23.6.08

O EMOCIONAL DO PACIENTE

Como eu já mostrei várias vezes nesse blog, e uma vez mais mostrei no blog http://pacientepsiquiatrico.wordpress.com, remédios psiquiátricos são coisas muito sérias.

Um erro na medicação pode significar a morte do paciente. E doença mental precisa da ajuda de remédios sim, mas com certeza ninguém precisa de tomar remédio pelo resto da vida para ficar bom. Se a pessoa tiver um bom acompanhamento de terapeutas, médicos, psicólogos e uma inserção no mundo do trabalho com o treinamento apropriado a suas necessidades, com certeza os remédios só serão necessários nos momentos mais graves da crise.

O O problema é que esse tratamento maravilhoso que eu descrevi acima NÃO EXISTE. Sairia muito caro para os nossos políticos. E não é só o caso do dinheiro. O preconceito teria que diminuir muito. E o preparo dos psiquiatras, psicólogos e terapeutas teria que melhorar muito!

Esses doutores teriam que aprender, por exemplo, que em uma crise o que o doente mental vê é verdade para ele doente mental. Ou seja, a alucinação parece verdade. Então o médico não tem que tentar convencer o doente mental de que o que ele viu é mentira.

O médico tem que aprender a garantir para o doente mental que ele, médico, vai apoiar o doente mental, mesmo quando ele não consegue ver o que o doente vê. Pense um pouco: nesse momento de desespero o que a pessoa precisa é de apoio. E não de saber que o que ela jura que vê é mentira. Porque para um doente mental em crise, o que ele vê é tão realístico que ele doente mental podia jurar que é verdade.

Portanto, meu amigo usuário de saúde mental: NUNCA PARE DE TOMAR REMÉDIO! E mesmo se você tiver certeza de que está bem, não pare. O problema que gera uma recaída de um paciente psiquiátrico na maioria das vezes não é porque ele deixa de tomar remédio.

Não. Muitas vezes ele tem crise pela falta de apoio. É que os profissionais de saúde mental falam tanto que se ele parar de tomar remédio ele entra em crise. Ele acaba entrando em crise só pelo terror que esses doutores causam.

apenas imagine: fica alguém repetindo o tempo todo "se parar o remédio vai entrar em crise! Se parar o remédio vai entrar em crise!" Por que esses doutores não falam "se parar o tratamento vai entrar em crise!" E tratamento não é só remédio. Tratamento é tudo aquilo que eu falei acima.

2 comentários:

  1. Sim, com certeza. Não basta tomar remédios e achar que está tudo indo às MIL MARAVILHAS. Remédios represetam 50% de um tratamento. Os outros 50 são destinandos a terapias e a apoio da família e pessoas próximas. Mas convenhamos que isso não acontece. Muitas pessoas, não somente médicos e profissionais da saúde, mas também os própriso familiares não estão preparados para lidar com crises e com um doente mental. Eles pensam que ajudam, quando atrapalham 100%. Delírios e alucinações são terríveis. E muitas pessoas não sabem como lidar com isso, não sabem como ajudar. A insegurança de um doente acabda sendo tanta, que ele se detém aos medicamentos epor que ao apoio, ele não tem mais.

    É absolutamente ridículo vc ver alguém sofrendo e meio mundo de idiotas desprezando, ignorando ou "ajudando" de forma errônea. Sei disso, pq tenho minha "agradável" doença.

    Gostei daqui. Muito mesmo. Interessantíssimo. Muito bom conhecer um pouco sobre um outro paciente psiquiátrico.

    Voltarei mais vezes.

    =)

    ps: por sinal, acho não ter feito uma coisa certa, mas adicionei vc em meu msn, por meio de um amigo meu que conhecia este blog.

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  2. Anônimo4:40 PM

    Imagine que eu considero o remédio apenas 30% do tratamento. E esse remédio não tem necessariamente que ser psicofármaco. Eu tenho ansiedade, às vezes, quando vou dormir. Qualquer outro remédio, além do psicofármaco, que resolvesse minha ansiedade e me desse sono serviria.

    O apoio já é mais 50%. E apoio qualquer um bem-intencionado pode dar. E depois, se a pessoa tiver uma boa ocupação, que pode ser um trabalho ou alguma terapia, ou os dois, já estará completado os 20% restantes do tratamento.

    Paz Miss Drakul.

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