários outros países todas as internações contra a vontade do paciente são como as internações compulsórias brasileiras, decididas por um juiz. A vantagem para o paciente que ele é liberado como cidadão, e não como uma criança que passa a ser responsabilidade da família.

Esta publicação é uma resposta aos familiares que comentaram em O direito de não ser internado à força.

4 comentários:

  1. Anônimo7:00 PM

    Desculpe, mas se alguém não quer ser internado pela sua família, não poderia sobrecarrega-la. Os doentes frequentemente se comportam de forma inaceitavel, gritam, insultam os familiares, insistem em delírios de perseguição. Não é possivel nem justo conviver com essa situação. O que acontece de errado no Brasil é que o Estado não se responsabiliza pelos doentes graves. Como eles não podem se responsabilizar por si mesmos, ficam de fato reduzidos à condição de crianças (mas dão muito mais trabalho, diga-se). Para o paciente e provavelmente também para a família, é esse o lado mais doloroso da doença mental. A alternativa para a família brasileira seria abandonar o doente (a propósito, foi isso o que eu fiz).
    É claro que, se forem bem assistidos, doentes podem melhorar e muitos com certeza se tornam totalmente autônomos. Mas esse tipo de assistência não deveria ficar a cargo da família, mesmo porque ela costuma ser incompetente para lidar com isso. Isso deveria ser feito pelo Estado. Mesmo assim, sempre existiriam aqueles para os quais uma vida autônoma seria impossivel. Existem alternativas de moradia assistida. Seria preciso sair dessa ciranda "casa da mãe-hospital-casa da mãe-hospital ou rua".

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  2. Anônimo7:04 PM

    E desculpe aborrecer de novo, mas o que a família deveria fazer? Processar um doente mental por desacato, calúnia, difamação ou agressão física? Chamar a polícia para conter alguém em surto?

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  3. Anônimo8:57 PM

    E tem mais: se o Estado se responsabilizasse pelo doente, isso também evitaria que famílias desestruturadas agredissem ou explorassem o doente. O Movimento Antimanicomial está cheio de boas intenções, mas não sana as deficiências do sistema psiquiatrico brasileiro. Só em bons hospitais, casas de recuperação e moradias supervisionadas (conforme a gravidade de seu estado)os doentes teriam acesso a terapia eficiente, e teriam uma chance de adquirir autonomia.

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  4. Anônimo2:23 PM

    Tenho um caso na minha casa. Ele tem 32 anos, não tem condição de trabalhar. Se recusa a tomar os remédios, passa madrugadas fora em bailes na favela, coloca estranhos na minha casa sem meu consetimento, esquece o gas aberto, etc etc etc. Já esteve internado 3 vezes. É lógico que corta o coração, ams ele é um risco para toda a família e para ele próprio. A internação compulsória foi o único modo dele sair da crise, numa delas ele andou sobre o parapeito da janela e tentou roubar um carro.
    A internação permanente e compulsória é o único caminho pois só com a convivência com profissionais e terapias constantes ele teria alguma melhora.
    Como não internar?

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