29.3.09

SOBRE OS HOSPÍCIOS DO PASSADO E DO PRESENTE

Acho que o filme ficou na dosagem certa, embora não passe nem 10% do que nós pacientes psiquiátricos passamos dentro desses chiqueiros psiquiátricos, que ainda hoje são verdadeiras "casas de extermínio". Quando comparo essas instituições do terror com casas de extermínio, não é só pelo fato de 80% dos internos morrerem ou virarem moradores lá dentro, mas também pela prisão física e química às quais somos submetidos, ou seja, uma morte em vida que nos leva ao zumbinismo.

Acima um trecho da entrevista de Austregésilo Carrano Bueno, em que ele dá sua opinião sobre o filme Bicho de Sete Cabeças. Coloquei esse texto para que aqueles que nunca foram internados saibam o que o paciente psiquiátrico experimenta nas internações.

Coloquei o texto também para falar sobre medicação psiquiátrica. Como Carrano bem disse, a medicação leva ao zumbinismo. E é uma prisão química. Mas leva ao vício também. Depois de ter pedido que a médica interrompesse o carbonato de lítio, implorei que ela me passasse o lítio de novo. Pois meu organismo estava sentindo falta da medicação. Agora estou tomando lítio de novo, com risperidona. E estou experimentando novamente os efeitos estranhos da droga. Como, por exemplo, a disartria, ou seja, a dificuldade de falar.

Carrano falou dos hospícios do passado e um pouco dos hospícios do presente. Quem fala mais dos hospícios do presente é Acácio Tavares, que trabalha comigo no CDI. Tentaram transformar hospícios como o Phillippe Pinel e o Pedro II em instituições da reforma que garantam a cidadania dos pacientes psiquiátricos, mas os profissionais que REALMENTE desejam fazer essa transformação devem ter em mente que é uma tarefa complicada. Pois pessoas continuam sendo internadas no Instituto Phillippe Pinel e no Instituto Nise da Silveira (ex-Pedro II). Logo essas instituições se tornaram hospícios da modernidade, hospícios da reforma. Bem, vejam o vídeo em que o Acácio fala do Pinel abaixo. Eu acho que esse vídeo devia ser visto por todos psicólogos, psiquiatras e profissionais de saúde mental, para reflexão. Para que possamos manter as coisas boas e mudar as ruins. E conseguir coisas melhores ainda.

25.3.09

EPIDEMIA DE DOENÇA MENTAL

Após introdução da medicação psiquiátrica no mundo, surge uma epidemia de doença mental. Veja abaixo o texto do pesquisador Robert Whitaker, que explica essa epidemia nos Estados Unidos da América.

Anatomia de uma epidemia:
Psicofármacos e o Surpreendente
Aumento da Doença Mental na América
Robert Whitaker
Cambridge, MA

Ao longo dos últimos 50 anos, tem havido um aumento surpreendente na doença mental grave nos Estados Unidos. A porcentagem de americanos com deficiência por doença mental tem aumentado. Quintuplicou desde 1955, quando Thorazine-lembrada hoje como a primeira droga "maravilhosa" da psiquiatria-foi introduzida no mercado. O número de americanos com deficiência por doença mental quase que duplicou desde 1987, quando Prozac-a primeira em uma segunda geração de drogas maravilhosas para a doença mental, foi introduzida. Existem atualmente cerca de 6 milhões de americanos
incapacitados por doença mental, e este número aumenta em mais de 400 pessoas cada dia. Uma revisão da literatura científica revela que é o nosso paradigma do cuidado baseado em fármacos que está alimentando a epidemia. As drogas aumentam a probabilidade de que uma pessoa se torne doente crônico, e induz novos e graves sintomas psiquiátricos numa significativa porcentagem de pacientes.

A era moderna da psiquiatria tipicamente remonta a 1955, quando clorpromazina, comercializado como Thorazine, foi introduzido na medicina dos hospícios. Em 1955,
o número de doentes mentais em hospitais públicos atingiu uma marca d'água de alta
558922 e, em seguida, começou a diminuir gradualmente, e historiadores normalmente creditam este esvaziamento dos hospitais do estado a clorpromazina. Como Edward Shorter escreveu em seu livro 1997, A história da psiquiatria ", Clorpromazina iniciou uma revolução na psiquiatria, comparável com a introdução da penicilina na medicina geral "(Shorter, 1997, p. 255). Haldol e outros medicamentos antipsicóticos foram logo levados ao o mercado e, em seguida, antidepressivos e ansiolíticos. Psiquiatria agora tinha drogas que, acreditava-se, eram específicas para doenças específicas (as mentais), assim como a insulina é para diabetes.

No entanto, desde 1955, quando esta era moderna da psicofarmacologia nasceu, tem havido um surpreendente aumento na incidência de graves doenças mentais neste país. Apesar do número de doentes mentais internados talvez tenha ido para baixo, todas as outras métricas utilizadas para medir incapacitantes da doença mental nos Estados Unidos aumentaram dramaticamente. E tanto é assim que E. Fuller Torrey, em seu livro The Invisible Plague 2001, concluiu que a insanidade tinha subido para o nível de uma "epidemia" (Torrey, 2001). Uma vez que esta epidemia tem andado juntinho com o crescente uso de psicofármacos, uma pergunta óbvia surge: Será que o nosso paradigma de cuidados baseados nos psicofármacos está alimentando esta praga da era moderna?

Veja esse fascinante texto completo em inglês em ANATOMY OF AN EPIDEMIC. Está em PDF. Vale a pena.

24.3.09

MORREM MAIS DOENTES MENTAIS - NÃO SEJAMOS HIPÓCRITAS

Coisas desagradáveis acontecem no tratamento do CAPS. Como usuários pacientes do serviço tendo que limpar o banheiro por exemplo. Observando tudo isso eu declarei numa assembléia do CAPS: do jeito que o CAPS está indo, logo vão amarrar pessoas nas camas aqui. Minha declaração indignou as técnicas do CAPS. Elas tentaram falar para mim sobre a reforma, e que graças a reforma isso não acontece. E é sobre essa reforma que eu quero falar.

Saiu no jornal o globo pouco tempo atrás: SEM HOSPÍCIOS MORREM MAIS DOENTES MENTAIS - Em cinco anos, governo fechou um quarto dos leitos psiquiátricos, sem criar serviço substituto; mortes subiram 41%. Isso é fato. Não há como contestar. Morrem mais pacientes psiquiátricos hoje do que na época dos hospícios. Mas infelizmente há pessoas que falam de reforma psiquiátrica com ares de político. Eles tentam enrolar as pessoas, fazendo a reforma parecer uma maravilha. O que não é verdade. Muito pelo contrário.

E infelizmente, se a gente não se cuidar, logo os CAPS serão locais de abusos. talvez piores que os hospícios.

8.3.09

CARRANO E A ANTIPSIQUIATRIA

As seqüelas que ficam são inúmeras. Físicas: queima de parte da minha visão; problemas de coluna; perda de alguns dentes pelo excesso de drogas legalizadas que chamam de medicação; manchas pelas pernas, de ficar amarrado, o que prejudica a circulação e causa dores; fissura na parte de trás da constituição óssea craniana. Segundo estudos da USP (Universidade de São Paulo), as pessoas que passaram pelo tratamento da eletroconvulsoterapia estão predispostas a desenvolver o mal de Alzheimer, pelas lesões cerebrais causadas pela aplicação. Emocionais: dificuldade de relacionamento; tendências ao isolamento; depressão; discriminação social; falta de oportunidades de emprego; carimbo que é um rótulo que nunca sai, o de louco; e outras dificuldades que a dita sociedade de "normais" nos impõe. A discriminação social é tamanha, que dentro do histórico forense brasileiro não existem indenizações por erros e crimes psiquiátricos. Ao vitimado psiquiátrico lhe resta como justiça social lutar até o fim da vida contra os preconceitos, essas barbáries sociais, onde ele sempre será a vítima solitária.

Acima eu compartilho parte de uma entrevista de Austregésilo Carrano Bueno, cujo livro deu origem ao filme Bicho de Sete Cabeças. Ele fala das consequências da internação psiquiátrica. A entrevista pode ser lida na íntegra no site do POVO ONLINE, na entrevista BICHO DE SETE CABEÇAS. Ao ler a entrevista fica claro que Carrano também era contra a administração dessas drogas psiquiátricas perigosas, que ele chamava de "drogas legalizadas que chamam de medicação". Ao ler a entrevista, fica claro que Carrano também era contra a psiquiatria tradicional. Infelizmente Carrano já morreu. Morreu em maio de 2008, aos 51 anos. Depois de ter ficado mal por um longo tempo. Oficialmente a morte dele foi por câncer de fígado. Mas acho que não é preciso lembrar que a saúde dele já estava enfraquecida por tomar essas drogas psiquiátricas perigosas. Infelizmente, todos que tomam essas drogas legalizadas estão fadados a ter a vida encurtada.

E eu gostaria de salientar ao ler a entrevista podemos ver que Carrano admitia ter doença mental. Ele admitia ter depressão. Ele não gostava muito é da idéia de ser tachado de louco. É bom que os leigos saibam que qualquer pessoa que passa a tomar medicação psiquiátrica desenvolve doença mental. Mesmo quando a pessoa era sã. A medicação psiquiátrica gera doença mental em quem não é doente mental. Se Carrano não tinha depressão antes, ele passou a ter depois de tomar a medicação psiquiátrica. Sem dúvida Carrano seria ativista do movimento da antipsiquiatria, se tivesse chance. Leia a entrevista e cuidado com medicação psiquiátrica!

Gostaria de fazer um pedido para as pessoas que viram o filme Bicho de Sete Cabeças para tomarem cuidado antes de começar a escrever sobre Carrano. Muita gente viu o filme, mas não leu o livro O Canto dos Malditos nem nenhum dos textos de Carrano, e por isso criaram idéias preconceituosas.

Eu li em alguns blogs coisas bem preconceituosas. Teve um blog que disse que Carrano, que de acordo com o blog não tinha nenhuma doença mental, teve que ficar internado com psicopatas. Senhor, quem está internado em hospitais psiquiátricos não é psicopata, não senhor. Deixe de falar bobagens, por favor. Teve outro blog que disse que Carrano sofreu mais que Cristo. Senhor, essa não é a idéia que Carrano queria passar. Você não entende nada da história da loucura. Carrano ficou internado 3 anos. Eu conheço gente que ficou internado mais de 40 anos. Algumas das pessoas ficaram internadas mais de 40 anos mantiveram o contato com o mundo... mas infelizmente a maioria das pessoas que ficaram internadas mais de 40 anos perderam todo toque com a realidade. E hoje vivem como bichos. Ou melhor, não vivem, vegetam. Moisés ficou internado mais de 40 anos, passou por todas as formas de tortura que você pode imaginar. E hoje em dia, ele trabalha. Esse é o verdadeiro herói.

5.3.09

COMO É UMA INTERNAÇÃO À FORÇA

Como muitos de nós, do movimento dos ex-pacientes, ou dos "sobreviventes psiquiátricos", uma vez fui preso ou "internado" e forçado a tomar um medicamento psiquiátrico - Thorazine. Eu estava psicologicamente inteiramente normal na época, apesar de estar muito infeliz com a perda da relação com a mulher que eu amava e estar fazendo prova na faculdade, o que levou os meus pais a decidirem a me forçar a fazer o que eles achavam erradamente que seria uma "terapia": Como eu me recusei a procurar "terapia" voluntariamente, a sua única forma de me forçar a "terapia" foi me internar em um "hospital" contra a minha vontade.

No dia em que eu fui preso (ou "internado"), depois do pessoal do hospital chegar e me fazer perguntas para a sua papelada, eu estava autorizado a andar um pouco na corredores e salas do local onde eu tinha sido preso, explorando o meu novo ambiente. Mas sem razão aparente, depois de algum tempo uma enfermeira aproximou-me com uma agulha hipodérmica na mão e me disse que ela tinha uma injeção que o meu médico tinha receitado para mim. "Eu nem falei com nenhum médico" Eu disse a ela.

Ela parecia perceber que eu estava correto, e ela parecia um pouco sem graça quando eu perguntei o nome do médico que tinha supostamente ordenado a injeção: Ela não tinha idéia de quem ele era. Mas nada disso importava para o pessoal do hospital. Ela foi embora, mas voltou um pouco mais tarde com um enfermeiro grandão, que logo se juntou a outro enfermeiro, para me forçar a tomar a injeção. Eles também não deram atenção quando eu lhes disse que eu ainda não tinha tido uma audiência ou julgamento para determinar se a minha internação era justa ou não, que eu estava internado apenas por uma causa presumida, e que era errado eles me forçarem a tomar um medicamento antes de eu ter uma chance de ir a tribunal para apresentar meus argumentos contra internação ou "tratamento" contra a minha vontade.

Devido à leis sobre "internação" involuntária em cada Estado, e leis sobre "compromisso ambulatorial" em 40 ou mais Estados dos E.U.A. que existem com a finalidade de forçar as pessoas a tomar psicofármacos ou enfrentar repetidas prisões psiquiátricas em "hospitais", aqueles de nós que por causa da nossa experiência do passado temem administração forçada destas drogas perigosas necessitamos de conselhos sobre como nos proteger disso. Tudo que os drs. Breggin & Cohen (autores do livro Sua Droga Pode Ser Seu Problema, que fala dos perigos da psiquiatria) tem a dizer sobre este tema é: "Não deixe que ninguém te pressione a começar a tomar ou continuar a tomar psicofármacos. Enquanto um adulto competente, você tem o direito legal e ético de tomar suas próprias decisões sobre tomar psicofármacos. ... Suas decisões sobre tomar ou rejeitar drogas devem ser feitas sem pressão coerciva dos médicos "(p. 29). Embora eu concorde com esta afirmação, é óbvio que muitos legisladores estaduais, juízes, psiquiatras, e o pessoal dos hospitais psiquiátricos não concordam.

O que nós vítimas da psiquiatria precisamos é de uma estratégia para evitar administração forçada de drogas psiquiátricas. Drs. Breggin & Cohen não oferecem uma neste livro.
Pode não haver uma maneira confiável para se proteger de administração forçada de drogas psiquiátricas, mas aqui estão duas ideias: Uma é contratar um advogado para escrever uma "Declaração Quanto Tratamento de Saúde Mental", no qual você diz que você não deseja receber psicofármacos (ou sujeição física ou terapia de choque) se você for declarado incompetente ou com doença mental, com uma certificação emitida por um psiquiatra que o acompanhe afirmando que estava mentalmente competente no momento em que você fez a declaração. Isto irá minar o argumento de que você concordaria com o "tratamento" se o seu pensamento não estivesse perturbado pela doença mental.

Outra estratégia é manter um relacionamento com um psiquiatra que se opõe a "tratamentos" coercivos que irá testemunhar para você, se você se tornar uma vítima da opressão psiquiátrica tais como "internação" à força ou ataques da psiquiatria, tais como administração forçada de drogas psiquiátricas. Um advogado aconselhou-me recentemente que provavelmente deve ser um psiquiatra, não um psicólogo. Talvez nos estados onde psicólogos estão autorizados a internar as pessoas contra a sua vontade, o depoimento de um psicólogo fosse adequado.

Em um mundo racional onde os direitos humanos fossem respeitados, administração forçada de drogas psiquiátricas não ia acontecer. Em um mundo racional onde os direitos humanos fossem respeitados, hoje, nenhum dos psicofármacos seria utilizado por nenhuma pessoa, voluntária ou involuntariamente. Talvez livros Como Sua Droga Pode Ser o seu Problema ajudem alguns de nós a começar a pensar racionalmente sobre psicofármacos.

O texto acima foi retirado da página do ativista da antipsiquiatria dos Estados Unidos, Douglas A. Smith. Para ler mais sobre o texto em inglês vá para a página BOOK REVIEW: BREGGIN & COHEN,YOUR DRUG MAY BE YOUR PROBLEM. Ou leia o texto completo no blog THE PSYCHIATRIC PATIENT OF THE AMERICAS - PACIENTE PSIQUIÁTRICO.

Eu gostaria de admitir que eu lamento as críticas que fiz a minha psiquiatra atual. Pois sei que a profissão de psiquiatra é realmente difícil, devido a falta de base científica. Tanto lamento, pois talvez ela tenha lido minhas críticas e deve ter ficado triste. Mas ela não tem culpa. Com a falta de recursos que há na psiquiatria hoje eu devo esperar tudo, sem culpar os psiquiatras. Você pode ler informações técnicas sobre a falta de base científica da psiquiatria no blog THE PSYCHIATRIC PATIENT OF THE AMERICAS - PACIENTE PSIQUIÁTRICO, onde você vai encontrar traduzido o texto de dois médicos que falam sobre a psiquiatria e sobre os danos causados por psicofármacos.

3.3.09

PACIENTES EXPLORADOS NO MINI-MANICÔMIO RUBENS CORRÊA

Hoje no CAPs Rubens Corrêa eu vi uma cena que realmente me revoltou: uma paciente psiquiátrica estava lavando o banheiro enquanto o faxineiro conversava na cozinha. Esse é um problema chato que acontece no CAPs. Tem um faxineiro que coloca pacientes para limparem o banheiro, pois ele diz que eles sujam muito. O único problema é que ele é pago para limpar. Nem preciso dizer que isso é exploração. Isso é uma das coisas que fazem do CAPs um mini-manicômio. Pacientes psiquiátricos sendo explorados em um local de tratamento.

PRECISAMOS DE ANTIPSIQUIATRIA NO BRASIL

Estive revendo os casos das internações involuntárias, à força, de alguns pacientes psiquiátricos mais afortunados. Falo de pacientes psiquiátricos que tiveram familiares realmente mais interessados na saúde deles. Falo daqueles que tiveram a sorte de ter tratamento pago. Falo daqueles cujos familiares os internaram, mas internaram no lugar que eles acharam melhor. E não no primeiro hospício gratuito encontrado, como fazem com muitos pacientes psiquiátricos. Mas mesmo as internações em hospitais psiquiátricos privados são terríveis (não tão terríveis quanto nos públicos).

Isso em contraste com internações em que a pessoa é internada por incomodar os demais, não exatamente por haver preocupação com a saúde da pessoa. Esse é o meu caso, e é o caso de vários que foram internados comigo. Qual é a diferença? Quando se interna alguém por alguém estar deprimido, pode-se dizer que se está preocupado com a saúde da pessoa. Mas minha internação foi porque a família já não me suportava mais. Assim é que várias pessoas são internadas. A família não os aguenta mais. Não se trata de uma preocupação com a saúde.

É impressionante o movimento da antipsiquiatria nos Estados Unidos. Existem, inclusive, vários médicos que fazem parte do movimento lá. Um movimento como a antipsiquiatria no Brasil ajudaria a pressionar os profissionais de saúde mental a realizarem um trabalho mais humano. Lembrando que o movimento da antipsiquiatria é muito diferente do Movimento da Luta Antimanicomial brasileiro, que é encabeçado por psiquiatras. Algumas pessoas no Brasil tentam ser partidários da antipsiquiatria, mas o movimento ainda é muito pequeno.

PSICÓLOGOS E PSIQUIATRAS, BUSQUEM QUALIFICAÇÃO

A melhor psiquiatra do CAPs (Dra Thaisa Leonardo) vivia lendo livros de psiquiatria. Sem falar que ela era qualificada sem dúvida. Falava inglês fluentemente. Para mim é desanimador quando eu vou falar com um psicólogo ou psiquiatra sobre um livro de psiquiatria ou psicologia e descubro que esse psicólogo ou psiquiatra não leu. E para o psiquiatra e o psicólogo ler bons livros de saúde mental eles precisam saber ler inglês fluentemente. E infelizmente há psiquiatras e psicólogos que não tomaram o cuidado de aprender a língua. qualifiquem-se, psiquiatras e psicólogos. Como é possível alguém formado em psiquiatria ou psicologia não saber inglês? Psicólogo e psiquiatra sem inglês estão sempre desatualizados, pois as notícias chegam em inglês.

BONS PSIQUIATRAS E PSICÓLOGOS LÊEM COISAS DOS PACIENTES

Eu sempre passo o endereço desse blog para os psiquiatras, psicólogos e terapeutas mais próximos de mim. Mas não sei se eles lêem. Se não lêem, com certeza serão sempre profissionais medíocres. Que psiquiatra ia abandonar a chance de ler o que um paciente psiquiátrico escreve? Talvez eles não gostem de minhas críticas. Mas mesmo assim. Ler o que pacientes psiquiátricos escrevem é uma fonte de conhecimento sobre a mente dos pacientes que não pode ser encontrada em nenhuma faculdade. Aliás, eu acredito que aqueles profissionais melhores lêem inclusive os blogs dos outros pacientes psiquiátricos cujos links são encontados neste blog. Todos são excelentes fontes do pensamento real do paciente psiquiátrico. Um(a) bom(a) profissional de saúde mental não ia perder tão excelente fonte de informação sobre o paciente psiquiátrico... O(a) profissional de saúde mental que recebeu o link de meu blog e não lê deveria mudar de profissão, pois esse(a) profissional com certeza não nasceu para trabalhar num campo tão delicado como a saúde mental. Esse(a) profissional não é digno da profissão da saúde mental.