9.7.09

Estar ou não estar bem, eis a questão

Ao falar com a psiquiatra ela perguntava porque eu relutava tanto a falar sobre as minhas condições de saúde. Eu acabei não falando o porque, já que tal resposta teria que ser bem elaborada.

Na verdade eu poderia dizer que me faltou oportunidade. Mas é mais que isso. Geralmente eu demoro para falar porque demora para a gente ter certeza de uma condição, de um sintoma, etc. Não gosto de me precipitar.

Mas o principal motivo é outro. Há um certo preconceito dos profissionais de saúde mental e mesmo de familiares e usuários pacientes psiquiátricos. É um preconceito meio generalizado que não deveria haver.

É o preconceito que o paciente psiquiátrico sofre quando está em crise. Quando ele diz alguma coisa algum profissional de saúde mental, ou mesmo familiar diz:
__Não liga para o que ele está dizendo. ele não está bem.
Geralmente dizem isso quando a pessoa em tratamento psíquico não está por perto. Para não contrariá-lo. Realmente, esse é um preconceito nojento, que me assusta.

A duras penas eu admito que estou me sentindo doente. E pode ser algo a ver com minha doença mental. Daí quer dizer que as coisas que eu digo agora não tem valor porque eu não estou "bem"? Eu estou com medo de admitir para as pessoas com quem trabalho que estou me sentindo doente. Tenho medo deles acharem que o que eu falo agora não tem valor por eu estar doente. Esse preconceito é horrível.

Claro que você deve estar pensando que talvez eu esteja enganado e as pessoas não achem isso quando eu disser que me sinto doente. Eu realmente espero que as pessoas não achem isso, mas eu estou dizendo isso pelo que eu já vi pessoas falando sobre outros companheiros pacientes psiquiátricos. É lamentável, mas é bom ter esperança que o preconceito vai diminuir.

Outro preconceito na saúde mental

Outro preconceito é tentar ligar a doença mental de alguém a algum problema pessoal, algum estresse. Eu estou me sentindo doente e posso garantir para você que na minha vida tudo vai bem. Com exceção da sensação de doença. Eu estou entusiasmado com meus estudos, estou estudando e tudo, mas sinto sintomas parecidos com depressão de vez em quando. O que é contraditório. Eu não estou desanimado, mas de vez em quando sinto falta de apetite.

Enfim, nem sempre dá para colocar a culpa de uma doença nos problemas pessoais de uma pessoa. (Acho que os psiquiatras e psicólogos vão odiar o que eu escrevi.)

Meu objetivo não é ofender profissionais de saúde mental

Imagine que há algum técnico no CAPS Rubens Corrêa que visita o PACIENTE PSIQUIÁTRICO. Isso é bom, pois mostra que esse profissional tem interesse em pessoas que fazem tratamento psíquico. É realmente um ato de grande consideração a todos nós. Deve ser um profissional promissor. Mas a questão é que muitos profissionais se sentiram ofendidos com uma postagem, portanto eu fiz alterações, sem tirar o protesto.

O objetivo do blog não é ofender. Mas sim protestar. Um protesto não tem o objetivo de mudar o mundo, e sim de fazer refletir. O protesto não vai sair, mas a linguagem foi revisada e eu peço desculpas àqueles que sentiram ofendidos. MAS O PROTESTO CONTINUA.

Eu não pude responder a pergunta POR QUE VOCÊ NÃO FALOU COM A PESSOA? É que a maioria das vezes que eu falo com um psicólogo ou psiquiatra eu tenho a sensação que estou sendo consultado, e não conversando. Consultado, cada palavra sua conta pontos que definem se você está bem ou não. Francamente. Eu não preciso disso.

Um comentário:

  1. Olá, achei seu blog e achei interessante o que você diz. Bom, eu tive um problema sério que quase me levou a personalidades multiplas ou esquizofrenia... e por isso criei um blog com o objetivo de ajudar pessoas que passam pelo que eu já passei. O preconceito é inevitavel. Ainda mais no meu caso onde nunca se sabe se estou falando a verdade ou não. É triste, mas a gente ficar marcado por um problema que não escolhemos. Por algo que nunca quisermos ser. E por mais que vc se esforce para mudar, as pessoas dizem "coitadinho, ele é doente" ou "ela não presta, está usando a doença para se safar". É triste!

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Portanto, se houver algo a ser corrigido aqui, publique nos comentários, mas COM PROVAS, como eu faço.

Algumas pessoas, ao tomar medicações psiquiátricas ou drogas ilícitas, não sofrem efeitos adversos significativos (como vemos algumas pessoas que fumam a vida toda e morrem de velhice.) Portanto verei como normal algumas pessoas dizerem que nunca sentiram nenhum efeito colateral ao tomar determinado psicotrópico.

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