Vou descrever um estranho episódio de meu dia-a-dia. Ou melhor, vou descrever um episódio do estranho dia-a-dia de minha casa, para que as pessoas entendam como é terrível o ambiente de preconceito e discriminação em que vivo. O episódio aconteceu ontem, 24 de maio.
Eu me preparava para tomar banho para sair quando meu irmão acendeu o fogo para esquentar feijão. Enquanto eu estava no banho o ouvi gritar: "Eu vou desligar o fogo, senão o feijão vai queimar!" Eu não acreditei que ele estivesse falando comigo. Não teria sentido. Mas ele continuou gritando. A única coisa que eu podia fazer era ignorar os gritos. Por fim ele parou de gritar, mas logo senti o cheiro do feijão queimando, e podia ouvir o estalo do feijão queimando. Ele não tinha desligado o fogo.
Aí fica uma pergunta que eu me fiz o dia todo, na rua: qual o sentido disso? Por que esse indivíduo procede dessa maneira absurda? Por que ele ligou o fogo e queria que eu saísse do banho para desligar? Obviamente eu IGNOREI. O cara é encrenqueiro. Se eu respondesse a essa situação absurda ia dar briga COM CERTEZA. Eu não ia arrumar briga por essa situação absurda que ele armou. Minutos passaram, o feijão continuou queimando e ele foi fazer outra coisa. Muito tempo depois, ele por fim desligou.
Agora me responda: qual o sentido desse comportamento da parte desse irmão? A reação natural dele não seria desligar o fogo? A única resposta que me vem a cabeça é que ele queria me convencer que quem tinha ligado tinha sido eu; e que eu tinha esquecido por causa da doença mental. Em outras palavras, ele queria passar a ideia de que eu estava SURTANDO. E se por acaso eu tivesse ligado e tivesse esquecido, por que ele simplesmente não desligou? Esse é o ambiente absurdo em que eu vivo. Minha melhor defesa é evitar esse indivíduo o máximo.
Recentemente uma pessoa muito importante para mim disse que eu estava delirando, isso por Internet. Tive que dizer para a pessoa que ela acha que sabe tudo para poder dizer que eu estou delirando, à distância, e sem ser psiquiatra. Já ouvi coisas parecidas de outras pessoas.
Desculpe-me, mas eu tenho que responder dessa forma, para que as pessoas percebam que estão criando estigma, estão discriminando, estão prejulgando e estão OFENDENDO SERIAMENTE, mesmo sem perceber. Mesmo se fossem psiquiatras, não poderiam fazer um diagnóstico à distância.
Para você ter uma ideia de meu dia-a-dia com a discriminação em casa, um dia eu estava falando para esse irmão sobre os direitos dos pacientes psiquiátricos serem tratados com humanidade e ele disse que os doutores disseram que não tem que me ouvir porque eu sou maluco. Aí eu disse para ele que eu estou lutando pelos direitos dele também, pois ele cometeu estupro por um problema mental. Aí ele disse que eu estava delirando, e que nada disso tinha acontecido.
Para você ter uma ideia do estigma. Se eu não tivesse um diário onde eu tenho anotado o dia em que ele foi preso por estupro, eu ficaria em dúvida, e provavelmente acabaria internado no manicômio novamente, achando que estava de fato delirando. Portanto NUNCA diga uma coisa dessas para quem você sabe que foi internado em manicômios várias vezes, e chegou a duvidar da própria existência.
-
Crônicas e textos sobre saúde mental. Por melhores formas de tratamento do sofrimento psíquico. Pelo fim das internações psiquiátricas involuntárias. Por exames laboratoriais antes da prescrição de psicotrópicos. Pela promoção de tratamentos alternativos. Pelo cumprimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Pelo fim dos abusos sexuais e exploração infantil.
25.5.13
24.5.13
Transtorno Bipolar e sua Biomitologia
Leia a importante entrevista abaixo com um ex-funcionário da Associação Britânica de Psicofarmacologia, e fique sabendo coisas chocantes sobre o "transtorno afetivo bipolar". O especialista nos informa, entre outras coisas, que transtorno bipolar NÃO É a mesma coisa que a doença maníaco-depressiva, como muitos erradamente pensam.
David Healy, um ex-secretário da British Association for Psychopharmacology (Associação Britânica de Psicofarmacologia), é autor de mais de 120 artigos e 14 livros, incluindo The Antidepressant Era (A Era do Antidepressivo), The Creation of Psychopharmacology (A Criação da Psicofarmacologia), e Mania, um novo livro sobre a fascinante história do transtorno bipolar. Sua crítica contra as práticas das empresas farmacêuticas o colocou em desacordo com os colegas da psiquiatria e farmacologia. Ao mesmo tempo, a sua perícia como um líder acadêmico incontestado, pesquisador e médico lhe dá uma perspectiva única sobre padrões e problemas na psiquiatria anglo-americana. Ele concordou recentemente em responder a uma série de perguntas sobre a crescente prevalência e definição alargada do transtorno bipolar.
Parte do que você descreve em seu novo livro "Mania: Uma Breve História do transtorno bipolar" é uma boa parte de "biomitologia" (biomythology) sobre a doença. Quais os aspectos em particular que você tem em mente?
"Biomythology" está ligado a "biobabble", um termo que eu criei em 1999, para se corresponder à expressão amplamente utilizada "psychobabble". (Babble = rumores. Logo, "psychobabble" se refere a falsas afirmações sobre problemas psíquicos, wenfim mitosd sobre doenças mentais) Biobabble se refere a coisas como a suposta redução dos níveis da serotonina e o desequilíbrio químico que dizem estar no centro dos distúrbios de humor, TDAH(Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e de ansiedade. Isto é tão mítico quanto as supostas alterações da libido que a teoria freudiana afirma que estão no centro dos transtornos psicodinâmicos.
Embora a libido e serotonina sejam coisas reais, a forma como esses termos foram usados uma vez por psicanalistas e por psicofarmacêuticos agora, especialmente no jeito como eles têm se diluído na cultura popular, não tem qualquer relação com qualquer nível subjacente de serotonina ou desequilíbrio químico mensurável ou distúrbio da libido. O que é surpreendente é a forma rápida que estes termos foram tomados pela cultura popular, e de uma maneira bem global, com tantas pessoas agora rotineiramente dizendo que seus níveis de serotonina estão descontrolados quando elas estão se sentindo mal ou erradas.
No caso do transtorno bipolar os "biomyths" (biomitos) se centram nas ideias sobre a estabilização do humor. Mas não há provas de que as drogas estabilizam humor. Na verdade, nem sequer é claro que faça sentido falar de um centro do humor no cérebro. Um outro pedaço da mitologia que visa manter as pessoas tomando as drogas diz que estas são supostamente neuro protetoras, mas não há provas de que este é o caso e, de fato, estas drogas podem levar a danos cerebrais.
Como é que o nosso entendimento de "mania" hoje se difere das concepções anteriores do fenômeno?
Transtorno bipolar em si é um pouco uma entidade mítica. Como é empregado agora o termo tem pouca relação com a clássica doença maníaco-depressiva, que obrigava as pessoas a serem hospitalizadas com um episódio da doença, seja depressão ou mania. Os problemas que, atualmente, estão agrupados sob o título "transtorno bipolar" são semelhantes aos problemas que, na década de 1960 e 1970, teriam sido chamados de "ansiedade" e tratados com tranquilizantes ou, durante a década de 1990, teriam sido identificados como "depressão" e tratados com antidepressivos.
Como é que passamos, tão rapidamente, na década de 1990, de um modelo de tratamento psicoterápico para crianças para um modelo de tratamento altamente relacionado às drogas?
Penso que um fator-chave para esta mudança foi a disponibilidade de critérios operacionais. Estes foram introduzidos em 1980 no DSM-III, a 3ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. A ideia foi a de cobrir a brecha entre os psicoterapeutas, por um lado, e os neurocientistas, por outro. Esperava-se que, se ambos os campos pudessem assegurar que os pacientes conseguissem critérios 5 de 9 para depressão, por exemplo, então, pelo menos, o grupo de pacientes seria homogêneo, mesmo se as opiniões sobre o que levou aos problemas não fossem.
Presumia-se, no entanto, que havia lugar para um julgamento clínico, para que uma paciente que reunia 5 dos 9 critérios para depressão, mas tinha gripe ou estava grávida fosse diagnosticada como grávida e não deprimida. Mas, em face da propaganda das empresas, e com o advento da Internet, o julgamento clínico se esvaziou. Pacientes na Internet ou diante dos materiais das empresas farmacêuticas agora facilmente acham que preenchem os critérios para um transtorno e muitas vezes não existe nada nem ninguém que possa dizer-lhes que isto não é o equivalente a ter o distúrbio.
Em casos extremos, tive pacientes com carreiras altamente sociais que vêm falar comigo e dizem que acham que têm síndrome de Asperger, porque eles viram na Internet e acham que eles cumprem os critérios para tal, quando, na verdade, quase por definição , essa pessoa pode não ter Síndrome de Asperger. Na ausência de julgamento clínico existe um padrão para uma opção de um medicamento biológico como solução. Critérios criam um problema para o qual uma droga é muitas vezes a resposta, em apenas da mesma forma que as medições de seus níveis lipídicos criam um problema do qual uma estatina é a solução.
Critérios operacionais estão interagindo aqui com uma certa perda da autoridade médica. Não é possível para uma médica (sic), hoje em dia, dizer a um paciente, "Baseado em meus 15 a 20 anos de experiência, você não tem PSPT(Perturbação de Stress Pós-Traumático)", ou seja o que for. Ela não pode dizer, "Nós não precisamos continuar esta conversa, volte quando você tiver uma formação médica e 15 anos de experiência clínica."
A médica (sic) tem que dialogar com o paciente sobre o nível do material que está lá fora, na cultura popular, e quando ela tenta fazer isso ela vai descobrir que ela está disputando com uma implantação extraordinariamente hábil desses materiais feitos pelo departamento de marketing das companhias farmacêuticas que são mestres em povoar a cultura geral para atender aos seus interesses.
Em meados da década de 1990, você nota, cerca de metade de todos os transtornos do humor foram redefinidos como transtorno bipolar, em vez de depressão. O que você acha que explica essa dramática mudança de perspectiva?
O principal evento em meados da década de 1990 que levou à mudança de perspectiva foi a comercialização de Depakote pela Abbott como um estabilizador do humor. Antes disso, o conceito de estabilização de humor não existia. E, embora em uma popular série televisiva podemos aceitar que Buffy a caça vampiros ganhe uma nova irmã na Temporada Cinco que tinha todo o tempo, mas nós não conhecíamos, não esperamos que isso aconteça na academia.
A introdução da estabilização de humor pela Abbott e outras companhias que pegaram o embalo para comercializar anticonvulsivantes e antipsicóticos foi, de fato, bastante comparável a Buffy obtendo uma nova irmã. Estabilização de humor não existia antes de meados da década de 1990. Não pode ser encontrado em nenhum dos livros anteriores de referência e jornais. Desde então, porém, agora temos seções para estabilizadores de humor em todos os livros sobre drogas psicotrópicas, e mais de uma centena de artigos por ano apresentando estabilização de humor nos seus títulos.
Da mesma forma, a Abbott e outras companhias, como a Lilly comercializando Zyprexa para transtorno bipolar, têm re-estruturado a doença maníaco-depressiva. Embora o termo transtorno bipolar estivesse presente desde 1980, doença maníaco-depressiva era o termo que era ainda mais comumente utilizado até meados da década de 1990 quando desaparece e é substituído por transtorno bipolar. Atualmente, mais de 500 artigos por ano colocam transtorno bipolar em seus títulos.
Você apenas tem que olhar para a Lilly que comercializou Donna nos documentos da internet sobre Zyprexa para ver o que está acontecendo aqui: "Donna é uma mãe solteira, de uns 30 anos, e aparece em seu escritório com roupas um tanto relaxadas e pouco à vontade. Sua principal queixa é "Eu me sinto tão ansiosa e irritada ultimamente." Hoje ela diz que tem dormido mais que o habitual e tem dificuldade para se concentrar no trabalho e em casa. No entanto, em várias consultas anteriores ela estava falante, eufórica, e relatou que tinha pouca necessidade de sono. Você a tem tratado com vários medicamentos, inclusive com antidepressivos com pouco sucesso... Você poderá garantir para Donna que Zyprexa é seguro e que irá ajudar a aliviar os sintomas contra os quais ela está lutando. "
Donna poderia ter destaque nos anúncios de tranquilizantes de 1960 a década de 80, ou de antidepressivos na década de 1990, e teria sido provavelmente mais susceptível de responder a qualquer um destes grupos de tratamento do que para um antipsicótico, e menos provável de ser prejudicado por eles do que por um antipsicótico. O que as empresas de marketing são muito boas de fazer é enquadrar as pessoas que têm sintomas comuns, que quase todos nós temos, numa maneira mais conveniente de conduzir a uma receita para o remédio do dia. É uma afronta para um século de pensamento psiquiátrico ver condições que pacientes como Donna têm como transtorno bipolar. Mas se um século de pensamento psiquiátrico costumava dizer alguma coisa, não diz mais.
Entre 1996-2001, você explica, houve um aumento de cinco vezes no uso de antipsicóticos (Zyprexa, Risperdal, Abilify, Seroquel, e outros) em pré-escolares e pré-adolescentes. Qual o papel que o DSM-IV desempenhou nisso, com a introdução da categoria, ainda controversa, transtorno bipolar II?
O conceito de transtorno bipolar juvenil voa ainda mais em face da sabedoria tradicional em psiquiatria do que em chamar Donna de bipolar. A partir de 2008, mais de um milhão de crianças nos Estados Unidos, em muitos casos pré-escolares estão tomando "estabilizadores de humor" para o transtorno bipolar, embora a condição permaneça desconhecida no resto do mundo.
Não estou certo de quanto DSM-IV(Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
4º Ed.) desempenhou algum papel nesta mudança. Acho que as empresas teriam encontrado uma maneira de criar essa mudança, mesmo sem a introdução do transtorno bipolar II no DSM-IV.
Então a quanto dessa mudança é atribuível aos antidepressivos ISRS (Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina)terem perdido a patente enquanto os antipsicóticos eram ainda grandes geradores de lucro?
Acho que este foi, de fato, pivô do que aconteceu. Os antidepressivos poderiam perder a patente enquanto que as drogas anticonvulsivantes eram mais velhas e poderiam ser repatenteadas para esta finalidade, e os antipsicóticos, que também poderiam ser (e foram) comercializados como estabilizadores de humor, iniciavam suas vidas de patentes.
Um ponto que está relacionado e que vale a pena trazer a tona é que a mudança ocorreu porque as empresas não foram capazes de fazer antidepressivos novos e mais eficazes. Se tivessem sido capazes de fazê-lo, acho que eles teriam provavelmente ficado com o modelo de depressão e não teriam feito a mudança para o transtorno bipolar.
Nos termos do que está acontecendo nos EUA, penso que temos de olhar para o modo como as empresas farmacêuticas têm habilmente explorado os médicos. Os médicos até que têm tentado ajudar. Embora as drogas apenas estejam disponíveis mediante receita médica,, os médicos tendem a ver passar um medicamento como um procedimento natural, enquanto que anteriormente tinham sido muito mais céticos sobre os benefícios dos tratamentos medicamentosos.
As empresas farmacêuticas têm arrumado uma situação em que acadêmicos se tornaram os principais oradores para as drogas. Vemos o Representante de vendas no canto e pensamos que podemos resistir facilmente aos seus encantos, mas acabamos deixando que eles dominem totalmente a situação. Mas é o meio acadêmico que vende as drogas. Os médicos que pensam que não são influenciado pelo marketing das empresas ouvem as vozes dos acadêmicos psiquiatras quando estes, no caso dos antidepressivos e antipsicóticos dado às crianças, têm falado sobre dados provenientes de testes controlados, e ao fazer isso eles têm sido, consciente ou inconscientemente, um instrumento para os departamentos de marketing das empresas.
Na sua opinião, a decisão da FDA em 2004 de adicionar advertências em caixa-preta aos ISRSs sobre uso pediátrico levou a mais prescrições off-label e até mesmo a uma guinada em direção aos antipsicóticos, presumindo-se que estes últimos são mais seguros para uso em crianças?
Acho que isto teve muito pouco efeito na mudança de depressão para transtorno bipolar, mas o que foi bastante surpreendente foi a rapidez em que as empresas foram capazes de utilizar a opinião dos poucos bipolarologistas (sic) que argumentavam que quando as crianças tornavam suicidas com antidepressivos não é a culpa da droga. O problema, eles diziam, decorre de um diagnóstico equivocado e, se pudéssemos apenas obter o diagnóstico correto e colocar a criança para tomar estabilizadores de humor, então não haveria problema.
Não há provas para esse ponto de vista, mas foi interessante ver como de apoio das empresas poderia pôr vento nas velas de uma tal perspectiva.
Também foi interessante ver como as pessoas ficavam meio delirantes por causa de uma ideia desta. Confrontados com detalhes, como voluntários saudáveis ficando suicidas ao tomar antidepressivos, dedicados "bipolarologistas" estavam prontos a dizer que isto só mostra que estas pessoas normais são bipolares latentes.
Neste caso, penso que a maioria das pessoas vai ver que "bipolaridade latente ", como um conceito, está funcionando um pouco como a forma latente da homossexualidade uma vez funcionou para os Freudianos. A maioria das pessoas também verá que o primeiro conceito é impossível. O que as empresas têm feito é passar um megafone para as mãos dos defensores desse ponto de vista sobre transtorno bipolar, que era até muito recentemente uma rara minoria.
E são os antipsicóticos na verdade mais seguros que antidepressivos?
Não, eles não são. Os antipsicóticos são tão perigosos quanto os antidepressivos. Antes da introdução dos antipsicóticos, as taxas de suicídio na esquizofrenia eram extremamente baixas, eram difíceis de diferenciar do resto da população. Desde a introdução dos antipsicóticos as taxas de suicídio subiram 10 - ou 20 vezes.
Muito antes de que os antidepressivos fossem relacionados a acatisia, os antipsicóticos eram universalmente reconhecidos como causadores desse problema. Também foi universalmente aceito que a acatisia que eles causavam tinha o risco de induzir o paciente ao suicídio ou à violência.
Eles também causam uma dependência física. Zyprexa está entre as drogas mais susceptíveis de fazer que as pessoas se tornem fisicamente dependentes dela. No que me diz respeito, a licença do Zyprexa para a suposta manutenção para tratamento de transtorno bipolar resulta de dados que são de fato excelente prova para o que provoca dependência física e os problemas que podem surgir quando o tratamento é interrompido.
Além disso, naturalmente, estas drogas são conhecidas por causar uma variedade de síndromes neurológicas, diabetes, problemas cardiovasculares, e outros problemas. É difícil compreender o quão cegos clínicos podem ficar para problemas como estes, em especial nos jovens que crescem e se tornam obesos e diabéticos bem diante de seus olhos.
Mas temos um campo que, quando confrontados com o óbvio, em vez disso optou por ouvir as vozes de Eli Lilly dizendo: "Oh não, não há qualquer problema com Zyprexa. A psicose é o que provoca diabetes - Henry Maudsley reconheceu isso 130 anos atrás". Bem, Henry Maudsley odiava pacientes, e viu pouquíssimos deles num tempo em que o diabetes era raro. Recentemente, olhamos para as admissões do Hospital de North Wales no período 1875-1924, vasculhando sua carreira, e entre os mais de 1200 casos admitidos por doença mental grave, ninguém tinha diabetes e ninguém passou a desenvolvê-la.
Também analisamos as admissões para a unidade local de saúde mental entre 1994 e 2007, e em mais de 400 internações primeiro ninguém tinha diabetes de tipo 2, mas o grupo como um todo passou a desenvolver diabetes em dobro da taxa nacional.
Isto não é surpreendente. O que é impressionante é como o campo inteiro engoliu a linha da Lilly, especialmente quando ela era tão implausível para começar. Tivemos grandes dificuldades para fazer que este artigo fosse publicado. Um jornal se recusou mesmo a revê-lo.
Uma forma de levantar um perfil de transtorno bipolar em crianças, você nota, era argumentar que elas tinham sido mal diagnosticadas com TDAH. Quais foram as implicações e os efeitos dessa solicitação?
No caso das crianças com TDAH, acho que precisamos observar é que na maior parte do mundo até muito recentemente (e ainda em países como a Índia), TDAH é um transtorno muito raro em que as crianças, geralmente meninos, são fisicamente muito hiperativos. Esta é uma condição que eles superam em sua adolescência. Tratamento com estimulantes pode fazer a diferença em casos como este. Se o tratamento é sempre necessário, no entanto, pode depender das circunstâncias da criança, por oposição à natureza de qualquer suposto condição.
É só num mundo onde escolaridade ou a adesão a um determinado conjunto de normas sociais é obrigatório que uma condição como TDAH se torna um transtorno. Houve uma maior tolerância ao longo de um século atrás do que existe atualmente para as crianças fazerem outras coisas na infância, e aguardarem até que se estabelecessem na adolescência, sem serem tratadas, para sua condição.
O que temos hoje não é TDAH como era classicamente entendido, mas sim um estado de coisas que temos tido ao longo dos séculos, que é o da "criança problema." Hoje, a criança problema é rotulada como tendo TDAH. Mas ter apenas um rótulo é muito limitante. A psiquiatria infantil (pedopsiquiatria) precisava de um outro distúrbio, e por esta razão a doença bipolar foi bem-vinda.
Nem todas as crianças acham os estimulantes adequados, e assim como com os ISRS e o transtorno bipolar, tornou-se muito conveniente dizer que os estimulantes não foram a causa do problema que a criança estava experimentando, a criança tinha na verdade um distúrbio diferente e, se pudéssemos apenas obter o diagnóstico correto então tudo ficaria no lugar.
Uma fenômeno fascinante, neste momento, é um claro efeito "looping" do TDAH em adultos. Muito recentemente as orientações(guidelines) para TDAH da NICE [National Institute for Health and Clinical Excellence] da Grã-Bretanha saiu e declarou que TDAH em adultos é um transtorno clínico válido. Estou certo de que há alguns anos, 85 a 90 por cento dos médicos do Reino Unido não teria pensado que TDAH em adultos era um transtorno clínico válido. Seria de se esperar que as orientações fossem um pouco conservadoras, mas neste caso o que parece que se vê é o processo das guias sair à frente no campo, levando os clínicos em uma direção que parece ser bastante surpreendente.
As empresas farmacêuticas compreendem muito bem que essas orientações que estão construindo devem ser neutras em termos de valor e seguir os dados. Isto significa que eles podem facilmente criar testes que podem mostrar vantagens mínimas para o seu medicamento para uma condição que eles chamaram de "TDAH adulto." Os autores das orientações têm pouca opção senão suspender a sentença e aceitar que a condição colocada deve ser real. Assim, por exemplo, como Lilly obteve, eles acabam aprovando a utilização de um agente como Strattera.
O que é surpreendente sobre a atual situação é que parece ser quase impossível chegar aos autores das orientações, que estão sentados no meio da estrada, imobilizados pelos faróis que chegam, fora do caminho dos farmacêuticos poderosos. Você pode mostrar como estão sendo manipulados, mas eles dão de ombros e perguntam, "O que podemos fazer?"
Começamos recentemente a um inquérito, aqui no Norte do País de Gales, olhando para os aspectos da situação. Em resposta a perguntas, aqui clínicos indicaram que três anos atrás estavam bastante certos de que eles não teriam utilizado TDAH adulto como uma condição válida, mas eles antecipam que daqui a três anos a eles provavelmente vão. Acho que isso mostra uma apreciação realista das habilidades das empresas para mudar o clima em que a prática clínica acontece, e da relativa futilidade de tentar se levantar contra tais mudanças.
Você tem que tratar pacientes reais. O que você diz a eles sobre estas condições e as suas opções do tratamento?
Muitos médicos, cientistas e pacientes ouviram falar do pós-modernismo. Eles já devem ter ouvido críticas das empresas contra alguém como eu, dizendo coisas como "Não dê ouvidos a ele, ele não passa de um pós-modernista". A implicação é que se trata de pós-modernismo, mas um distúrbio psiquiátrico, no seu próprio direito, em que professores universitários como eu recusam a admitir que haja qualquer realidade para o comportamento humano ou implicações físicas dos transtornos do comportamento humano. Em contrapartida, a história vai, lá estão os cientistas que trabalham no duro, para empresas farmacêuticas ou com empresas farmacêuticas que lidam apenas com fatos e dados duros, e a prova é que eles trazem novas drogas úteis para o mercado.
Bem, acho que a história de Donna acima ilustra é que os departamentos de marketing das empresas farmacêuticas que são, na realidade, pós-modernistas por excelência. Eles tratam o corpo humano (incluindo os seus transtornos e reclamações), como textos, que deve ser interpretado de uma forma este ano e de uma forma totalmente oposta em um ano ou dois mais tarde.
Em contrapartida, quando se trata dos perigos das drogas, assim como as empresas tabaqueiras, antes deles, o lema da indústria farmacêutica tornou-se "dúvida é o nosso produto", eles simplesmente se recusam a admitir que as suas drogas estão ligados a qualquer perigo em absoluto. . . até que a droga perde a patente. Você não pode obter uma melhor definição de pós-modernismo que "dúvida é o nosso produto."
Então, a questão de quais tratamentos são melhores: estou muito feliz que os pacientes que vem me ver que, em geral obtêm tratamentos mais eficazes e seguros para seus problemas do que eles obtêm de médicos que aderem às últimas orientações. O problema é que basta apenas eu tropeçar uma vez e ter um grande problema, enquanto que atrocidades podem ser cometidas do outro lado, sem ninguém vir a ser incomodado.
David Healy é o autor de 14 livros, incluindo o A Era do Antidepressivo, A Criação da Psicofarmacologia, Let Them Eat Prozac: The Unhealthy Relationship between the Pharmaceutical Industry and Depression (Deixe-os Comer Prozac: As Relações Nada Saudáveis Entre a Indústria Farmacêutica e a Depressão), e, mais recentemente, Mania: A Short History of Bipolar Disorder (Mania: Uma Breve História do transtorno bipolar). Christopher Lane é o autor mais recentemente de Shyness: How Normal Behavior Became a Sickness (Timidez: Como Um Comportamento Normal Se Tornou Uma Doença.
Entrevista do especialista em psicofarmacologia, David Healy. Leia a entrevista completa em Bipolar disorder and its biomythology: An interview with David Healy
David Healy, um ex-secretário da British Association for Psychopharmacology (Associação Britânica de Psicofarmacologia), é autor de mais de 120 artigos e 14 livros, incluindo The Antidepressant Era (A Era do Antidepressivo), The Creation of Psychopharmacology (A Criação da Psicofarmacologia), e Mania, um novo livro sobre a fascinante história do transtorno bipolar. Sua crítica contra as práticas das empresas farmacêuticas o colocou em desacordo com os colegas da psiquiatria e farmacologia. Ao mesmo tempo, a sua perícia como um líder acadêmico incontestado, pesquisador e médico lhe dá uma perspectiva única sobre padrões e problemas na psiquiatria anglo-americana. Ele concordou recentemente em responder a uma série de perguntas sobre a crescente prevalência e definição alargada do transtorno bipolar.
Parte do que você descreve em seu novo livro "Mania: Uma Breve História do transtorno bipolar" é uma boa parte de "biomitologia" (biomythology) sobre a doença. Quais os aspectos em particular que você tem em mente?
"Biomythology" está ligado a "biobabble", um termo que eu criei em 1999, para se corresponder à expressão amplamente utilizada "psychobabble". (Babble = rumores. Logo, "psychobabble" se refere a falsas afirmações sobre problemas psíquicos, wenfim mitosd sobre doenças mentais) Biobabble se refere a coisas como a suposta redução dos níveis da serotonina e o desequilíbrio químico que dizem estar no centro dos distúrbios de humor, TDAH(Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e de ansiedade. Isto é tão mítico quanto as supostas alterações da libido que a teoria freudiana afirma que estão no centro dos transtornos psicodinâmicos.
Embora a libido e serotonina sejam coisas reais, a forma como esses termos foram usados uma vez por psicanalistas e por psicofarmacêuticos agora, especialmente no jeito como eles têm se diluído na cultura popular, não tem qualquer relação com qualquer nível subjacente de serotonina ou desequilíbrio químico mensurável ou distúrbio da libido. O que é surpreendente é a forma rápida que estes termos foram tomados pela cultura popular, e de uma maneira bem global, com tantas pessoas agora rotineiramente dizendo que seus níveis de serotonina estão descontrolados quando elas estão se sentindo mal ou erradas.
No caso do transtorno bipolar os "biomyths" (biomitos) se centram nas ideias sobre a estabilização do humor. Mas não há provas de que as drogas estabilizam humor. Na verdade, nem sequer é claro que faça sentido falar de um centro do humor no cérebro. Um outro pedaço da mitologia que visa manter as pessoas tomando as drogas diz que estas são supostamente neuro protetoras, mas não há provas de que este é o caso e, de fato, estas drogas podem levar a danos cerebrais.
Como é que o nosso entendimento de "mania" hoje se difere das concepções anteriores do fenômeno?
Transtorno bipolar em si é um pouco uma entidade mítica. Como é empregado agora o termo tem pouca relação com a clássica doença maníaco-depressiva, que obrigava as pessoas a serem hospitalizadas com um episódio da doença, seja depressão ou mania. Os problemas que, atualmente, estão agrupados sob o título "transtorno bipolar" são semelhantes aos problemas que, na década de 1960 e 1970, teriam sido chamados de "ansiedade" e tratados com tranquilizantes ou, durante a década de 1990, teriam sido identificados como "depressão" e tratados com antidepressivos.
Como é que passamos, tão rapidamente, na década de 1990, de um modelo de tratamento psicoterápico para crianças para um modelo de tratamento altamente relacionado às drogas?
Penso que um fator-chave para esta mudança foi a disponibilidade de critérios operacionais. Estes foram introduzidos em 1980 no DSM-III, a 3ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. A ideia foi a de cobrir a brecha entre os psicoterapeutas, por um lado, e os neurocientistas, por outro. Esperava-se que, se ambos os campos pudessem assegurar que os pacientes conseguissem critérios 5 de 9 para depressão, por exemplo, então, pelo menos, o grupo de pacientes seria homogêneo, mesmo se as opiniões sobre o que levou aos problemas não fossem.
Presumia-se, no entanto, que havia lugar para um julgamento clínico, para que uma paciente que reunia 5 dos 9 critérios para depressão, mas tinha gripe ou estava grávida fosse diagnosticada como grávida e não deprimida. Mas, em face da propaganda das empresas, e com o advento da Internet, o julgamento clínico se esvaziou. Pacientes na Internet ou diante dos materiais das empresas farmacêuticas agora facilmente acham que preenchem os critérios para um transtorno e muitas vezes não existe nada nem ninguém que possa dizer-lhes que isto não é o equivalente a ter o distúrbio.
Em casos extremos, tive pacientes com carreiras altamente sociais que vêm falar comigo e dizem que acham que têm síndrome de Asperger, porque eles viram na Internet e acham que eles cumprem os critérios para tal, quando, na verdade, quase por definição , essa pessoa pode não ter Síndrome de Asperger. Na ausência de julgamento clínico existe um padrão para uma opção de um medicamento biológico como solução. Critérios criam um problema para o qual uma droga é muitas vezes a resposta, em apenas da mesma forma que as medições de seus níveis lipídicos criam um problema do qual uma estatina é a solução.
Critérios operacionais estão interagindo aqui com uma certa perda da autoridade médica. Não é possível para uma médica (sic), hoje em dia, dizer a um paciente, "Baseado em meus 15 a 20 anos de experiência, você não tem PSPT(Perturbação de Stress Pós-Traumático)", ou seja o que for. Ela não pode dizer, "Nós não precisamos continuar esta conversa, volte quando você tiver uma formação médica e 15 anos de experiência clínica."
A médica (sic) tem que dialogar com o paciente sobre o nível do material que está lá fora, na cultura popular, e quando ela tenta fazer isso ela vai descobrir que ela está disputando com uma implantação extraordinariamente hábil desses materiais feitos pelo departamento de marketing das companhias farmacêuticas que são mestres em povoar a cultura geral para atender aos seus interesses.
Em meados da década de 1990, você nota, cerca de metade de todos os transtornos do humor foram redefinidos como transtorno bipolar, em vez de depressão. O que você acha que explica essa dramática mudança de perspectiva?
O principal evento em meados da década de 1990 que levou à mudança de perspectiva foi a comercialização de Depakote pela Abbott como um estabilizador do humor. Antes disso, o conceito de estabilização de humor não existia. E, embora em uma popular série televisiva podemos aceitar que Buffy a caça vampiros ganhe uma nova irmã na Temporada Cinco que tinha todo o tempo, mas nós não conhecíamos, não esperamos que isso aconteça na academia.
A introdução da estabilização de humor pela Abbott e outras companhias que pegaram o embalo para comercializar anticonvulsivantes e antipsicóticos foi, de fato, bastante comparável a Buffy obtendo uma nova irmã. Estabilização de humor não existia antes de meados da década de 1990. Não pode ser encontrado em nenhum dos livros anteriores de referência e jornais. Desde então, porém, agora temos seções para estabilizadores de humor em todos os livros sobre drogas psicotrópicas, e mais de uma centena de artigos por ano apresentando estabilização de humor nos seus títulos.
Da mesma forma, a Abbott e outras companhias, como a Lilly comercializando Zyprexa para transtorno bipolar, têm re-estruturado a doença maníaco-depressiva. Embora o termo transtorno bipolar estivesse presente desde 1980, doença maníaco-depressiva era o termo que era ainda mais comumente utilizado até meados da década de 1990 quando desaparece e é substituído por transtorno bipolar. Atualmente, mais de 500 artigos por ano colocam transtorno bipolar em seus títulos.
Você apenas tem que olhar para a Lilly que comercializou Donna nos documentos da internet sobre Zyprexa para ver o que está acontecendo aqui: "Donna é uma mãe solteira, de uns 30 anos, e aparece em seu escritório com roupas um tanto relaxadas e pouco à vontade. Sua principal queixa é "Eu me sinto tão ansiosa e irritada ultimamente." Hoje ela diz que tem dormido mais que o habitual e tem dificuldade para se concentrar no trabalho e em casa. No entanto, em várias consultas anteriores ela estava falante, eufórica, e relatou que tinha pouca necessidade de sono. Você a tem tratado com vários medicamentos, inclusive com antidepressivos com pouco sucesso... Você poderá garantir para Donna que Zyprexa é seguro e que irá ajudar a aliviar os sintomas contra os quais ela está lutando. "
Donna poderia ter destaque nos anúncios de tranquilizantes de 1960 a década de 80, ou de antidepressivos na década de 1990, e teria sido provavelmente mais susceptível de responder a qualquer um destes grupos de tratamento do que para um antipsicótico, e menos provável de ser prejudicado por eles do que por um antipsicótico. O que as empresas de marketing são muito boas de fazer é enquadrar as pessoas que têm sintomas comuns, que quase todos nós temos, numa maneira mais conveniente de conduzir a uma receita para o remédio do dia. É uma afronta para um século de pensamento psiquiátrico ver condições que pacientes como Donna têm como transtorno bipolar. Mas se um século de pensamento psiquiátrico costumava dizer alguma coisa, não diz mais.
Entre 1996-2001, você explica, houve um aumento de cinco vezes no uso de antipsicóticos (Zyprexa, Risperdal, Abilify, Seroquel, e outros) em pré-escolares e pré-adolescentes. Qual o papel que o DSM-IV desempenhou nisso, com a introdução da categoria, ainda controversa, transtorno bipolar II?
O conceito de transtorno bipolar juvenil voa ainda mais em face da sabedoria tradicional em psiquiatria do que em chamar Donna de bipolar. A partir de 2008, mais de um milhão de crianças nos Estados Unidos, em muitos casos pré-escolares estão tomando "estabilizadores de humor" para o transtorno bipolar, embora a condição permaneça desconhecida no resto do mundo.
Não estou certo de quanto DSM-IV(Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
4º Ed.) desempenhou algum papel nesta mudança. Acho que as empresas teriam encontrado uma maneira de criar essa mudança, mesmo sem a introdução do transtorno bipolar II no DSM-IV.
Então a quanto dessa mudança é atribuível aos antidepressivos ISRS (Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina)terem perdido a patente enquanto os antipsicóticos eram ainda grandes geradores de lucro?
Acho que este foi, de fato, pivô do que aconteceu. Os antidepressivos poderiam perder a patente enquanto que as drogas anticonvulsivantes eram mais velhas e poderiam ser repatenteadas para esta finalidade, e os antipsicóticos, que também poderiam ser (e foram) comercializados como estabilizadores de humor, iniciavam suas vidas de patentes.
Um ponto que está relacionado e que vale a pena trazer a tona é que a mudança ocorreu porque as empresas não foram capazes de fazer antidepressivos novos e mais eficazes. Se tivessem sido capazes de fazê-lo, acho que eles teriam provavelmente ficado com o modelo de depressão e não teriam feito a mudança para o transtorno bipolar.
Nos termos do que está acontecendo nos EUA, penso que temos de olhar para o modo como as empresas farmacêuticas têm habilmente explorado os médicos. Os médicos até que têm tentado ajudar. Embora as drogas apenas estejam disponíveis mediante receita médica,, os médicos tendem a ver passar um medicamento como um procedimento natural, enquanto que anteriormente tinham sido muito mais céticos sobre os benefícios dos tratamentos medicamentosos.
As empresas farmacêuticas têm arrumado uma situação em que acadêmicos se tornaram os principais oradores para as drogas. Vemos o Representante de vendas no canto e pensamos que podemos resistir facilmente aos seus encantos, mas acabamos deixando que eles dominem totalmente a situação. Mas é o meio acadêmico que vende as drogas. Os médicos que pensam que não são influenciado pelo marketing das empresas ouvem as vozes dos acadêmicos psiquiatras quando estes, no caso dos antidepressivos e antipsicóticos dado às crianças, têm falado sobre dados provenientes de testes controlados, e ao fazer isso eles têm sido, consciente ou inconscientemente, um instrumento para os departamentos de marketing das empresas.
Na sua opinião, a decisão da FDA em 2004 de adicionar advertências em caixa-preta aos ISRSs sobre uso pediátrico levou a mais prescrições off-label e até mesmo a uma guinada em direção aos antipsicóticos, presumindo-se que estes últimos são mais seguros para uso em crianças?
Acho que isto teve muito pouco efeito na mudança de depressão para transtorno bipolar, mas o que foi bastante surpreendente foi a rapidez em que as empresas foram capazes de utilizar a opinião dos poucos bipolarologistas (sic) que argumentavam que quando as crianças tornavam suicidas com antidepressivos não é a culpa da droga. O problema, eles diziam, decorre de um diagnóstico equivocado e, se pudéssemos apenas obter o diagnóstico correto e colocar a criança para tomar estabilizadores de humor, então não haveria problema.
Não há provas para esse ponto de vista, mas foi interessante ver como de apoio das empresas poderia pôr vento nas velas de uma tal perspectiva.
Também foi interessante ver como as pessoas ficavam meio delirantes por causa de uma ideia desta. Confrontados com detalhes, como voluntários saudáveis ficando suicidas ao tomar antidepressivos, dedicados "bipolarologistas" estavam prontos a dizer que isto só mostra que estas pessoas normais são bipolares latentes.
Neste caso, penso que a maioria das pessoas vai ver que "bipolaridade latente ", como um conceito, está funcionando um pouco como a forma latente da homossexualidade uma vez funcionou para os Freudianos. A maioria das pessoas também verá que o primeiro conceito é impossível. O que as empresas têm feito é passar um megafone para as mãos dos defensores desse ponto de vista sobre transtorno bipolar, que era até muito recentemente uma rara minoria.
E são os antipsicóticos na verdade mais seguros que antidepressivos?
Não, eles não são. Os antipsicóticos são tão perigosos quanto os antidepressivos. Antes da introdução dos antipsicóticos, as taxas de suicídio na esquizofrenia eram extremamente baixas, eram difíceis de diferenciar do resto da população. Desde a introdução dos antipsicóticos as taxas de suicídio subiram 10 - ou 20 vezes.
Muito antes de que os antidepressivos fossem relacionados a acatisia, os antipsicóticos eram universalmente reconhecidos como causadores desse problema. Também foi universalmente aceito que a acatisia que eles causavam tinha o risco de induzir o paciente ao suicídio ou à violência.
Eles também causam uma dependência física. Zyprexa está entre as drogas mais susceptíveis de fazer que as pessoas se tornem fisicamente dependentes dela. No que me diz respeito, a licença do Zyprexa para a suposta manutenção para tratamento de transtorno bipolar resulta de dados que são de fato excelente prova para o que provoca dependência física e os problemas que podem surgir quando o tratamento é interrompido.
Além disso, naturalmente, estas drogas são conhecidas por causar uma variedade de síndromes neurológicas, diabetes, problemas cardiovasculares, e outros problemas. É difícil compreender o quão cegos clínicos podem ficar para problemas como estes, em especial nos jovens que crescem e se tornam obesos e diabéticos bem diante de seus olhos.
Mas temos um campo que, quando confrontados com o óbvio, em vez disso optou por ouvir as vozes de Eli Lilly dizendo: "Oh não, não há qualquer problema com Zyprexa. A psicose é o que provoca diabetes - Henry Maudsley reconheceu isso 130 anos atrás". Bem, Henry Maudsley odiava pacientes, e viu pouquíssimos deles num tempo em que o diabetes era raro. Recentemente, olhamos para as admissões do Hospital de North Wales no período 1875-1924, vasculhando sua carreira, e entre os mais de 1200 casos admitidos por doença mental grave, ninguém tinha diabetes e ninguém passou a desenvolvê-la.
Também analisamos as admissões para a unidade local de saúde mental entre 1994 e 2007, e em mais de 400 internações primeiro ninguém tinha diabetes de tipo 2, mas o grupo como um todo passou a desenvolver diabetes em dobro da taxa nacional.
Isto não é surpreendente. O que é impressionante é como o campo inteiro engoliu a linha da Lilly, especialmente quando ela era tão implausível para começar. Tivemos grandes dificuldades para fazer que este artigo fosse publicado. Um jornal se recusou mesmo a revê-lo.
Uma forma de levantar um perfil de transtorno bipolar em crianças, você nota, era argumentar que elas tinham sido mal diagnosticadas com TDAH. Quais foram as implicações e os efeitos dessa solicitação?
No caso das crianças com TDAH, acho que precisamos observar é que na maior parte do mundo até muito recentemente (e ainda em países como a Índia), TDAH é um transtorno muito raro em que as crianças, geralmente meninos, são fisicamente muito hiperativos. Esta é uma condição que eles superam em sua adolescência. Tratamento com estimulantes pode fazer a diferença em casos como este. Se o tratamento é sempre necessário, no entanto, pode depender das circunstâncias da criança, por oposição à natureza de qualquer suposto condição.
É só num mundo onde escolaridade ou a adesão a um determinado conjunto de normas sociais é obrigatório que uma condição como TDAH se torna um transtorno. Houve uma maior tolerância ao longo de um século atrás do que existe atualmente para as crianças fazerem outras coisas na infância, e aguardarem até que se estabelecessem na adolescência, sem serem tratadas, para sua condição.
O que temos hoje não é TDAH como era classicamente entendido, mas sim um estado de coisas que temos tido ao longo dos séculos, que é o da "criança problema." Hoje, a criança problema é rotulada como tendo TDAH. Mas ter apenas um rótulo é muito limitante. A psiquiatria infantil (pedopsiquiatria) precisava de um outro distúrbio, e por esta razão a doença bipolar foi bem-vinda.
Nem todas as crianças acham os estimulantes adequados, e assim como com os ISRS e o transtorno bipolar, tornou-se muito conveniente dizer que os estimulantes não foram a causa do problema que a criança estava experimentando, a criança tinha na verdade um distúrbio diferente e, se pudéssemos apenas obter o diagnóstico correto então tudo ficaria no lugar.
Uma fenômeno fascinante, neste momento, é um claro efeito "looping" do TDAH em adultos. Muito recentemente as orientações(guidelines) para TDAH da NICE [National Institute for Health and Clinical Excellence] da Grã-Bretanha saiu e declarou que TDAH em adultos é um transtorno clínico válido. Estou certo de que há alguns anos, 85 a 90 por cento dos médicos do Reino Unido não teria pensado que TDAH em adultos era um transtorno clínico válido. Seria de se esperar que as orientações fossem um pouco conservadoras, mas neste caso o que parece que se vê é o processo das guias sair à frente no campo, levando os clínicos em uma direção que parece ser bastante surpreendente.
As empresas farmacêuticas compreendem muito bem que essas orientações que estão construindo devem ser neutras em termos de valor e seguir os dados. Isto significa que eles podem facilmente criar testes que podem mostrar vantagens mínimas para o seu medicamento para uma condição que eles chamaram de "TDAH adulto." Os autores das orientações têm pouca opção senão suspender a sentença e aceitar que a condição colocada deve ser real. Assim, por exemplo, como Lilly obteve, eles acabam aprovando a utilização de um agente como Strattera.
O que é surpreendente sobre a atual situação é que parece ser quase impossível chegar aos autores das orientações, que estão sentados no meio da estrada, imobilizados pelos faróis que chegam, fora do caminho dos farmacêuticos poderosos. Você pode mostrar como estão sendo manipulados, mas eles dão de ombros e perguntam, "O que podemos fazer?"
Começamos recentemente a um inquérito, aqui no Norte do País de Gales, olhando para os aspectos da situação. Em resposta a perguntas, aqui clínicos indicaram que três anos atrás estavam bastante certos de que eles não teriam utilizado TDAH adulto como uma condição válida, mas eles antecipam que daqui a três anos a eles provavelmente vão. Acho que isso mostra uma apreciação realista das habilidades das empresas para mudar o clima em que a prática clínica acontece, e da relativa futilidade de tentar se levantar contra tais mudanças.
Você tem que tratar pacientes reais. O que você diz a eles sobre estas condições e as suas opções do tratamento?
Muitos médicos, cientistas e pacientes ouviram falar do pós-modernismo. Eles já devem ter ouvido críticas das empresas contra alguém como eu, dizendo coisas como "Não dê ouvidos a ele, ele não passa de um pós-modernista". A implicação é que se trata de pós-modernismo, mas um distúrbio psiquiátrico, no seu próprio direito, em que professores universitários como eu recusam a admitir que haja qualquer realidade para o comportamento humano ou implicações físicas dos transtornos do comportamento humano. Em contrapartida, a história vai, lá estão os cientistas que trabalham no duro, para empresas farmacêuticas ou com empresas farmacêuticas que lidam apenas com fatos e dados duros, e a prova é que eles trazem novas drogas úteis para o mercado.
Bem, acho que a história de Donna acima ilustra é que os departamentos de marketing das empresas farmacêuticas que são, na realidade, pós-modernistas por excelência. Eles tratam o corpo humano (incluindo os seus transtornos e reclamações), como textos, que deve ser interpretado de uma forma este ano e de uma forma totalmente oposta em um ano ou dois mais tarde.
Em contrapartida, quando se trata dos perigos das drogas, assim como as empresas tabaqueiras, antes deles, o lema da indústria farmacêutica tornou-se "dúvida é o nosso produto", eles simplesmente se recusam a admitir que as suas drogas estão ligados a qualquer perigo em absoluto. . . até que a droga perde a patente. Você não pode obter uma melhor definição de pós-modernismo que "dúvida é o nosso produto."
Então, a questão de quais tratamentos são melhores: estou muito feliz que os pacientes que vem me ver que, em geral obtêm tratamentos mais eficazes e seguros para seus problemas do que eles obtêm de médicos que aderem às últimas orientações. O problema é que basta apenas eu tropeçar uma vez e ter um grande problema, enquanto que atrocidades podem ser cometidas do outro lado, sem ninguém vir a ser incomodado.
David Healy é o autor de 14 livros, incluindo o A Era do Antidepressivo, A Criação da Psicofarmacologia, Let Them Eat Prozac: The Unhealthy Relationship between the Pharmaceutical Industry and Depression (Deixe-os Comer Prozac: As Relações Nada Saudáveis Entre a Indústria Farmacêutica e a Depressão), e, mais recentemente, Mania: A Short History of Bipolar Disorder (Mania: Uma Breve História do transtorno bipolar). Christopher Lane é o autor mais recentemente de Shyness: How Normal Behavior Became a Sickness (Timidez: Como Um Comportamento Normal Se Tornou Uma Doença.
Entrevista do especialista em psicofarmacologia, David Healy. Leia a entrevista completa em Bipolar disorder and its biomythology: An interview with David Healy
23.5.13
Como encaminhar denúncias de maus tratos - Resposta aos familiares de pacientes psiquiátricos maltratados em instituições psiquiátricas
Para se fazer qualquer denúncia contra maus tratos ou mau atendimento de instituições de saúde mental é IMPRESCINDÍVEL o apoio direto de familiares, por causa do grande estigma contra pacientes psiquiátricos. Uma denúncia pode ser encaminhada para a OUVIDORIA DA SAÚDE ou para o MINISTÉRIO PÚBLICO, ou um advogado particular. E também é possível se fazer uma denúncia direta numa delegacia, através de um boletim de ocorrência, como mostrei na publicação: Família se revoltou e chamou a polícia contra os maus tratos do CAPS.
Eu conversei com Rodrigo Jorge Bucker e com Nercinda Heiderich sobre isso.
Se um paciente psiquiátrico busca fazer denúncias sozinho, podem considerar isso um sintoma de doença mental. Foi até proposto um diagnóstico para isso. O doutor Robert Gordon considerou isso um transtorno, que ele chama de "LEGOFILIA". Ou seja, geralmente, quando um paciente psiquiátrico vai denunciar maus tratos e mau atendimento consideram que ele é um "LEGOFILÍACO". (Fonte: Forensic Psychology, página 56. Estou deixando fonte para que as pessoas saibam que eu NÃO ESTOU BRINCANDO, NEM EXAGERANDO. Eu não brincaria com uma coisa séria dessas.)
Uma denúncia contra uma grande clínica é complicado, pois os donos têm muito dinheiro para contratar ótimos advogados. Mas ainda assim, familiares podem conseguir vencer uma batalha judicial se vários familiares de pacientes da clínica se unirem, mostrando não apenas um mau trato isolado, mas vários, pois assim se causa um forte impacto aumentando a possibilidade de a Justiça ser feita.
A leitora Shirlei deixou o seguinte comentário:
"MEU DEUS PARECE QUE ESTÃO FALANDO DE MIM. TENHO UM IRMÃO QUE ESTA EM CRISE DESDE NOVEMBRO DE 2012 A 19 ANOS CUIDO DELE SEM RECLAMAR. SÓ QUE AGORA JÁ NÃO AGUENTO MAIS. ELE ESTA SENDO ATENDIDO NO CAPS III NO ALEMÃO. SÓ QUE NÃO FUNCIONA COMO O POVO PENSA. EU TENHO QUE LEVAR E BUSCAR TODOS OS DIAS E LÁ ELE FICA ATOA O DIA INTEIRO. A MEDICAÇÃO QUEM DÁ SOU EU. SERÁ QUE ALGUÉM CONHECE UM LUGAR QUE EU POSSA PAGAR COM O SALÁRIO DELE?" Comentário de SHIRLEI, na publicação Reforma psiquiátrica X Internação.
Shirlei, infelizmente, com um salário de aposentadoria não é possível pagar um atendimento decente. Mas suas observações ajudarão na luta por melhor atendimento. Infelizmente, aposentar pessoas com transtornos psiquiátricos é uma manobra política. Seria melhor garantir um atendimento decente em vez de aposentar, pois assim os pacientes se recuperariam e poderiam trabalhar normalmente. Pois, como você notou, CAPS são politicagem.
Um espertalhão da psiquiatria escreveu um livro sobre CAPS para se promover. E infelizmente conseguiu se promover. Às nossas custas.
-
Eu conversei com Rodrigo Jorge Bucker e com Nercinda Heiderich sobre isso.
Se um paciente psiquiátrico busca fazer denúncias sozinho, podem considerar isso um sintoma de doença mental. Foi até proposto um diagnóstico para isso. O doutor Robert Gordon considerou isso um transtorno, que ele chama de "LEGOFILIA". Ou seja, geralmente, quando um paciente psiquiátrico vai denunciar maus tratos e mau atendimento consideram que ele é um "LEGOFILÍACO". (Fonte: Forensic Psychology, página 56. Estou deixando fonte para que as pessoas saibam que eu NÃO ESTOU BRINCANDO, NEM EXAGERANDO. Eu não brincaria com uma coisa séria dessas.)
Uma denúncia contra uma grande clínica é complicado, pois os donos têm muito dinheiro para contratar ótimos advogados. Mas ainda assim, familiares podem conseguir vencer uma batalha judicial se vários familiares de pacientes da clínica se unirem, mostrando não apenas um mau trato isolado, mas vários, pois assim se causa um forte impacto aumentando a possibilidade de a Justiça ser feita.
A leitora Shirlei deixou o seguinte comentário:
"MEU DEUS PARECE QUE ESTÃO FALANDO DE MIM. TENHO UM IRMÃO QUE ESTA EM CRISE DESDE NOVEMBRO DE 2012 A 19 ANOS CUIDO DELE SEM RECLAMAR. SÓ QUE AGORA JÁ NÃO AGUENTO MAIS. ELE ESTA SENDO ATENDIDO NO CAPS III NO ALEMÃO. SÓ QUE NÃO FUNCIONA COMO O POVO PENSA. EU TENHO QUE LEVAR E BUSCAR TODOS OS DIAS E LÁ ELE FICA ATOA O DIA INTEIRO. A MEDICAÇÃO QUEM DÁ SOU EU. SERÁ QUE ALGUÉM CONHECE UM LUGAR QUE EU POSSA PAGAR COM O SALÁRIO DELE?" Comentário de SHIRLEI, na publicação Reforma psiquiátrica X Internação.
Shirlei, infelizmente, com um salário de aposentadoria não é possível pagar um atendimento decente. Mas suas observações ajudarão na luta por melhor atendimento. Infelizmente, aposentar pessoas com transtornos psiquiátricos é uma manobra política. Seria melhor garantir um atendimento decente em vez de aposentar, pois assim os pacientes se recuperariam e poderiam trabalhar normalmente. Pois, como você notou, CAPS são politicagem.
Um espertalhão da psiquiatria escreveu um livro sobre CAPS para se promover. E infelizmente conseguiu se promover. Às nossas custas.
-
22.5.13
Família se revoltou e chamou a polícia contra os maus tratos do CAPS
Isso aconteceu por volta do ano 2008. Havia uma agitação na entrada do CAPS de Irajá. Um policial havia sido enviado ao CAPS para proteger o paciente do mau trato evidente. A família tinha buscado atendimento no CAPS de Irajá. Os profissionais do CAPS se recusaram a atender e disseram para que fossem ao CAPS de Guadalupe. No CAPS de Guadalupe disseram para que buscassem atendimento no CAPS de Irajá. Voltando ao CAPS de Irajá, os profissionais do CAPS recusaram atendimento de novo, dizendo que não havia vaga. Revoltada, a família fez uma denúncia na delegacia mais próxima.
Ao ver a cena, era difícil para mim saber quem era o familiar e quem era o paciente em questão. Havia uma mulher e um homem bem mais velho. A mulher era muito bonita, porém estava revoltadíssima. Já o homem parecia mais calmo. A mulher estava tão revoltada que cheguei a pensar que ela que fosse a paciente. Mas o paciente era o homem. E me surpreendeu muito saber que a mulher era esposa dele! Com a presença da polícia o homem foi finalmente atendido.
A presença da família é imprescindível para denunciar maus tratos e mau atendimento na psiquiatria pública. Se esse paciente fosse fazer a denúncia sozinho, sequer o levariam a sério. Quando eu fui internado em 2001 no Sanatório Rio de Janeiro, a violência do pessoal da enfermagem era muito grande. Eles me amarravam com tanta violência que chegou a machucar meus pulsos. Por isso decidi mostrar as feridas para um familiar, para que houvesse uma denúncia e dessa forma parassem de maltratar os pacientes naquele manicômio. Porém o familiar não me levou a sério e apenas disse "É para seu bem".
Claro que ser covardemente torturado não faz bem a ninguém. O problema é que esse familiar era um irmão, e é um muito comum haver falta de amor entre irmãos, pois irmãos a gente não escolhe. A vantagem de meu companheiro paciente psiquiátrico é que a família que ele tinha era a esposa. Entre cônjuges, há mais possibilidades de amor e afeto verdadeiro, pois cônjuges a gente pode escolher.
De qualquer forma, é dever de todos os cidadãos denunciar abusos e maus tratos contra pacientes psiquiátricos. Quando um cidadão vê um mau trato e não denuncia ele é conivente. Mas quando uma pessoa da família vê um mau trato e não denuncia essa pessoa da família se torna CÚMPLICE e pode ser considerado co-autor do mau trato.
Continuarei depois com esse tema.
-
Ao ver a cena, era difícil para mim saber quem era o familiar e quem era o paciente em questão. Havia uma mulher e um homem bem mais velho. A mulher era muito bonita, porém estava revoltadíssima. Já o homem parecia mais calmo. A mulher estava tão revoltada que cheguei a pensar que ela que fosse a paciente. Mas o paciente era o homem. E me surpreendeu muito saber que a mulher era esposa dele! Com a presença da polícia o homem foi finalmente atendido.
A presença da família é imprescindível para denunciar maus tratos e mau atendimento na psiquiatria pública. Se esse paciente fosse fazer a denúncia sozinho, sequer o levariam a sério. Quando eu fui internado em 2001 no Sanatório Rio de Janeiro, a violência do pessoal da enfermagem era muito grande. Eles me amarravam com tanta violência que chegou a machucar meus pulsos. Por isso decidi mostrar as feridas para um familiar, para que houvesse uma denúncia e dessa forma parassem de maltratar os pacientes naquele manicômio. Porém o familiar não me levou a sério e apenas disse "É para seu bem".
Claro que ser covardemente torturado não faz bem a ninguém. O problema é que esse familiar era um irmão, e é um muito comum haver falta de amor entre irmãos, pois irmãos a gente não escolhe. A vantagem de meu companheiro paciente psiquiátrico é que a família que ele tinha era a esposa. Entre cônjuges, há mais possibilidades de amor e afeto verdadeiro, pois cônjuges a gente pode escolher.
De qualquer forma, é dever de todos os cidadãos denunciar abusos e maus tratos contra pacientes psiquiátricos. Quando um cidadão vê um mau trato e não denuncia ele é conivente. Mas quando uma pessoa da família vê um mau trato e não denuncia essa pessoa da família se torna CÚMPLICE e pode ser considerado co-autor do mau trato.
Continuarei depois com esse tema.
-
20.5.13
Poesia em Esperanto - Poezio en Esperanto
Poema em Esperanto. Para uma bela musa do Esperanto...
Halo, Renata! Bonvolu, legu
Mi faras poezion, se vi permesu
Mi parolas pri la plej bela pejzaĝo...
Kiu estas via vizaĝo!...
Mi parolas pri la plej bela rideto...
Kiu apartenas al vi!
Viaj dentoj kaj gingivo estas perfekteco
Kiu fariĝas via rideto
Mi parolas pri tio ĉi kaj tio...
Kiu vi faris al mi!...
Mi parolas pri via brilo de stelo
Kaj parolas pri mia korŝtelo
Mi ne povas diri ke vi estas pli bela ol ĉio
ĉar kiam mi vin vidas mi pensas pri nenio!
Kiam mi vin vidas en revo mem...
Ekzistas nur vi!...
Halo, Renata! Bonvolu, legu
Mi faras poezion, se vi permesu
Mi parolas pri la plej bela pejzaĝo...
Kiu estas via vizaĝo!...
Mi parolas pri la plej bela rideto...
Kiu apartenas al vi!
Viaj dentoj kaj gingivo estas perfekteco
Kiu fariĝas via rideto
Mi parolas pri tio ĉi kaj tio...
Kiu vi faris al mi!...
Mi parolas pri via brilo de stelo
Kaj parolas pri mia korŝtelo
Mi ne povas diri ke vi estas pli bela ol ĉio
ĉar kiam mi vin vidas mi pensas pri nenio!
Kiam mi vin vidas en revo mem...
Ekzistas nur vi!...
16.5.13
Abandono das famílias e indiferença da sociedade - A maior dificuldade dos esquizofrênicos
Pessoas afetadas com esquizofrenia teriam muito mais chances de se recuperar se houvesse um bom apoio da parte familiares. Pois doença mental é um problema social. Infelizmente, a desinformação leva familiares a quererem se livrar de seus doentes mentais. É muito triste para mim receber comentários como os seguintes:
"Estou precisando de ajuda, minha mãe tem problemas psiquiátricos gostaria de saber se aceitam ela ai, pois ela mora em Anchieta e ninguém quer aceitá-la essa clínica é de onde? Gostaria de levá-lá ai!
Aguardo a resposta."
"Olá..estou a procura de tratamento para meu irmão esquizofrênico e com surtos... ele é agressivo demasiado e o surto dele é quase 3 dias por semana... estou desesperado e procurando uma clinica ou asilo em Duque de Caxias, já que ele tem 57 anos... ele não consegue viver em sociedade e qualquer lugar que ele mora arruma confusão com os vizinhos.
Quem puder ajudar me informe por favor... obrigado!"
A pessoa diz que quer colocar o irmão esquizofrênico num asilo, pois ele já tem 57 anos, diz ele! Está claro que ele só quer se livrar do irmão, pois o irmão dele pode viver em sociedade, tanto que mora sozinho. Arrumar confusão "quase 3 dias por semana" não é motivo para afastar alguém da sociedade. Parece que essa pessoa só quer jogar o irmão num asilo e ficar com a casa dele. Triste isso. Lógico que com um irmão desses uma esquizofrênico tende a surtar mesmo!
"ESQUIZOFRENIA NÃO TEM CURA, TEM CONTROLE, MAS O PACIENTE TEM QUE ACEITAR TOMAR A MEDICAÇÃO, JÁ VI REMÉDIO PARA ESQUIZOFRENIA QUE CUSTA 30 COMPRIMIDOS, MAIS DE 500 REAIS.
ALÉM DELE TER QUE ACEITAR A TOMAR O REMÉDIO, ELE TEM QUE FAZER TERAPIA TAMBÉM.
É BARRA AMIGO. LEVE A UM PSIQUIATRA, SÓ ELES PODEM PASSAR REMÉDIO E DEPENDENDO DO REMÉDIO, NEM É RECEITA AZUL, É A AMARELA."
Quem escreveu este comentário acima deve ser dono de uma farmácia. Psicotrópicos só deveriam ser usados em emergências, como eu sempre digo. Narcóticos só deveriam ser usados em emergências.
Vários esquizofrênicos se recuperam, geralmente sem medicação, como foi o famoso caso de John Forbes Nash. John Forbes Nash teve grande apoio da esposa. Apoie o esquizofrênico e ele se recuperará e não precisará de psicotrópicos. Ao contrário do que muitos pensam, parece que medicação psiquiátrica tende a PIORAR doenças mentais ao invés de recuperar, infelizmente. No meu dia-a-dia, num Centro de Atenção Psicossocial, eu via essa PIORA todos os dias. Nota: caso esteja tomando medicação NUNCA DEIXE DE TOMAR SEM ORIENTAÇÕES MÉDICAS. AS SEQUELAS PODEM SER TERRÍVEIS NUMA RETIRADA SEM AUXÍLIO MÉDICO.
"POIS NÃO SOU PACIENTE PARA FICAR INTERNADO NUM HOSPITAL DE MALUCO."
Muitas pessoas chamam os manicômios de "hospitais de maluco", sem saber que mais cedo ou mais tarde poderão ser jogados lá contra sua vontade. Primeiro que não existe "hospitais de maluco", pois manicômios não podem ser chamados de hospitais, porque não são. Os pacientes com doenças mentais não são malucos, estão doentes.
Manicômios são uma instituição com objetivos políticos. Psicotrópicos são um golpe comercial. Não culpo os psiquiatras pelo terrível sistema explorador de doenças mentais, pois há bons psiquiatras que evitam usar esses psicotrópicos comerciais, mas digo com segurança que se a população conhecesse a história dos manicômios a população se revoltaria como nunca antes; e as pessoas ficariam tão furiosas que linchariam todos os psiquiatras. Sem brincadeira.
-
"Estou precisando de ajuda, minha mãe tem problemas psiquiátricos gostaria de saber se aceitam ela ai, pois ela mora em Anchieta e ninguém quer aceitá-la essa clínica é de onde? Gostaria de levá-lá ai!
Aguardo a resposta."
"Olá..estou a procura de tratamento para meu irmão esquizofrênico e com surtos... ele é agressivo demasiado e o surto dele é quase 3 dias por semana... estou desesperado e procurando uma clinica ou asilo em Duque de Caxias, já que ele tem 57 anos... ele não consegue viver em sociedade e qualquer lugar que ele mora arruma confusão com os vizinhos.
Quem puder ajudar me informe por favor... obrigado!"
A pessoa diz que quer colocar o irmão esquizofrênico num asilo, pois ele já tem 57 anos, diz ele! Está claro que ele só quer se livrar do irmão, pois o irmão dele pode viver em sociedade, tanto que mora sozinho. Arrumar confusão "quase 3 dias por semana" não é motivo para afastar alguém da sociedade. Parece que essa pessoa só quer jogar o irmão num asilo e ficar com a casa dele. Triste isso. Lógico que com um irmão desses uma esquizofrênico tende a surtar mesmo!
"ESQUIZOFRENIA NÃO TEM CURA, TEM CONTROLE, MAS O PACIENTE TEM QUE ACEITAR TOMAR A MEDICAÇÃO, JÁ VI REMÉDIO PARA ESQUIZOFRENIA QUE CUSTA 30 COMPRIMIDOS, MAIS DE 500 REAIS.
ALÉM DELE TER QUE ACEITAR A TOMAR O REMÉDIO, ELE TEM QUE FAZER TERAPIA TAMBÉM.
É BARRA AMIGO. LEVE A UM PSIQUIATRA, SÓ ELES PODEM PASSAR REMÉDIO E DEPENDENDO DO REMÉDIO, NEM É RECEITA AZUL, É A AMARELA."
Quem escreveu este comentário acima deve ser dono de uma farmácia. Psicotrópicos só deveriam ser usados em emergências, como eu sempre digo. Narcóticos só deveriam ser usados em emergências.
Vários esquizofrênicos se recuperam, geralmente sem medicação, como foi o famoso caso de John Forbes Nash. John Forbes Nash teve grande apoio da esposa. Apoie o esquizofrênico e ele se recuperará e não precisará de psicotrópicos. Ao contrário do que muitos pensam, parece que medicação psiquiátrica tende a PIORAR doenças mentais ao invés de recuperar, infelizmente. No meu dia-a-dia, num Centro de Atenção Psicossocial, eu via essa PIORA todos os dias. Nota: caso esteja tomando medicação NUNCA DEIXE DE TOMAR SEM ORIENTAÇÕES MÉDICAS. AS SEQUELAS PODEM SER TERRÍVEIS NUMA RETIRADA SEM AUXÍLIO MÉDICO.
"POIS NÃO SOU PACIENTE PARA FICAR INTERNADO NUM HOSPITAL DE MALUCO."
Muitas pessoas chamam os manicômios de "hospitais de maluco", sem saber que mais cedo ou mais tarde poderão ser jogados lá contra sua vontade. Primeiro que não existe "hospitais de maluco", pois manicômios não podem ser chamados de hospitais, porque não são. Os pacientes com doenças mentais não são malucos, estão doentes.
Manicômios são uma instituição com objetivos políticos. Psicotrópicos são um golpe comercial. Não culpo os psiquiatras pelo terrível sistema explorador de doenças mentais, pois há bons psiquiatras que evitam usar esses psicotrópicos comerciais, mas digo com segurança que se a população conhecesse a história dos manicômios a população se revoltaria como nunca antes; e as pessoas ficariam tão furiosas que linchariam todos os psiquiatras. Sem brincadeira.
-
10.5.13
"Pense nisso!" Poema para as mães / "Denk' es!" Gedicht für Mütter
Quando tua mãe tiver envelhecido
e tu tiveres envelhecido
Quando aquilo que outrora era fácil e leve
Agora se tornou um fardo
Quando seus olhos amáveis, sinceros
Não mais veem a vida como antes via
Quando seus pés agora cansados
Não mais querem carregá-la em seu caminho
então ajuda-a com teu braço
Faz-lhe companhia com alegria e felicidade
Chegará a hora em que tu, chorando, terás que acompanhá-la
Até a sua última caminhada!
E se ela fizer uma pergunta, responde-a
e se ela perguntar novamente, fala com ela!
E se ela perguntar mais uma vez, ouve sua fala,
Não com raiva, mas com uma calma gentil!
E se ela não puder entender bem
Explica para ela com alegria;
Chegará a hora, a hora amarga,
Quando sua boca não pedirá mais nada.
Este é um poema escrito por Adolf Hitler no jornal alemão "Sonntag-Morgenpost", de Munique, no dia 14 de Maio de 1933.
Estou compartilhando este poema para que as pessoas saibam um pouco mais como Hitler conquistou toda a Alemanha. Adolf Hitler foi um dos governantes responsáveis pela morte de milhões de pessoas na Segunda Guerra Mundial. Meu objetivo é compartilhar uma parte da História que não é mostrada nas escolas.
Foi também no governo de Hitler que vários pacientes psiquiátricos foram descaradamente mortos por médicos através das câmaras de gás.
Veja, abaixo, o poema na língua original:
Wenn deine Mutter alt geworden
Und älter du geworden bist,
Wenn ihr, was früher leicht und mühelos,
Nunmehr zur Last geworden ist,
Wenn ihre lieben, treuen Augen
Nicht mehr, wie einst, in’s Leben seh'n,
Wenn ihre müd' geword’nen Füsse
Sie nicht mehr tragen woll'n beim Geh'n —
Dann reiche ihr den Arm zur Stütze
Geleite sie mit froher Lust —
Die Stunde kommt, da du sie weinend
Zum letzten Gang begleiten mußt!
Und fragt sie dich, so gib ihr Antwort,
Und fragt sie wieder, sprich auch du!
Und fragt sie nochmals, steh' ihr Rede,
Nicht ungestüm, in sanfter Ruhe!
Und kann sie dich nicht recht verstehen
Erklär' ihr alles frohbewegt;
Die Stunde kommt, die bitt’re Stunde,
Da dich ihr Mund nach nichts mehr fragt!
— ADOLF HITLER
Sonntag-Morgenpost, München, 14. Mai 1933
Ich bin überzeugt Gegner fanatischer Ideologien wie Rassismus und religiöser Intoleranz. Ich bin nicht für Hitler oder National Sozialismus! Das hier ist nur Information.
e tu tiveres envelhecido
Quando aquilo que outrora era fácil e leve
Agora se tornou um fardo
Quando seus olhos amáveis, sinceros
Não mais veem a vida como antes via
Quando seus pés agora cansados
Não mais querem carregá-la em seu caminho
então ajuda-a com teu braço
Faz-lhe companhia com alegria e felicidade
Chegará a hora em que tu, chorando, terás que acompanhá-la
Até a sua última caminhada!
E se ela fizer uma pergunta, responde-a
e se ela perguntar novamente, fala com ela!
E se ela perguntar mais uma vez, ouve sua fala,
Não com raiva, mas com uma calma gentil!
E se ela não puder entender bem
Explica para ela com alegria;
Chegará a hora, a hora amarga,
Quando sua boca não pedirá mais nada.
Este é um poema escrito por Adolf Hitler no jornal alemão "Sonntag-Morgenpost", de Munique, no dia 14 de Maio de 1933.
Estou compartilhando este poema para que as pessoas saibam um pouco mais como Hitler conquistou toda a Alemanha. Adolf Hitler foi um dos governantes responsáveis pela morte de milhões de pessoas na Segunda Guerra Mundial. Meu objetivo é compartilhar uma parte da História que não é mostrada nas escolas.
Foi também no governo de Hitler que vários pacientes psiquiátricos foram descaradamente mortos por médicos através das câmaras de gás.
Veja, abaixo, o poema na língua original:
Wenn deine Mutter alt geworden
Und älter du geworden bist,
Wenn ihr, was früher leicht und mühelos,
Nunmehr zur Last geworden ist,
Wenn ihre lieben, treuen Augen
Nicht mehr, wie einst, in’s Leben seh'n,
Wenn ihre müd' geword’nen Füsse
Sie nicht mehr tragen woll'n beim Geh'n —
Dann reiche ihr den Arm zur Stütze
Geleite sie mit froher Lust —
Die Stunde kommt, da du sie weinend
Zum letzten Gang begleiten mußt!
Und fragt sie dich, so gib ihr Antwort,
Und fragt sie wieder, sprich auch du!
Und fragt sie nochmals, steh' ihr Rede,
Nicht ungestüm, in sanfter Ruhe!
Und kann sie dich nicht recht verstehen
Erklär' ihr alles frohbewegt;
Die Stunde kommt, die bitt’re Stunde,
Da dich ihr Mund nach nichts mehr fragt!
— ADOLF HITLER
Sonntag-Morgenpost, München, 14. Mai 1933
Ich bin überzeugt Gegner fanatischer Ideologien wie Rassismus und religiöser Intoleranz. Ich bin nicht für Hitler oder National Sozialismus! Das hier ist nur Information.
7.5.13
Ela te ama! (Tradução da música dos Beatles, em alemão)
"Ela te ama!"
Dizem os Beatles. Como se fosse tão simples assim. Para um homem, saber que uma mulher o ama não é tão difícil. Difícil é saber qual será sua reação, mais imprevisível que um temporal.
Em Munique, na Alemanha, os Beatles cantaram uma versão em alemão da música "She Loves You". Note que a versão é levemente diferente. A principal diferença é que no inglês os Beatles dizem: "Tu achas que perdeste o teu amor?" No alemão eles dizem: "Tu achas que ela só ama a mim?" É claro que todo mundo ama os Beatles, principalmente as mulheres! Por isso prefiro a versão alemã. Veja a tradução:
Ela te Ama
Ela te ama!
Ela te ama!
Ela te ama!
Tu achas que ela só ama a mim?
Pois ontem mesmo eu a vi
Ela só pensa em ti
E tu deves procurá-la
É, ela te ama!
Não podia ser melhor
Sim, ela te ama,
E tu deverias te alegrar!
Tu a machucaste tanto,
Ela não entendeu por quê.
Não foi culpa tua,
E tu não apareceste mais.
É, ela te ama!
Não podia ser melhor
Sim, ela te ama,
E tu deverias te alegrar!
Ela te ama!
Ela te ama!
E somente contigo
Ela poderá ser feliz.
Tu deves ir procurá-la agora,
Pede desculpas a ela
É, ela vai entender
E por fim ela te perdoará.
É, ela te ama!
Não podia ser melhor
Sim, ela te ama,
E tu deverias te alegrar!
Ela te ama!
Ela te ama!
E somente contigo
Ela poderá ser feliz...
E somente contigo
Ela poderá ser feliz...
E somente contigo
Ela poderá ser feliz!
É!
Veja o vídeo. E mais abaixo veja a letra em alemão.
Sie Liebt Dich
Sie liebt dich, yeah, yeah, yeah!
Sie liebt dich, yeah, yeah, yeah!
Sie liebt dich, yeah, yeah, yeah, yeah!
Du glaubst sie liebt nur mich?
Gestern hab' ich sie gesehen.
Sie denkt ja nur an dich,
Und du solltest zu ihr gehen.
Oh, ja sie liebt dich.
Schöner kann es gar nicht sein.
Ja, sie liebt dich,
Und da solltest du dich freuen.
Du hast ihr weh getan,
Sie wusste nicht warum.
Du warst nicht schuld daran,
Und drehtest dich nicht um.
Oh, ja sie liebt dich.
Schöner kann es gar nicht sein.
Ja, sie liebt dich,
Und da solltest du dich freuen.
Sie liebt dich, yeah, yeah, yeah!
Sie liebt dich, yeah, yeah, yeah!
Denn mit dir allein
kann sie nur glücklich sein.
Du musst jetzt zu ihr gehen,
Entschuldig dich bei ihr.
Ja, das wird sie verstehen,
Und dann verzeiht sie dir.
Oh, ja sie liebt dich.
Schöner kann es gar nicht sein.
Ja, sie liebt dich,
Und da solltest du dich freuen.
Sie liebt dich, yeah, yeah, yeah!
Sie liebt dich, yeah, yeah, yeah!
Denn mit dir allein
Kann sie nur glücklich sein...
Denn mit dir allein
Kann sie nur glücklich sein...
Denn mit dir allein
Kann sie nur glücklich sein!
Yeah, yeah, yeah!
Yeah, yeah, yeah, yeah!!
Dizem os Beatles. Como se fosse tão simples assim. Para um homem, saber que uma mulher o ama não é tão difícil. Difícil é saber qual será sua reação, mais imprevisível que um temporal.
Em Munique, na Alemanha, os Beatles cantaram uma versão em alemão da música "She Loves You". Note que a versão é levemente diferente. A principal diferença é que no inglês os Beatles dizem: "Tu achas que perdeste o teu amor?" No alemão eles dizem: "Tu achas que ela só ama a mim?" É claro que todo mundo ama os Beatles, principalmente as mulheres! Por isso prefiro a versão alemã. Veja a tradução:
Ela te Ama
Ela te ama!
Ela te ama!
Ela te ama!
Tu achas que ela só ama a mim?
Pois ontem mesmo eu a vi
Ela só pensa em ti
E tu deves procurá-la
É, ela te ama!
Não podia ser melhor
Sim, ela te ama,
E tu deverias te alegrar!
Tu a machucaste tanto,
Ela não entendeu por quê.
Não foi culpa tua,
E tu não apareceste mais.
É, ela te ama!
Não podia ser melhor
Sim, ela te ama,
E tu deverias te alegrar!
Ela te ama!
Ela te ama!
E somente contigo
Ela poderá ser feliz.
Tu deves ir procurá-la agora,
Pede desculpas a ela
É, ela vai entender
E por fim ela te perdoará.
É, ela te ama!
Não podia ser melhor
Sim, ela te ama,
E tu deverias te alegrar!
Ela te ama!
Ela te ama!
E somente contigo
Ela poderá ser feliz...
E somente contigo
Ela poderá ser feliz...
E somente contigo
Ela poderá ser feliz!
É!
Veja o vídeo. E mais abaixo veja a letra em alemão.
Sie Liebt Dich
Sie liebt dich, yeah, yeah, yeah!
Sie liebt dich, yeah, yeah, yeah!
Sie liebt dich, yeah, yeah, yeah, yeah!
Du glaubst sie liebt nur mich?
Gestern hab' ich sie gesehen.
Sie denkt ja nur an dich,
Und du solltest zu ihr gehen.
Oh, ja sie liebt dich.
Schöner kann es gar nicht sein.
Ja, sie liebt dich,
Und da solltest du dich freuen.
Du hast ihr weh getan,
Sie wusste nicht warum.
Du warst nicht schuld daran,
Und drehtest dich nicht um.
Oh, ja sie liebt dich.
Schöner kann es gar nicht sein.
Ja, sie liebt dich,
Und da solltest du dich freuen.
Sie liebt dich, yeah, yeah, yeah!
Sie liebt dich, yeah, yeah, yeah!
Denn mit dir allein
kann sie nur glücklich sein.
Du musst jetzt zu ihr gehen,
Entschuldig dich bei ihr.
Ja, das wird sie verstehen,
Und dann verzeiht sie dir.
Oh, ja sie liebt dich.
Schöner kann es gar nicht sein.
Ja, sie liebt dich,
Und da solltest du dich freuen.
Sie liebt dich, yeah, yeah, yeah!
Sie liebt dich, yeah, yeah, yeah!
Denn mit dir allein
Kann sie nur glücklich sein...
Denn mit dir allein
Kann sie nur glücklich sein...
Denn mit dir allein
Kann sie nur glücklich sein!
Yeah, yeah, yeah!
Yeah, yeah, yeah, yeah!!
Assinar:
Postagens (Atom)