6.2.14

Psiquiatria, suicídios e crimes

Todo psiquiatra tem o dever de acatar o desejo de um paciente de parar de tomar medicação e supervisionar a retirada da medicação de maneira segura.

Quando eu era adolescente, tinha um dente que estava totalmente tomado por cáries e às vezes doía muito. Por isso eu queria tirá-lo, mas não tinha condições de ir ao dentista. Eu tentei tirar o dente por conta própria e não consegui. E se conseguisse, nem posso imaginar as complicações que eu sofreria. Arrancar um dente com um alicate de eletricista não é nada seguro! Depois eu pude ir à dentista e extraí o dente de maneira segura. A dentista disse que dava para salvar o dente, mas eu preferi extrair. E se ela se negasse a extraí-lo e eu decidisse arrancar por conta própria, com um alicate de eletricista? Provavelmente aconteceria um desastre, eu poderia sofrer uma infecção, etc. É por isso que na psiquiatria acontecem desastres. Muitas vezes, quando um psiquiatra se recusa a respeitar o desejo de um paciente de retirar a medicação, o paciente retira por conta própria e sofre com a abstinência e tem recaídas.

Quando o paciente tenta deixar de tomar a medicação sozinho corre o grande risco de sofrer pela abstinência da droga psiquiátrica, como ocorre quando se deixa de tomar qualquer droga, como crack, cocaína, etc. Esta é uma das propostas que levarei para encontros de saúde mental, pois se o psiquiatra não aceita fazer a retirada da medicação, o paciente para de tomar sozinho, e quando isso acontece, podem ocorrer recaídas que podem ser trágicas. Uma maneira segura de resolver este problema seria criar uma lei responsabilizando o último psiquiatra de qualquer paciente psiquiátrico que comete suicídio ou algum ato violento ao parar de tomar a medicação sozinho sem o apoio do psiquiatra; pois se o psiquiatra respeitar a vontade do paciente de parar de tomar a medicação e continuar a apoiá-lo com consultas sem medicação, esse tipo de consequência grave não acontece.

Estatísticas reunidas pelo pesquisador Robert Whitaker:

Comparação de Resultados na Era Pre-Drogas (1947, antes da introdução da clorpromazina em 1950) e na Era das Drogas (1967, depois da introdução da clorpromazina).

Grupo de 1947: 45% não teve recaída em cinco anos de alta,
e 76% puderam viver bem na comunidade no fim do período.

Grupo de 1967: 31% não teve recaída em cinco anos de alta,
e como grupo eles se tornaram muito mais "dependentes socialmente" --no que tange cuidado e necessidades de outras formas de ajuda--do que o grupo de 1947.
Fontes: Bockoven, J. “Comparison of two five-year follow-up studies,” Am J Psychiatry 132 (1975): 796-801.
AMERICAN JOURNAL OF PSYCHIATRY ONLINE.

Veja mais pesquisas de Robert Whitaker em:
If We Follow the Scientific Evidence, What Must be
Done to Promote Good Long-term Outcomes?


Ou seja, estatísticas mostram que os psicotrópicos aumentaram o número de recaídas e aumentaram o número de pessoas incapacitadas depois da internação psiquiátrica.

É lamentável que psiquiatras queiram decidir a vida das pessoas. A única forma REAL de prevenir suicídio é aconselhando a pessoa com muito AMOR e RESPEITO. Psiquiatras e profissionais de saúde mental NUNCA deveriam internar pessoas involuntariamente sob o pretexto de que é para prevenir suicídio. O excelente blog Psychiatry. It's a killing divulgou uma pesquisa arbitrária em que profissionais de saúde mental planejam aumentar o número de internações involuntárias sob o pretexto de prevenir suicídio. Veja:
Hospitals Can Play A More Active Role In Suicide Prevention. WTF?

O excelente Fiddaman Blog também tem uma compilação de notícias chocantes sobre Christina Schumacher, uma mulher que perdeu o filho e o marido (o marido matou o filho e cometeu suicídio em seguida), e com o pretexto de protegê-la de qualquer tentativa de suicídio, profissionais de saúde mental decidiram interná-la involuntariamente. Imagine uma pessoa sofrer uma tragédia familiar e em vez de receber apoio, ser presa num manicômio. Veja:
Christina Schumacher: An Update

Provavelmente o que aconteceu no caso do esquizofrênico Daniel Coutinho que matou o pai foi que o psiquiatra dele de recusou a retirar a medicação; e por consequência esse esquizofrênico decidiu parar de tomar sozinho e teve um efeito causado pela abstinência das drogas. É estranho que psiquiatras sempre tentem jogar a culpa no pressuposto fato do paciente ter parado de tomar a droga psiquiátrica, como vemos na notícia do caso do esquizofrênico Daniel Coutinho:
É muito raro esquizofrênico ter um surto psicótico, diz psiquiatra.

Psiquiatras nunca assumem o fato que há vários casos registrados de pessoas que ficaram violentas como efeito de abstinência de psicotrópicos, como por exemplo, o famoso caso da escola americana "Columbine", e outros casos que foram noticiados na "Fox News". Psiquiatras nunca assumem a culpa de não terem respeitado a vontade do paciente de parar de tomar a droga psiquiátrica, nunca assumem a culpa de não ter supervisionado a retirada da medicação. Você pode ver a reportagem da fox News aqui, se entender inglês:
Antidepressants and School Shootings, Suicide, Addiction.


Original texts in English, for reference:

Robert Whitaker research:
Bockoven’s Retrospective Comparison of
Outcomes in Pre-Drug and Drug Era

1947 cohort: 45% didn’t relapse within five years of discharge,
and 76% were successfully living in the community at the end
of that period.

1967 cohort: 31% didn’t relapse within five years of discharge,
and as a group they were much more “socially dependent”--on
welfare and needing other forms of support--than the 1947
cohort.

Source: Bockoven, J. “Comparison of two five-year follow-up studies,” Am J Psychiatry 132 (1975): 796-801.
AMERICAN JOURNAL OF PSYCHIATRY ONLINE.

If We Follow the Scientific Evidence, What Must be
Done to Promote Good Long-term Outcomes?

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