14.9.13

Hospitais psiquiátricos: inferno dos esquecidos

O documentário norte-americano, Bellevue Inside Out, mostra a emergência do Hospital Bellevue de Nova York:
A partir do sexto minuto podemos ver a internação de Ann, na emergência.

Ann foi presa por quebrar a vitrine de uma loja. Ela tem um histórico de esquizofrenia.

O documentário norte-americano, Bellevue Inside Out, foi produzido em 1998/1999 e foi ao ar em 2001.

Aos 07:12, o psiquiatra diz, "O ponto essencial para a gente é agir como consultores na corte para os prisioneiros."

Ann será transferida para uma instituição (hospital) adaptada para prisioneiros, um hospital especial para pacientes psiquiátricos que cometeram crimes. Mas as pessoas são realmente tratadas nesses manicômios judiciários que os doutores chamam de hospitais? As pessoas ignoram que quando uma pessoa que é presa é considerada doente mentalmente sua situação fica irremediável. Pacientes psiquiátricos, às vezes, passam o resto de suas vidas no manicômio judiciário por crimes banais.

Programa da televisão italiana, Presa Diretta (pode ser traduzido como "Linha Direta" ou "Tomada Direta"), do ano 2011: Foi convidado para falar no programa o médico Ignazio Marino, que era o Presidente da Comissão parlamentar de investigação sobre a eficácia e eficiência do Serviço Sanitário Nacional. De 04:28 a 05:08 Ignazio Marino diz: "É um inferno de esquecidos. Mas a coisa mais grave é que trinta, em alguns casos, quarenta por cento das pessoas que vimos são pessoas que cometeram uma infração que é considerada leve, uma infração que é banal. Por exemplo, encontrei um rapaz que há dezoito anos, enfiou a mão no bolso, fingiu que tinha uma arma e roubou sete mil liras de um bar de Catânia. E desde 1992 está preso lá dentro."
De 10:33 a 10:58, Ignazio Marino continua: "Em agosto, mandamos transferir uma pessoa que evidentemente tinha úlceras diabéticas no pé, e corria o risco de perder a perna, e ali ninguém podia sequer medicar a ferida. Encontramos uma pessoa que teve que fazer ele mesmo um tipo de apoio para a perna quebrada, fraturada, que não estava sequer engessada."As imagens mostram e confirmam tudo que o senador está dizendo.

Quando a gente está num hospital psiquiátrico, os psiquiatras se esquecem que as pessoas necessitam outras atenções médicas além dos psicotrópicos.

O programa da televisão francesa Enquête Exclusive (pode ser traduzido como "Investigação exclusiva"), 29:34 à 30:30: "Marcel está na U.M.D. (Hospital especial para pacientes psiquiátricos considerados perigosos) há três anos. Um homem com um jeito que transborda felicidade, que parece inofensivo. Esta aparência tranquila esconde uma história terrível. Fevereiro de 92, numa cidadezinha do sul da França, um homem sai de sua casa armado com um fuzil. Sem nenhuma razão, ele atira num automobilista. A bala pega no braço. Algumas horas mais tarde, ele dispara na testa de uma pessoa que passava na rua. Um homem de quarenta e três anos, pai de três filhos. E sua ronda sangrenta não para por aí. No estacionamento de uma residência, o maníaco prende um jovem casal. Ele solta o homem e estupra a mulher. Naquela mesma noite, ele se entrega à polícia. Esse homem é o Marcel. Considerado irresponsável por seus atos, este psicopata está internado há vinte anos."

O psicopata Marcel está na mesma instituição em que estão pacientes autistas, como o Luc. É prudente colocar pacientes autistas junto com psicopatas assassinos?

A blogueira Eilan já percebeu que há uma grande estigmatização contra pacientes psiquiátricos. Tenta-se usar doenças mentais para justificar crimes bárbaros. Ela mostrou sua indignação em Sobre assassinatos, transtornos e o programa da Sônia Abrão. Tentar usar diagnósticos de doença mental para justificar crimes bárbaros é uma ofensa a todos pacientes psiquiátricos, alguns que sofrem as torturas e abusos mostrados nos vídeos. Mas o que eu gostaria que você e outras pessoas soubessem, Eilan, é que não há nenhum tratamento de verdade para os mais necessitados em hospitais psiquiátricos públicos. Há o que esses vídeos mostram. Abusos que beiram a tortura.

Mas quantas vezes eu ouvi pessoas de melhores condições dizendo que foram bem atendidas no setor de saúde mental pública. Atenderam-no bem pois sabiam de suas melhores condições. Não deixe que isso desvie sua atenção das condições desesperadoras de pessoas como as que estão nos vídeos que eu deixei links. Eu gostaria que todas as pessoas tivessem acesso aos exemplos que eu estou colocando aqui.

Observações importantes:

Nos Estados Unidos, pacientes psiquiátricos que cometem crimes vão para prisões comuns, porém são transferidos para hospitais especiais quando entram em crise. Quando são "estabilizados" são retornados para a prisão.

Na França, pacientes psiquiátricos que cometem crimes vão para as Unidades para Doentes Difíceis (as "U.M.D.", "Unités pour Malades Difficiles"), das quais já falei aqui.

Na Itália, pacientes psiquiátricos que cometem crimes vão para os Hospitais Psiquiátricos Judiciários (os "O.P.G.", "Ospedali Psichiatrici Giudiziari")

***

English:

The North American documentary film, Bellevue Inside Out shows the Emergency Room of Bellevue Hospital:
From the 6th minute we can see the commitment of Ann, in the ER.

Ann is under arrest for breaking a store window. She's got a history of schizophrenia.

The North American documentary film, Bellevue Inside Out was produced in 1998/1999 and aired in 2001. At 07:12, the psychiatrist says, "The essential issue for us is to act as a kind of counsel on the court for prisoners."

Ann is going to be transferred to a special facility for mental patients who committed crimes. But are people really treated in such facilities for mentally ill patients? People ignore that once a person who is arrested is considered mentally ill his/her situation is helpless. Mental patients sometimes spend the rest of their lives in prison for petty crimes.

Italiano:

Il programma televisivo italiano, Presa Diretta, del anno 2011: È invitato a parlare nel programma il medico Ignazio Marino, chi era il Presidente della Commissione parlamentare di inchiesta sull'efficacia e l'efficienza del Servizio Sanitario Nazionale. Del 04:28 a 05:08 Ignazio Marino dice: "È un inferno dei dimenticati. Ma la cosa più grave è che trenta, in alcuni casi, quaranta per cento delle persone che abbiamo visto sono persone che hanno commesso un reato che viene definito bagattellare. Cosa significa? Un reato davvero banale. Ad esempio, ho incontrato, a volte, la sera, non riesco a addormentarmi pensando: c'è un ragazzo che diciotto anni fa, si è infilato la mano in tasca, ha simulato di aver una pistola e ha rapinato in un bar di Catania settemila lire. E dal 1992 è chiuso là dentro."
Del 10:33 a 10:58, Ignazio Marino continua: "Ci siamo occupati ad agosto di far trasferire a una persona chi aveva evidentemente delle ulcere diabetiche al piede, rischiava di perdere la gamba, e lì nessuno poteva neanche medicare la ferita. Abbiamo trovato una persona che si è costruito da solo una specie di sostegno della gamba rotta, fratturata, neanche in gesso."L'immagini mostrano e confermano quello che il senatore dice.

Quando la gente è in un ospedale psichiatrico, gli psichiatri si dimenticano che le persone hanno bisogno di altre attenzioni mediche, oltre delle psicofarmaci.

Français

L'émission de la télévision française Enquête Exclusive 29:34 à 30:30: "Marcel est à l'UMD depuis trois ans. Un homme à l'allure de bonheur qui semble inoffensif. Cette apparence tranquille cache une terrible histoire. Février 92, dans une petite ville du sud de la France, un homme sort de chez lui armé d'un fusil. Sans raison apparente, il tire sur un automobiliste. La balle lui arrache le bras. Quelques heurs plus tard, il tire dans son front un passant dans la rue. Un homme de quarante trois ans, père de trois enfants. Et sa randonnée sanglante ne s’arrête pas là. Sur le parking d'une résidence, le forcené prend un jeune couple. Il relâche le compagnon et viole la femme. Le soir même, il se livre à la police. Cet homme c'est Marcel. Jugé irresponsable de ses actes, ce psychopathe est interné depuis vingt ans."

Le psychopathe Marcel est dans la même unité que des patients autistes, comme Luc. Est-ce que c'est raisonnable mettre des patients autistes avec des psychopathes tueurs?

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