Meus primeiros surtos foram muito terríveis e assustadores para mim, pois minha mente jogava terríveis truques em mim. Eu tive algumas memórias mais claras, mas outras memórias mais obscuras eram TOTALMENTE assustadoras.
Por exemplo, num surto eu imaginei que tinha perdido o controle a tal ponto de ter arrancado o pescoço de uma pessoa. Eu não poderia saber se a coisa era real ou apenas uma pavorosa alucinação. Só pude ficar tranquilo ao saber, depois, que eu não tinha feito nada contra a pessoa. Somente nas últimas internações que eu aprendi a ganhar total controle de minha mente e controlar os surtos.
Familiares não entendiam por que eu buscava fazer perguntas sobre meus surtos para comparar com minhas memórias. É por que não importa o quão terrível tenha sido o que eu tinha feito, minhas memórias sempre tinham algo pior. E SE eles me contassem COM FRANQUEZA o que presenciaram quando eu perguntava teriam me aliviado muito.
No primeiro surto, eu cortei o calcanhar quando tentava escapar de meu irmão e de meu cunhado que tentavam me segurar de qualquer maneira. Por isso me soltei deles e corri para a porta, me arremessando para escapar deles, mas como a porta estava fechada, meti o calcanhar nela e cortei fundo, tendo que fazer alguns pontos.
De meu primeiro surto eu tenho a memória de ter beijado um irmão, me esfregado sexualmente nele e uma memória que não foi confirmada pelos familiares, mas que era tão nítida que eu ainda acho que aconteceu. Só considerei como alucinação porque foi negada pelos familiares:
Me lembro de ter tentado beijar minha irmã também. Não teria isso acontecido também e os familiares estariam negando por algum motivo? Nunca saberei com certeza. Evidentemente esse comportamento foi devido ao fato de eu ter sofrido abuso sexual na infância por irmãos incestuosos. Mas os profissionais de saúde mental interpretaram de outra forma...
"Você tem que arrumar um namorado. Ou namorada." Disse o psiquiatra para mim, sorridente. Aparentemente o psiquiatra achava que minha crise tinha sido falta de sexo... aparentemente disseram isso para meus familiares. Resultado:
Um familiar me levou a uma rua onde a prostituição é frequente.
Como eu disse, as minhas memórias do surto eram tão assustadoras que eu seria capaz de comer fezes humanas para não passar por aquilo de novo. Seria capaz de enfiar uma agulha no olho. Se para não passar por outro surto como aquele se eu tivesse que fazer sexo com um homem eu faria.
(As indicações médicas eram "namorado ou namorada", não falavam apenas de mulher. Ainda bem que o familiar não quis me levar para um garoto de programa. Mas, sinceramente, o surto é tão assustador, que eu IRIA.)
Eu me senti culpado por minha sexualidade, por isso fiz algo que jamais faria: joguei minhas revistinhas pornôs favoritas fora e fui à uma igreja ser ungido. Mas ainda assim fui ao prostíbulo, pois era uma recomendação médica, e a família fazia TUDO que os médicos diziam sem questionar, era uma família evangélica, mas a fé cedeu à ciência do psiquiatra e orientações absurdas sobre falta de sexo ter causado o surto foram levadas a sério...
Nenhum profissional de saúde mental tinha feito perguntas a mim, eles não conversam com os pacientes. Se tivessem conversado comigo e me deixado falar livremente eu contaria sobre o abuso sexual sofrido na infância, mas pacientes psiquiátricos ainda não têm direito à fala na saúde mental pública.
Terei que continuar depois, pois esta história está ficando mais longa que eu imaginei...
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