4.4.09

PRECISAMOS DE SERVIÇOS SUBSTITUTIVOS AOS HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS

Os hospitais psiquiátricos são especializados em loucura, e não na cura. É uma questão que envolve interesses econômicos altíssimos. Trata-se da terceira maior despesa do SUS, uma verdadeira mina de ouro que ultrapassa meio bilhão de reais por ano. Consomem mais de R$ 700 milhões para drogar, torturar e matar pessoas. É pura exploração financeira dos nossos impostos, é roubalheira, falcatrua da mais grosseira e aviltante a nós, contribuintes.

O texto acima é parte de uma entrevista de Austregésilo Carrano Bueno e serve para ilustrar que drogar é uma das atividades típicas dos hospitais psiquiátricos. E se queremos falar de serviços substitutivos aos hospitais psiquiátricos vamos ter que falar em tratamentos substitutivos também. Tratamentos não baseados em drogas. Tratamentos não baseados nas drogas legalizadas que chamam de medicação.

Somos a favor da Rede de Trabalhos Substitutivos, montada há mais de 14 anos e apoiada pela Organização Mundial da Saúde. As pessoas não seriam internadas, a não ser quando estivessem em crise ou surto. A internação seria em leitos de hospital geral, por no máximo sete dias. Somos a favor dos hospitais-dia, aonde as pessoas que precisam de tratamentos de saúde mental vão durante o dia e voltam para suas casas à noite. Defendemos ainda a criação e utilização dos Naps e Caps (Núcleos e Centros de Atenção Psicossocial), que não são hospitais psiquiátricos, são casas alugadas longe, fora do espaço físico dos hospitais psiquiátricos, nada que lembre um hospício. O paciente, chamado de usuário, é levado a passar o dia. Acompanhado por equipes de interprofissionais, à noite retorna ao convívio familiar e social. As pessoas que não estão em crise poderiam ficar, socializar-se, almoçar, namorar, politizar-se, receber a atenção adequada de psicólogos, assistentes sociais etc. Ou seja, poderiam receber um tratamento digno. Queremos ainda a criação de Centros de Convivência e Cooperativas, que funcionam em parques, praças e centros culturais, onde a produção artística e cultural dos pacientes pode ser vendida e o lucro é dividido entre eles, os usuários. Queremos ainda o atendimento de psiquiatria e psicologia em postos de saúde. Esses são os pontos principais.

Acima podemos ver a continuação da entrevista de Austregésilo Carrano Bueno, e infelizmente podemos constatar que a rede de trabalhos substitutivos sonhada por Carrano não está acontecendo. Pessoas tem sido internadas por bem mais tempo que 7 dias, e não é em hospitais gerais, é em hospitais psiquiátricos. Ou seja, em hospícios mesmo. E os CAPS tem sido centros onde as pessoas tomam medicação e ficam sem nada para fazer o dia todo. Existem raras atividades, mas infelizmente são poucas atividades, e não agradam a todos. Ou seja, a prioridade dos CAPS ficou sendo tomar "remédio" e tomar injeção. Logo, o CAPS é lugar de tomar "remédio" e não de ressocialização, já que não é possível haver ressocialização num lugar que sequer tem um banheiro decente.

No grupo de medicação que frequento no CAPS falei para a médica e para o psicólogo que eles deveriam falar mais sobre os efeitos graves da medicação psiquiátrica. Falei que os profissionais de saúde mental deveriam falar sobre tratamentos substitutivos. A psiquiatra foi bem sincera e admitiu que há efeitos colaterais graves causados pela medicação psiquiátrica. Mas aí ela disse que os remédios das outras doenças têm efeitos colaterais graves também.

CUIDADO COM ESSE ARGUMENTO. Não existe nenhum remédio com efeitos colaterais tão graves quanto as medicações psiquiátricas. LEMBRE-SE QUE EXISTE UMA ANTI-PSIQUIATRIA. Existe uma anti-psiquiatria simplesmente porque os medicamentos psiquiátricos já aleijaram e mataram muita gente. Se medicações para tratamento de outras doenças tivessem os mesmo efeitos danosos que a medicação psiquiátrica haveria anti-odontologia, anti-dermatologia, anti-hematologia, etc. Só existe anti-psiquiatria porque os efeitos da medicação psiquiátrica são altamente perigosos.

É chato ter de constatar que não se informa os pacientes psiquiátricos sobre tratamentos substitutivos nos CAPS, que deveriam oferecer tratamento substitutivo. Quando falei sobre tratamento alternativo SUBSTITUTIVO o psicólogo parecia ignorar totalmente a existência de tais tratamentos, dizendo que as pessoas têm que tomar as drogas psiquiátricas para sempre. Para termos um serviço legal nos CAPS no mínimo os profissionais deveriam ser bem informados.

Quero colocar que cada um deve ter o direito de escolher seu tratamento. Algumas pessoas preferirão se tratar com medicação psiquiátrica. Isso também deve ser respeitado. A questão é que quem se trata com medicação psiquiátrica tem o direito de ser informado dos perigos de tal medicação. Se a pessoa gosta de se tratar com medicação psiquiátrica é um direito dela. Assim como quem não quer se tratar com medicação psiquiátrica também deve ser respeitado.

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