3.5.09

Pacientes Psiquiátricos mais graves estão esquecidos

"Os efeitos dos longos períodos de entupimento de medicamentos, dados em total desleixo, que os tiram dessa vida em poucos anos, matando-os... O que é isso?... Abandonar um grupo de pacientes nas mãos de irresponsáveis... O que é? E muitas outras perguntas temos o direito e o dever de cobrar. E exigir responsabilidades por tantas dores e sangue, dentro das nossas instituições psiquiátricas. Não me interessa se lá fora, em algum lugar, é assim, ou pior... Só sei que fui vítima. Exijo justiça...Exijo."

Extraído do livro CANTO DOS MALDITOS, de Austregésilo Carrano Bueno


Devo continuar falando sobre o preparo que os profissionais de saúde mental dos CAPS recebem: pode até ser suficiente para ajudar os pacientes psiquiátricos menos graves. Mas e aqueles pacientes que precisam de mais atenção? Os profissionais de saúde mental dos CAPS não estão preparados para lidar com aqueles pacientes psiquiátricos que demandam mais atenção.

Além dos pacientes psiquiátricos mencionados na postagem Pacientes Psiquiátricos graves há outros. Há, por exemplo, o paciente que mal consegue falar. Só fica sentado olhando para o tempo. Não participa de nenhuma atividade. E os profissionais do CAPS não sabem o que fazer com ele. Não sabem como estimulá-lo. Não foram preparados para isso. O CAPS não está estruturado para tratar esses pacientes psiquiátricos mais graves.

O CAPS está cheio de psiquiatras, psicólogos e enfermeiros. São 3 psiquiatras, mais de 3 psicólogos e nem sei quantos enfermeiros. Psiquiatras e psicólogos podem ser ótimos para pacientes já recuperados, pois esses só vão falar com psicólogos e ajustar medicação com psiquiatras. Enfermeiro serve para dar medicação. Mas os pacientes psiquiátricos mais graves, que perderam o contato com o mundo precisam de toque humano. Precisam de estímulos. Não adianta só entupí-los com medicação. Aliás, a medicação só vai encurtar a vida deles. Precisam de TERAPEUTAS OCUPACIONAIS, por exemplo. O CAPS Rubens Corrêa só tem uma terapeuta ocupacional, a Dayse Cristina Junqueira. Excelente profissional, diga-se de passagem.

O Paciente Psiquiátrico mais grave precisa de estímulos para voltar à realidade

A terapeuta ocupacional do CAPS é a profissional que mais faz bem para pacientes psiquiátricos mais graves do CAPS. Psiquiatras não sabem nem o que fazer quando se deparam com um paciente psiquiátrico mais grave. Não sabem como se comunicar. Quanto aos psicólogos, sem chance. Se um psicólogo começar a falar com um paciente psiquiátrico mais grave só vai conseguir fazê-lo dormir, ou irritá-lo. Pois não sabem como se aproximar. Não aprenderam.

Em resumo: está faltando terapeutas ocupacionais para atender os pacientes mais graves. Está faltando atividades que estimulem os pacientes psiquiátricos mais graves. Na verdade, seria legal se todos profissionais de um CAPS estivessem preparados para lidar com os pacientes psiquiátricos mais graves, que estão esquecidos.

Você está vendo o que está acontecendo?

Na verdade o ser humano está super avançado, mas não sabe se preocupar com seu próximo. O ser humano não é muito humano. Eu ainda sofro com discriminação da parte de muitos de meus próprios companheiros pacientes psiquiátricos. Muitos pacientes psiquiátricos consideram os "normais" mais capacitados, melhores, etc. A única forma de parar esses preconceitos bobos seria se todo mundo fosse paciente psiquiátrico... ou todo mundo fosse "normal".

Há discriminação contra portadores de HIV também. Muita gente tem uma discriminação velada, escondida. Muita gente que faz propaganda contra a AIDS, inclusive. Se todo mundo pegasse AIDS aí os cientistas iam achar uma cura rapidinho. Na verdade, quando a gente vê que outros têm o mal e a gente não, a gente fica despreocupado. "Para que lutar pelos outros?", a gente pensa. Se todos estivessem interessados no bem estar daqueles pacientes psiquiátricos gravíssimos a ciência avançadíssima já teria devolvido a "normalidade" para essas pessoas.

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