
O cartaz acima estava afixado no CAPS Rubens Corrêa, símbolo da reforma psiquiátrica. DESAPARECIDO, diz a parte superior do cartaz (que não está aparecendo.) Muito me espanta esse cartaz. Eu me pergunto: será que se, por algum motivo, eu desaparecer vão colocar um cartaz parecido com esse para me encontrar? Será que vão colocar no cartaz uma descrição de meus sintomas?
O que me espanta é que o estigma DOENTE MENTAL ficou firme. DOENTE MENTAL, FALA SOZINHO, MEXE COM AS MÃOS... Por que DOENTE MENTAL tem que aparecer na descrição desse cidadão? Nós somos outras coisas além de doentes mentais. E nem somos doentes mentais 24 horas por dia. Talvez sejamos doentes mentais quando estamos em crise.
Ele pode ter DESAPARECIDO por vários motivos, não necessariamente por ser doente mental. Esse cartaz de desaparecido mais parece um cartaz de PROCURADO. (Tem até uma recompensa!) Isso porque eu conheço vários casos de pacientes psiquiátricos que fogem por estarem sendo maltratados por familiares. E esse poderia ser mais um desses casos. E o que mais espanta é encontrar esse cartaz num CAPS, onde os pacientes psiquiátricos deveriam ter o direito de ser chamados de USUÁRIOS.
Oi!
ResponderExcluirComo eu te compreendo. Tb tenho u distúrbio de personalidade, embora seja uma pessoa dita normal. Trabalho (sou professora), sou inteligente, esforçada, conduzo, pratico desporto, tenho uma família, enfim... tenho uma vida dita normal.
Pena é que tenha de carregar com este peso da doença mental para o resto da vida. Concordo com o que dizes. Não somos doentes mentais 24h/dia, nem sequer 30 dias/mês. Somos doentes quando temos crises.
Não sei o que fazer! Estou-me a ir abaixo outra vez. Ser borderline não é fácil.
Eu tenho toc e só queria uma namorada neste sabado frio e solitário.
ResponderExcluir