28.2.10

PACIENTE PSIQUIATRICO - Por nossa dignidade em todo mundo

Antes de começar a falar dos temas seriíssimos quero explicar a nova aproximação do BLOG PACIENTE PSIQUIÁTRICO, para que não estranhem.

Este é um blog que luta pela inclusão, então que não se estranhe as táticas inclusivas que enumerarei a seguir:

Sabemos que quando estamos na Internet qualquer um, qualquer indivíduo, de qualquer dos povos da terra pode acessar nossos escritos, mesmo que acidentalmente.

Portanto vou facilitar um pouco a compreensão dos não-brasileiros que acessarem este blog.

Continuarei escrevendo principalmente em português, pois entendo que QUASE todos que nasceram e cresceram em países de fala inglesa e acessam Internet estudam ou estudaram espanhol na escola, daí que esses têm um entendimento geral razoável de coisas escritas em português, língua bem semelhante ao espanhol na escrita.

Apenas buscarei explicar as expressões mais idiomáticas e traduzir palavras difíceis, portanto em certos momentos explanarei em inglês, ou em outra língua quando julgar necessário para a clareza da comunicação. Sempre visando a comunicação inclusiva.

Nossa responsabilidade para com todo o mundo

Pouco tempo atrás quando houve aquela tragédia no Haiti, comentei com alguns conhecidos que antes de sair por aí fazendo campanhas suntuosas de doações para o Haiti eles deveriam era ter se precavido para evitar tal tragédia. E fariam melhor se preparando para outras tragédias naturais do tipo em outros países, o que não seria nenhuma surpresa.

Dito e feito, daí que agora já estamos enfrentando a tragédia do Chile. E se continuarmos com essas campanhas superficiais logo teremos tragédias mais chocantes em outros países.

Não me parece eficiente campanhas do tipo DOE TANTO PARA OS DESABRIGADOS DO HAITI. Jamais faria tais doações, e não é de meu gosto apoiá-las, por não julgá-las eficientes, nem reais. (Sem querer insinuar que o dinheiro é desviado para outros fins, apenas que tal método não funciona.)

Me parece claro que se alguém quer ajudar o Haiti esse alguém quererá ir ao Haiti, ajudar pessoalmente, na prática.

Assinar cheques e enviar para o Haiti, ou pagar uma certa quantia pelo Paypal me parece um ato bem frio. Talvez uma forma de garantir um lugar no céu.

Em outras palavras, eu respeito a iniciativa de organizações que coletam dinheiro para ajudar o Haiti ou qualquer outra região, mas não contem comigo, portanto não publico nenhum pedido de ajuda desse tipo neste blog.

I respect and admire the initiatives of organizations that aim to help troubled countries such as Haiti by collecting money, but don’t count on me for I don’t think that’s the best way to solve those problems; therefore I won’t publish any request of the kind in this blog.

Já que quem assina um cheque para ajudar o Haiti sequer sabe como esse dinheiro está sendo utilizado.

Na melhor das hipóteses o dinheiro vai para sopões. E as pessoas se acotovelam sem a menor dignidade por aqueles sopões. Não sei se é esse o uso que você quer de seu dinheiro.

Usually money from those donations goes to stand-up meals, in which people elbow themselves for their share without any dignity. I don’t think that’s how one would like to have one’s money applied.

Claro, se eles fizessem campanhas do tipo VENHA PARA O HAITI AJUDAR! PAGUE A PASSAGEM E DAMOS SUPORTE A VOCÊ LÁ seria uma campanha de se levar a sério.

Ou ainda poderia ser uma campanha PAGUE SUA PASSAGEM E A DE OUTROS VOLUNTÁRIOS E VENHA AJUDAR O HAITI COM TODO SUPORTE.

(Que tipo de suporte? Ajuda na obtenção do visto (visto = visa), ajuda com a língua, etc.)

PELA DIGNIDADE

Bem, que seja este um blog que batalha pela dignidade. Sabemos que nós que passamos pela experiência de PACIENTE PSIQUIÁTRICO descemos ao mais baixo escalão do nível humano, e lutamos para obtermos nossa igualdade. Falo principalmente daqueles que foram isolados em internações, asilados.

Ou melhor, fomos JOGADOS no mais baixo escalão do nível humano.

Sabemos que outros não desceram tão baixo, mas sofrem até mais indiferença que nós pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos. Desses falarei aqui no futuro.

DIGNITY (dignidade em inglês) DIGNITÉ (em francês) DIGNIDAD (em espanhol) WÜRDE (em alemão) DIGNITÀ (em italiano) WAARDIGHEID (em holandês)

DIGNO (em Esperanto)

27.2.10

PIOR QUE MANICÔMIO

Ainda me lembro da repercussão que houve quando o jornal O Globo denunciou que estão morrendo mais doentes mentais, numa reportagem excelente.

Também me lembro da hipocrisia dos políticos do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial que disseram coisas do tipo “estão morrendo, mas estão livres”.

Quem está de fora não sente a hipocrisia do psiquiatra escritor de livros que disse isso.

Os pacientes psiquiátricos ex-internos de manicômios estão livres????

Depende muito.

Claro que tem um monte de pessoas que são ex-pacientes psiquiátricos que realmente podem ir e vir, escrever livros, escrever blogs, criar bandas musicais, etc. esses não são graves, na verdade.

Mas e quanto aos graves?

Eu conto pra você.

Os pacientes psiquiátricos mais graves estariam mais livres se estivessem no manicômio.

Não se espante. Já vou explicar como.

MELHOR FICAR PRESO NO MANICÔMIO QUE PRESO EM CASA – O MANICÔMIO É MAIS ESPAÇOSO

Os ex-pacientes psiquiátricos que escrevem blogs, etc. são independentes. Você não tem ideia da vida daquele que não conta com essa independência, pois não é tão extrovertido.

Estou falando inclusive daqueles pacientes psiquiátricos que ficam em casa enquanto seus familiares vão buscar medicação para eles nos ambulatórios de saúde mental, CAPS, hospitais psiquiátricos, etc.

Nem vou chamar essas pessoas dependentes de ex-pacientes psiquiátricos, pois na verdade eles continuam sendo pacientes psiquiátricos 24/7, eles continuam sendo pacientes 24 horas por dia, 7 dias da semana.

Pense um pouco.

Eles não saem de casa nem para pegar medicação, na verdade não saem de casa para nada.

Os familiares ficam com medo deles se machucarem na rua, ou esses familiares dizem que não tem condições de levá-los para a rua, daria muito trabalho.

Pois bem.

Se essas pessoas estivessem no manicômio ao menos poderiam passear no pátio do manicômio. Os enfermeiros deixam. Só amarram a gente se a gente se comportar mal. Você deve saber que manicômios são mais espaçosos que hospícios comuns. E bem maiores que uma casa.

Por exemplo, o Juquery tinha muito espaço, assim como a Colônia Juliano Moreira, conhecidos manicômios brasileiros.

Essas pessoas ficam limitadas ao espaço de casa. Essa é a liberdade que elas ganharam.

Em outras palavras, esses pacientes psiquiátricos estão isolados em casa, INTERNADOS EM CASA, de certa forma.

Naturalmente o SUS, Sistema Único de Saúde do Brasil, deveria garantir condições para esses pacientes psiquiátricos. Enfim, o SUS deveria dar suporte real aos familiares!!!!

É muito fácil fazer um movimento político para fechar manicômios e depois largar paciente e família no abandono.

Anos atrás falaram do Projeto Saúde da Família, e eu pensei que fosse coisa séria. Pensei que iam dar suporte a todas as famílias, principalmente a essas famílias que estão com dificuldade para levar seus familiares para atividades e interação nos serviços de saúde mental como CAPS.

Enfim, eles não oferecem inclusão social para ninguém. Mas nós que somos mais independentes ao menos conseguimos nos virar. Mas e os outros?

(Originalmente publicado em 27 de fevereiro de 2010 e atualizado em 02 de novembro de 2012.)

26.2.10

Hora de Investir Mais Na Recuperação Física dos Pacientes Psiquiátricos

Continuando o tema de ontem a pessoa que passa a experiência de paciente psiquiátrico sofre várias sequelas.

por exemplo: conheço uma moça que sofreu um acidente e ficou desfigurada e com problemas para andar.

Ela recebe psicotrópicos todo mês, um montão de psicotrópicos, mas ninguém se preocupa em ajudar a mãe a cuidar da saúde física da moça.

como se só importasse garantir que a moça não fique agressiva ou agitada. Como se o bem estar dessa moça não fosse coisa importante.

Se investissem mais dinheiro na recuperação física das pessoas e menos em psicotrópicos pessoas como essa moça teriam uma melhor qualidade de vida.

Eu realmente fico horripilado.

Eu tenho fé que esses políticos e cuidadores de saúde mental vão se humanizar com o tempo, mas a coisa pede urgência e atitudes de alguém que conhece esses problemas de pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos a fundo.

precisamos de que o físico das pessoas seja tratado e valorizado também. Precisamos de um local com atividades culturais e totalmente aberto para a comunidade, um local para a comunidade que receba todas as pessoas, principalmente pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos, mas não apenas pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos.

O local será para acabar com o estigma.

Mas que não seja "um lugar de loucos", como alguns chamam os CAPS, por exemplo, mas um lugar de INCLUSÃO SOCIAL PARA TODAS AS PESSOAS.

Alguém que passou pela experiência das internações nos hospícios como paciente psiquiátrico deve tomar a frente para que haja lugares onde haja esse tipo de inclusão, que vise atrair e incluir não apenas ex-pacientes psiquiátricos, mas qualquer um.

Um lugar para integrar as pessoas.

Políticos só tomam iniciativas se for para competir com iniciativas populares.

CONTINUA...

25.2.10

A psiquiatria do SUS deixa pacientes psiquiátricos a própria sorte

Um dos problemas mais sérios que tenho observado no tratamento no Sistema Único de Saúde do Brasil(SUS) não é a falta de medicamentos, como muitos usuários de saúde mental pública reclamam.

O maior problema é o tratamento distante.

Psiquiatria a distância.

Talvez meus amigos ex-pacientes psiquiátricos e pacientes psiquiátricos em melhor situação desconheçam o que acontece com alguns pacientes psiquiátricos que não têm tanta sorte.

Enquanto alguns reclamam por falta de medicamentos, outros recebem medicamentos em casa sem nunca frequentar serviços de saúde mental.

Não estou brincando nem exagerando. Isso acontece no meu CAPS Rubens Corrêa, e acontece em vários outros serviços de saúde mental.

Virou coisa comum.

Os familiares desses pacientes psiquiátricos é que pegam a medicação para eles.

Eu acredito que só na psiquiatria do SUS que isso acontece. Onde já se viu alguém receber medicamento sem ver visto? Isso é consulta telepática? O psiquiatra usa sua visão de raio-X para ver o paciente em casa?

ISSO QUANDO TEM PSIQUIATRA.

PSICOTRÓPICOS SUBSTITUEM O TOQUE HUMANO

É que passaram a valorizar demais o “remédio”. Passaram a valorizar demais essas drogas que eles chamam de medicamentos, essas drogas que chamam de remédio.

Eu posso estar enganado, mas isso vai contra a ética médica. Algum médico, por favor, me corrija, se eu estiver errado. É legal dispensar medicamentos sem nunca ver o paciente?

Essas drogas acabam com o toque humano, pois consideram que não é necessário sequer levar a pessoa ao serviço de saúde mental, pois o “remédio” resolve tudo sozinho.

Me pergunto o que está na cabeça desses familiares que tratam seus entes dessa forma. Será que eles acham que estão cuidando de seus familiares?

E esses profissionais de saúde mental? Será que eles acham que essas pessoas estão sendo bem tratadas sendo depósitos de medicamentos?

Até onde eu saiba as pessoas deveriam VER o médico, em vez de o familiar ver o médico. Quando eu digo NÃO FAÇA NADA POR NINGUÉM, ENTRA ISSO.

Como é que alguém vai a um atendimento médico no lugar de um parente paciente?

E os profissionais de saúde mental aceitam isso, pois se acostumaram ao ato mecânico de passar medicamentos e fazer a cabeça dos familiares e pacientes psiquiátricos dizendo que isso é o mais importante.

Eu quero mesmo alertar você ex-paciente psiquiátrico e paciente psiquiátrico. Pacientes recebem medicamento em casa sem nunca ver médico, nem profissionais de apoio em saúde mental.

Você acha que essas pessoas estão bem MESMO? Com certeza estão controladas, pois os psicotrópicos controlam. Mas não recuperam ninguém. É uma vergonha, pois essas pessoas estão jogadas, sem acompanhamento.

Imagine se um familiar fosse ver o médico no lugar de um paciente com pressão alta. Aí o familiar ia medir a pressão no lugar do paciente?

E você que é psiquiatra e não é do SUS, isso está acabando com a moral da profissão de vocês. Vamos lutar juntos contra isso, pois isso não é legal, não é humano.

Essas pessoas deveriam estar tendo acesso a atividades, programas de reinserção social. Se elas não têm acesso a oficinas, atividades e programas de reinserção social não deveriam nem tomar medicamento, pois a parte mais importante do tratamento NÃO É MEDICAMENTO, NÃO É PSICOTRÓPICO.

A parte mais importante do tratamento é aquilo que trabalha a mente e a criatividade, como oficinas, atividades e projetos de reinserção social.

Essas pessoas ficam em casa vegetando e engordando e eles chamam isso de tratamento.

Você acertou. Eu estou revoltado.

Pois vou dizer mais uma vez: isso é exploração contra o ser humano.

Conseguem lucros com esses psicotrópicos, mas acabam com a qualidade de vida das pessoas que os tomam.

ISSO NUNCA FOI TRATAMENTO!!!!!!!

Aos pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos: consciência, por favor. PAREM DE SAIR POR AÍ DEFENDENDO ESSAS DROGAS, pelo amor de Deus.

Aceite que o que você acha que é falta do “remédio” se chama DEPENDÊNCIA. DEPENDÊNCIA QUÍMICA. Precisamos realmente lutar para que haja na saúde mental pública do Brasil opções que substituam esses psicotrópicos, e claro, ATIVIDADES para reinserir as pessoas.

CADÊ O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA?

Eles inverteram tudo: as atividades mentais, atividades físicas, oficinas e programas de reinserção social deveriam ser prioridade e os psicotrópicos deveriam ser último recurso.

A coisa se inverteu e os psicotrópicos viraram prioridade.

Ao ponto de gente ficar jogada em casa se entupindo de medicamentos sem sequer ver qualquer profissional de saúde.

Quando eu falo que ex-pacientes psiquiátricos e pacientes psiquiátricos estão sendo explorados me refiro a isso, entre outras coisas.

NOTA: nem culpo os profissionais de saúde mental que fazem esse absurdo. Pois o SUS é que deveria alcançar esses pacientes psiquiátricos que não saem de casa por vários motivos.

Cadê o tal Programa Saúde da Família?

24.2.10

HIV pode ser erradicado até 2050 - diz jornal

Testar todas as pessoas em risco para infecção por HIV e tratá-las com medicamentos antirretrovirais pode erradicar a epidemia mundial de Aids até 2050, segundo cientistas. Eles dizem que um programa agressivo com indicação dessas drogas para todas as pessoas infectadas com o vírus da doença - que mata dois milhões de pessoas anualmente no mundo - poderia cessar com novas infecções em cinco anos.

Esta notícia está em O Globo do dia 22. Apesar de eu colocá-la aqui atrasado.

Bem, a AIDS poderá ser eliminada até 2050, ou seja, a cura da AIDS está bem próxima, é uma realidade. Enfim, com o vírus HIV aniquilado não há AIDS. e provavelmente antes disso conseguirão uma cura MESMO.

Apenas queria chamar a atenção das pessoas que esperam que um dia haja formas de eliminar doenças mentais:

A AIDS apareceu bem depois da doença mental e a cura já está próxima. Ou seja, os cientistas SEMPRE encontram a cura das doenças, ou ao menos formas de erradicá-las e parar seu avanço.

Se houvesse alguma forma de eliminar doença mental os cientistas já teriam descoberto há muito tempo. Não se iluda.

(Quero dizer que a maioria das doenças mentais são causadas por sofrimento, pobreza, tristeza por perdas, enfim, a pobreza do mundo, por exemplo, não é doença que se cure com drogas ou operações. Doença mental é problema social, e como tal deve ser tratado. Medidas sociais são necessárias. Falo mais sobre isso logo.)

Lembre-se que eu tenho dito que doença mental é coisa que todos podem sofrer, e que NATURALMENTE passa, ou seja, ninguém fica deprimido para sempre. E naturalmente doença mental não é doença crônica, como tentam vender.

E queira me entender que eu considero DOENÇA MENTAL aquilo que realmente causa dor para o paciente psiquiátrico em questão.

Portanto, quando falo de DOENÇA MENTAL aqui eu me refiro a tudo que causa dor ao paciente psiquiátrico (depressão, perseguições, etc.) , portanto não estou falando de comportamentos considerados anti-sociais, que NUNCA foram doença.

23.2.10

Linguagem, comunicação, saúde mental e inclusão social

E eu falava para uma plateia composta por pessoas de várias línguas.

Eu tentava despertar naquelas pessoas a consciência de que desequilíbrios mentais não é coisa de uns poucos fracos, mas um problema de todos.

Eu dizia que seria super-importante se eles, coordenadores de projetos de inclusão social e digital em vários paises começassem a planejar que esses projetos estejam disponíveis em seus paises também para pessoas que foram acometidas por doença mental.

Depois de eu dizer isso em espanhol uma alemã respondeu em espanhol FLUENTE e simplesmente disse que no momento eles têm coisas mais importantes com que se preocupar... mas quem sabe no futuro.

O mais triste foi ver que algumas pessoas achavam que eu só estava arrumando um pretexto para viajar para outro país...

Acho que se eu quisesse viajar para outro país seria mais fácil juntar um dinheirinho e ir a uma agência de viagem comprar uma passagem.

Seria mais fácil que encarar uma plateia de pessoas de mais de dez paises para falar isso, em português e espanhol, para que todos entendessem.

Parece que ninguém conseguiu entender meus objetivos, mas QUASE todos entenderam minhas palavras.

Os nativos falantes de espanhol entendem um POUQUINHO de português. Quer dizer, entendem uma palavra ou outra.

Ou seja, pessoas que têm o espanhol como língua materna entendem uma coisinha aqui e outra ali, mas têm dificuldades para entender frases.

Isso porque tanto o português quanto o espanhol têm certas palavras muito semelhantes. Por isso geralmente pessoas nascidas e crescidas em regiões em que se fala português dizem que entendem espanhol e pessoas nascidas e crescidas em regiões em que se fala espanhol dizem que entendem português, mesmo sem ter estudado a língua.

Mas na verdade entendem algumas palavras, o que não é o suficiente para entender o contexto. Claro que é possível entender algumas mensagens, mas muito pouco.

Por isso eu falei em português e espanhol, pois queria que todos me entendessem, e sabia que se eu falasse só em português os nativos falantes de espanhol não iam me entender, e se eu falasse só em espanhol os nativos falantes de português não iam entender.

Mas houve uma falha no meu plano...

Pois bem. As pessoas nascidas e crescidas em regiões que em que se fala inglês têm MUITA dificuldade para entender português. Isso mesmo depois de estudar português e viver em país de fala portuguesa por um tempo.

Ou seja, as pessoas que têm o inglês como língua materna têm muita dificuldade para entender português.

Mas falam bem melhor que os nativos falantes de espanhol! Isso porque o português tem sons mais fáceis para um nativo falante de inglês pronunciar que para um nativo falante de espanhol.

(O INGLÊS É UMA DAS LÍNGUAS MAIS DIFÍCEIS DE PRONUNCIAR. PARA QUEM NÃO SABE, A IRONIA É QUE QUEM NASCE FALANDO INGLÊS TEM GRANDES VANTAGENS PARA APRENDER A FALAR A MAIORIA DAS LÍNGUAS, DEVIDO A ARTICULAÇÃO DA LÍNGUA INGLESA.)

Mas a questão é que depois que eu me dei conta que tinha uma americana lá que simplesmente NÃO ENTENDIA UMA PALAVRA QUE EU FALAVA. O engraçado é que ela tentava passar a impressão que entendia.

Pessoas dos outros vários paises latino-americanos viam me cumprimentar e dizer que acham importante minha dedicação para com a causa da saúde mental. Mas ao falar com a americana ficava claro que ela não tinha entendido nada...

Tsc, tsc, tsc... eu deveria ter falado em inglês também...

22.2.10

Discutindo religião e futebol

Peço, por favor, que as pessoas não estranhem que eu fale de outras coisas além de saúde mental aqui no blog PACIENTE PSIQUIÁTRICO. Mas é que, de certa forma, os assuntos estão ligados a saúde mental. Por exemplo: vários religiosos têm visões. Convenhamos que essas visões poderiam ser interpretadas como ALUCINAÇÃO ou DELÍRIO por um psiquiatra, não concorda?

Esta é uma postagem especial para responder aos cristãos que comentaram aqui, enfim explicar minhas impressões para todo cristão que possa ter se ofendido com a postagem sobre Elton John e suas declarações sobre Jesus.

Eu respeito os cristãos, respeito a Cristo, apesar de não segui-lo, nem crer n’Ele.

Quando alguém diz “homossexuais vão para o inferno, pois homossexualismo é pecado de acordo com a bíblia” eu só tenho uma coisa a dizer:

Jesus Cristo disse: “Não julgarás”.

Acho que isso basta para que entendamos que, segundo Jesus, a gente pode dizer que tal coisa está na bíblia, mas a gente não pode dizer que alguém vai para o inferno por isso ou aquilo.

Pois de acordo com o próprio Jesus, quem decide quem vai pro inferno ou não é Deus.

Portanto, de acordo com Jesus, não cabe a gente julgar.

Jesus claramente indica que não temos o DISCERNIMENTO para entender qual será a decisão final de Deus, E, PRINCIPALMENTE, não devemos JULGAR no lugar de Deus, que é o juiz absoluto.

Só isso.

Isso só pra deixar claro que eu conheço a bíblia e SEI RACIOCINAR. (Não se sintam ofendidos.)

QUANTO AO FUTEBOL...


Gostaria de parabenizar aos botafoguenses pela conquista do Campeonato Carioca de 2010.



Sim. Eu disse Campeonato Carioca, e não Taça Guanabara. Acho que ficou óbvio demais que o Botafogo será campeão. Apesar de eu ter falado de religião antes, não se trata de profecia. E sim de LÓGICA.

Eu NUNCA na minha vida vi esse técnico Joel Santana perder um Campeonato Carioca. Ele é um MESTRE DOS CÁLCULOS. Com ele disputando campeonato Carioca a coisa até perde a graça. Ele ganha sempre!

(claro que em se tratando de campeonatos a nível nacional ele não tem o mesmo sucesso.)

Eu não acompanho muito futebol, mas pergunto a um fanático: você já viu Joel Santana perder Campeonato Carioca?

Claro que existe a vaga possibilidade de surpresa. Outro time poderia ganhar o Carioca SE...

Joel Santana sofresse algum acidente que o impossibilitasse, ou morresse (Longe tal pensamento!), ou se outro time GRANDE carioca tivesse como treinador Felipe Scolari, o único técnico que poderia parar Joel Santana, por se tratar de um mestre dos cálculos também.

Agora, na verdade, eu estou tentando descobrir QUEM SERÁ O VICE-CAMPEÃO? Vasco ou Flamengo? Ou poderia dar zebra e um outro ser vice-campeão? Será que o Botafogo ganhará os dois turnos?

Essas coisas são difíceis de descobrir...

21.2.10

O PSIQUIATRA DÁ UMA MÃOZINHA AO EX-PACIENTE PSIQUIÁTRICO - Charge

Na charge abaixo um psiquiatra dá uma ajuda MEIO DIFERENTE a um ex-paciente psiquiátrico.





A charge ironiza um dos principais erros dos cuidadores em saúde mental: que é querer fazer as coisas pelos usuários de saúde mental, os ex-pacientes psiquiátricos, ou pacientes psiquiátricos.

Claro, não são só cuidadores em saúde mental que cometem esse erro. Políticos também, com suas bolsas família.

Não confundir FAZER AS COISAS PELOS OUTROS com PRESTAR SERVIÇOS AOS OUTROS.

Claro que precisamos de profissionais especializados para fazer certas coisas pra gente, pois não podemos aprender a fazer tudo. (Pois também temos que usar nosso tempo para nos divertirmos, etc.)

Mas aquelas coisas que é normal, OU DEVERIA SER NORMAL todas as pessoas conseguirem fazer, não é legal uma pessoa fazer por outra. É mais uma USURPAÇÃO que uma ajuda.

Enfim, pessoas em geral cometem essa falha.

APRENDA A COOPERAR, MAS NÃO FAÇA AS COISAS PELOS OUTROS

Se uma certa pessoa pode andar, OU mover os braços, OU ver, OU ouvir E consegue PENSAR, mesmo que de maneira limitada, essa pessoa não precisa que façam coisas por ela.

Precisamos encontrar maneiras para desenvolver FERRAMENTAS para fazer a vida dessa pessoa mais fácil.

(Na verdade já existem várias ferramentas que facilitam a vida de várias pessoas com alguma limitação física. O problema é que NEM TODAS AS PESSOAS têm acesso a essas ferramentas.)

Mas nós não precisamos fazer coisas pelos outros.

Não faça nada por ninguém. Aprenda a cooperar. Cooperar quer dizer TRABALHAR JUNTO com a pessoa. Não exatamente ensinar a pescar, como dizem alguns, mas PESCAR JUNTO.

Ao fazer algo pelos outros você só está atrasando a vida dessa pessoa, tirando a chance dessa pessoa se AUTO-AFIRMAR. Quando fazemos as coisas pelos outros tiramos a chance de a pessoa aprender a se virar.

Aprenda a cooperar, mas não faça as coisas pelos outros.

20.2.10

Elton John: "Jesus foi um gay superinteligente"

Jesus Cristo foi um gay superinteligente. Essas é a reflexão do cantor britânico Elton John, de 62 anos. Os comentários do músico, feitos durante uma entrevista que abordou temas como fama, amor, drogas e religião, foram publicados no site da revista americana Parade.

Elton John, ele próprio um homossexual, não lançou mão de eufemismos. "Eu acho que Jesus foi um homem gay compassivo e superinteligente que entendeu os problemas humanos", afirmou o cantor.

O músico continua: "Na cruz, ele perdoou aqueles que o crucificaram. Jesus queria que amássemos e perdoássemos. Não sei o que deixa as pessoas tão cruéis. Experimente ser lésbica no Oriente Médio - é melhor estar morta".


A notícia acima está como foi publicado pela Veja.com.

Notícia revoltou homófobos

Essa notícia estourou ontem, e despertou a homofobia de muitos.

Acho que a vida sexual de Jesus não é problema de ninguém. Se ele foi gay ou não nunca foi falado na bíblia DIRETAMENTE.

Mas tal afirmação de Elton John despertou fúria nos homofóbicos.

E daí se Jesus fosse gay? Ser gay não é errado. Será que eles mudariam sua fé se aparecesse um APÓCRIFO em que Jesus se revela abertamente ser gay?

Vão me desculpar mesmo. Sei que há muitos religiosos, mas tenho que ser franco, POIS JESUS DISSE QUE DEVEMOS SER FRANCOS.

Não sou seguidor de Jesus, nem acredito na MAIORIA das coisas que ele disse, mas acredito que ele colocava O CORAÇÃO no que dizia, e por isso admiro a forma em que ele defendia suas crenças, que ele parecia REALMENTE acreditar (apesar de não ter pé nem cabeça, nem estar de acordo com o Velho Testamento, cujas regras NÃO DEVERIAM ser mudadas por NINGUÉM, de acordo com o próprio Velho Testamento).

Claro, Jesus foi mal-interpretado várias vezes. Ele claramente indicava que detestava IDOLATRIA. E hoje em dia ele é idolatrado por HIPÓCRITAS, como ele dizia.

SE ELE CLARAMENTE SE REVOLTAVA CONTRA A IDOLATRIA, COMO AS PESSOAS VÃO IDOLATRÁ-LO E DIZER QUE É A VONTADE DELE?????

Vai me desculpar se você se sente ofendido. Mas era assim que Jesus falava.

Não tenho dúvidas de que se Jesus viesse ao mundo HOJE esses hipócritas que dizem tanto adorá-lo o matariam de maneiras bem mais cruéis que no passado.

Entre os homófobos que se revoltaram está o senhor Ratinho. Ele xingou Elton John de várias maneiras e o comparou a Jesus dizendo "perto de Jesus você não é nada!!" Bem, eu não tenho tanta certeza. Me parece claro que Elton John CANTA bem melhor que Jesus.

O que eu quero dizer é que não dá para comparar o que um faz melhor com o que outro faz melhor. Se Jesus era bom dando sermões, ele NÃO É NADA perto de Elton John, Michael Jackson, Renato Russo em matéria de cantar.

E desculpem, vamos falar sério: nós temos gravações desses cantores que eu citei, entre outros. Essas pessoas encheram e enchem o mundo de alegria PESSOALMENTE.

E Elton John tem uma vantagem: ELE ESTÁ VIVO.

Repito: Jesus provavelmente seria MORTO hoje em dia por esses hipócritas. E o Ratinho dispararia insultos a ele e o chamaria de tantos palavrões...

Ao dizer os insultos contra o Elton John, Ratinho ainda disse:

"Espero que o que estou dizendo chegue até ele. Espero que saia na Internet, nos jornais internacionais..."

Bem, Ratinho, se sair lá fora, vai ser mais ou menos assim:

FAMOUS BRAZILIAN CLOSET GAY INSULTS ELTON JOHN.

Traduzindo: FAMOSO GAY ENRUSTIDO BRASILEIRO INSULTA ELTON JOHN.

Pois vamos falar sério: pessoas como o Ratinho, que insultam homossexuais GERALMENTE são GAYS ENRUSTIDOS.

Na boa: eu sempre achei que o Ratinho era gay.

19.2.10

O Paciente Psiquiátrico e o ex-Paciente Psiquiátrico precisam de apoio, e não de monitoramento

Infelizmente ao tentar chamar atenção para alguns problemas no percurso da Luta Antimanicomial eu acabo esbarrando num problema: eu não sou grande orador, não sou um grande falador. Não sou político. Não tenho facilidade para fazer a cabeça das pessoas.

Como já mencionei, o Movimento da Luta antimanicomial no Brasil é um movimento de técnicos de saúde mental, e não de usuários de saúde mental. Mas o movimento não deixa de ser importante por isso.

Eu só lamento que os usuários em saúde mental do Brasil não tenham iniciativas ousadas como os usuários em saúde mental dos Estados Unidos.

Já que os usuários em saúde mental dos Estados Unidos criaram seus movimentos de maneira independente, e contrária aos técnicos, muitas vezes.

Isso talvez seja pela trajetória de ambos os países. Enquanto que os Estados sempre foram o país da liberdade, o Brasil infelizmente foi marcado pela ditadura e pela repressão. Repressão que infelizmente continua, apesar de disfarçada. Essa repressão se vê no voto obrigatório, por exemplo.

Daí que entendo perfeitamente as boas intenções de muitos técnicos de saúde mental que buscam acompanhar os usuários de saúde mental, mas o problema é quando esses técnicos passam a entrar demais na vida dos usuários, pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos.

Não é entrar se tornando íntimo, mas sim dizendo o que fazer, orientando demais. É que chega um momento que os técnicos, liberais não chegam a tomar decisões pelos usuários, mas infelizmente fazem a cabeça dos usuários, não os deixando pensar livremente.

Eu até entendo as boas intenções desses técnicos, mas não posso negar que gera pessoas acomodadas e sem pensamento próprio. Incapazes de tomar decisões.

Incapazes de discordar da menor coisa que seus líderes técnicos dizem. E um ponto importante: que autoridade psicólogos e psiquiatras têm para ensinar usuários de saúde mental a melhor forma de viver?

Não existe nenhum cursinho mágico que ensine mais que a experiência de vida. E temos que admitir que geralmente pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos têm mais experiência, tem muito mais experiência de vida que profissionais de saúde mental, por motivos óbvios.

18.2.10

Mais uma tragédia por causa de psicotrópicos

Mas uma vez quero salientar que lamento que não haja opções de tratamento que substituam os perigosos psicotrópicos.

Lamento, pois todos os dias vejo notícia de gente que morre por causa dessas drogas.

Quero lembrar mais uma vez que admito que os psicotrópicos podem ser essenciais no caso de surtos fora de controle, em EMERGÊNCIAS.

Mas nenhuma pessoa poderia ficar tomando esses psicotrópicos a longo prazo, muito menos manter essas drogas em casa, pois oferecem perigo constante.

Quando Carolyn Riley foi condenada por matar sua filha de quatro anos Rebecca por overdose de psicotrópicos prescritos para a criança, alguns membros do júri acharam que o psiquiatra que escreveu as receitas também deveria ser julgado.

Essa é uma das últimas notícias de tragédias por causa de psicotrópicos que eu li. Siga o link acima e veja por si mesmo.

Salientando as dificuldades do acompanhamento psiquiátrico no Brasil



Só queria salientar que a coisa está muito difícil para faz acompanhamento psiquiátrico no Brasil. Eu costumo falar de como seria importante CURSOS para a comunidade em geral dentro de serviços de saúde mental, pois isso torna esses locais mais sociais. Mas infelizmente as políticas públicas do Brasil não têm levado isso muito a sério.

Faço parte de um projeto de informática nos serviços de saúde mental do Rio de Janeiro. Devo esclarecer que o projeto SEMPRE foi iniciativa da organização não governamental COMITÊ PARA DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMÁTICA, apesar de muitos profissionais de saúde mental políticos tentarem levar todos os créditos.

Mas infelizmente não estamos tendo verbas, e por consequência não estamos tendo cursos. Os políticos parecem achar que têm coisas mais importantes para tratar do que a saúde das pessoas.

Mas mesmo assim eu luto com todas as forças para que esses cursos de informática sejam tratados com mais carinho.

E por isso tenho tido toda paciência do mundo ao lidar com esses políticos.

Até a próxima.

17.2.10

Recesso de Carnaval

Como você já deve ter percebido, o blog PACIENTE PSIQUIÁTRICO ultimamente tem sido um DIÁRIO, ou seja, com postagens diárias, jornaleiras.

Mas por motivos óbvios não escrevi sobre nada em especial na SEGUNDA DE CARNAVAL. E também não vou escrever nesta QUARTA-FEIRA DE CINZAS. Motivo: não dá pra preparar coisas para escrever quando se está se recuperando da ressaca.

Mas por favor, veja a postagem de ontem, se ainda não a viu, que é muito importante, fala sobre RETARDO MENTAL.

Claro que eu sei que em algumas regiões o Carnaval continua.

Para quem o carnaval continua

FELIZ CARNAVAL!!!!!!!!!!!

16.2.10

Deficiência Mental ou Intelectual

Antes de mais nada eu gostaria de explicar o significado de alguns insultos internacionalmente famosos. Estou falando dos termos IDIOTA e IMBECIL.

IDIOTA, para quem não sabe, era um termo médico, um termo técnico. Idiota era o termo usado para o que hoje chamamos de DEFICIÊNCIA MENTAL GRAVE OU PROFUNDA. Na verdade o termo técnico usado é RETARDO MENTAL PROFUNDO.

Vou explicar: os retardos mentais antigamente eram divididos em três CATEGORIAS principais. Deficiência mental leve, deficiência mental moderada e deficiência mental grave.

Você deve saber que a deficiência mental também é chamada de DEFICIÊNCIA INTELECTUAL. Ou seja, deficiência mental, deficiência intelectual, ou retardo mental.

E no passado IDIOTA era o indivíduo com maior deficiência intelectual, ou seja, menos inteligente, segundo essas classificações. IDIOTA era aquele com o retardo mais grave, IMBECIL era o segundo retardo mais grave, e CRETINO era o retardo menos grave.

Em outras palavras: IDIOTA: RETARDO GRAVE. IMBECIL: RETARDO MODERADO. CRETINO: RETARDO LEVE.

Observe, claro, que hoje em dia são quatro categorias: RETARDO LEVE, RETARDO MODERADO, RETARDO GRAVE e RETARDO PROFUNDO.

Esses termos são usados em várias línguas do mundo, com pequenas variações. Por exemplo: em inglês é IDIOT (idiota), IMBECILE (imbecil) e MORON (cretino).

Da mesma forma, nos Estados Unidos IDIOT, IMBECILE e MORON são termos usados para insultar as pessoas.

Triste ver que as pessoas que usam tais termos como insultos desconhecem que esses termos na verdade eram classificações, para não dizer DISCRIMINAÇÕES, técnicas.

Aliás, para quem não sabe, a palavra CRETINO vem do latim christianus, que quer dizer CRISTÃO. (Em francês, por exemplo, as palavras CRISTÃO e CRETINO se escrevem e se pronunciam quase da mesma forma: CHRÉTIEN e CRÉTIN.)

Agora você vai pensar duas vezes antes de chamar alguém desses nomes.

Você pode ler mais sobre os retardos mentais nas seguintes páginas:

Deficiência Mental - Wikipédia
O que é deficiência mental
Deficiência mental ou intelectual
Oligofrenia - Wikipédia

Nas páginas indicadas acima você poderá ler sobre RETARDO MENTAL, mas não com os detalhes que você só consegue encontrar aqui no BLOG PACIENTE PSIQUIÁTRICO.

Não existe "retardo mental". - Existem maneiras diferentes de aprender e de conviver.

Do meu ponto de vista alguém não poderia ser considerado doente por se acreditar que a pessoa tem uma inteligência menor.

Eles são um pouco hipócritas, pois dizem: "não confundir deficiência mental com doença mental". Se eles (profissionais de saúde) não consideram deficiência mental, ou melhor, RETARDO MENTAL, como doença o que isso está fazendo na CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE DOENÇAS?

Com esta postagem abro o tema sobre RETARDO MENTAL.

Nas próximas postagens mostrarei evidências de que aqueles classificados de DEFICIENTES MENTAIS, OU DEFICIENTES INTELECTUAIS, enfim, RETARDADOS MENTAIS não necessariamente têm inteligência inferior, mas sim uma maneira diferente de aprender.

E como os profissionais não conseguiram achar a melhor maneira de ensiná-los, ou colocá-los dentro do que acreditam ser o padrão social NORMAL, decidiram chamá-los de deficientes.

FELIZ CARNAVAL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

14.2.10

Saúde mental: direito de todos, problema de todos (Conclusão)

Finalizando meu artigo sobre institucionalização.

Pena que nesse meu trajeto me deparei com gente que ganha dinheiro com o que aconteceu e acontece nos hospitais psiquiátricos. Gente exploradora.

Também me deparei com gente que se promove politicamente. Me deparei com gente indiferente e muito política.

Gente que mente e manipula, “pelo bem da saúde mental”, essa gente tenta justificar.

E, infelizmente me deparei com gente que está disposta a destruir quem atrapalha seu lucro com doença mental.

No caminho vi gente com objetivos sinceros e humanitários, cuja voz foi silenciada, ou ignorada como sem importância.

Infelizmente, em meu trajeto, fiz inimigos. Gente que mente e faz calúnias a meu respeito. Por que, eu não sei.

Mas por isso eu estou aqui. E eu sei que minha causa, que é justa, prevalecerá, a justiça prevalecerá. Naturalmente não sou ator, nem celebridade. Não sou poeta. Não sou artista. Não sou carismático. Não sou simpático. Sei da solidão de minha luta. Sei do perigo.

Mas também sei que as pessoas sabem se unir pela luta pela liberdade. E sei que em seu tempo essas pessoas estarão lutando pela liberdade das pessoas que enfrentam doença mental com tanta força que essa deixará de ser minha luta.

As pessoas lutarão por tratamentos mais sérios, mais democráticos. Não haverá mais o monopólio dos psicotrópicos. As pessoas perceberão que ninguém pode ficar a margem da sociedade. As pessoas lutarão por mais integridade e inclusão social de todos.

E TODOS nesse caso incluirá os pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos que não precisarão esconder seu passado para conseguir um emprego. Será uma luta popular.

As pessoas perceberão que doença mental não é coisa de alguns poucos, como pessoas que ganham dinheiro com saúde mental tentam nos fazer acreditar, mas sim um problema de todos, que todos estão sujeitos.

Será uma luta mais forte que o Movimento Negro e que o Movimento Gay, porque nem todos podem ser negros, e ser gay PODE ser uma opção. Mas a doença mental pode afetar qualquer um, gay ou negro, ou de qualquer cor ou naturalidade.

(Doença mental nunca foi um problema que afeta determinada raça. Mesmo em paises onde há segregação, como os Estados Unidos, dificilmente pode haver famílias sem casos de doença mental, pois é óbvio que as pessoas se misturam. E mesmo se fosse verdade o papo de doença mental ser genética ou hereditária, é claro que a essa altura da humanidade todas as famílias do mundo já têm casos de doença mental.

Talvez alguns tenham vergonha de admitir, talvez alguns desconheçam. Pois não houve nenhum controle para que quem tenha caso de doença mental não se relacionasse sexualmente com quem não tem caso. E a doença mental não aparece como uma chaga no pênis de alguém. Às vezes é mais discreta, como na forma de uma distimia.)

As pessoas não terão mais vergonha da doença mental. A doença mental então deixará de ser discriminada.

Aí sim haverá uma revolução. Uma revolução de verdade, onde a hipocrisia não terá vez.

Assim finalizo esse documento. Por um mundo melhor.

FELIZ CARNAVAL

13.2.10

Derrubando os muros e labirintos do hospital psiquiátrico

Espero que todos estejam curtindo o Carnaval. Nesta época mais feliz do ano deixo aqui no blog PACIENTE PSIQUIÁTRICO uma postagem alegre e cheia de esperança.

Os CAPS de hoje são estruturas bem mais abertas, mas ainda mantém um pouco do afastamento que os hospitais psiquiátricos tinham. Para entrar num CAPS é muito difícil. Mesmo eu, que sou usuário de CAPS, tenho dificuldade para entrar em outros CAPS. É uma estrutura muito fechada ainda.

Os CAPS na prática não trazem a comunidade para si, como sugere seu projeto original. Por isso eu dou grande valor ao trabalho que o CDI (Comitê para Democratização da Informática) tem desenvolvido nos CAPS e em alguns hospitais psiquiátricos.

Foi muita audácia e coragem do CDI entrar nesse universo fechado da saúde mental e levar esperança para todos aqueles pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos, além de ajudar a diminuir os preconceitos e o estigma. Pois a comunidade entra nos CAPS, como nunca foi possível, e vê a nossa realidade.

12.2.10

O relato do terror do hospício, o terror do tratamento fechado (Não fique indiferente!)

Aqueles auxiliares de enfermagem eram jovens, como você já deve ter imaginado. Os enfermeiros de verdade eram mais velhos. Um deles sequer sujava suas mãos amarrando os pacientes psiquiátricos. Outro já me amarrava PESSOALMENTE quando eu estava “enchendo muito o saco.”

No hospício de Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, tinha um pessoal especial para amarrar as pessoas. O “pessoal da contenção”. Eles até sabiam amarrar sem oferecer perigo para a vida das pessoas.

Porém, no hospício de Piedade (Rio de Janeiro) quem amarrava eram os auxiliares de enfermagem.

Por serem muito jovens, e naturalmente despreparados para lidar com pessoas naquelas condições, aqueles auxiliares de enfermagem chegavam a ser perigosos, pois amarravam as pessoas sem uma supervisão sequer, de qualquer maneira.

Quando já era animalesco amarrar, amarrar de qualquer maneira gerava risco de morte e de infecções.

Qualquer oposição contra aquele pessoal do hospício de Piedade era motivo para amarrar na cama. Toda oposição era abafada.

Aqueles auxiliares de enfermagem não eram maus, mas sim despreparados. As ameaças que eles faziam eram mais assustadoras que as ameaças de alguns criminosos que havia encontrado na vida, antes de ser internado.

Comum ouvir desse pessoal frases como “Ou vai por bem, ou vai por mal”, isso quando alguém queria resistir ao castigo da amarração.

Uma vez, ao tentarem me amarrar, eles se irritaram com minha resistência e ameaçaram: “Está vendo essa sua cicatriz? (apontaram para a cicatriz que tenho na mão direita.) Se você continuar resistindo vamos fazer outra cicatriz como essa na outra mão.

Eles não estavam brincando. Ou eu respondia violência com violência, ou cedia. Devido a minha crença de não violência preferia ceder. Pois se fosse para continuar resistindo eu ia ter que considerar matar meus agressores.

E realmente esse tipo de violência eu não queria. Tanto por saber que no fundo eles não tinham culpa. Pois aquela violência já tinha virado natural para eles, por trabalharem num lugar como aquele.

Com certeza aqueles auxiliares de enfermagem chegavam a agredir pacientes psiquiátricos a socos. Agrediram a mim, como agrediram a outros. Isso para não falar das vezes que fomos enforcados no hospício. Mas eles sequer percebiam a violência disso.

Realmente eu podia ver que eles viam aquilo como uma correção normal. E aceitável. Esses auxiliares de enfermagem precisavam mais de ajuda que de repressão. O que tem que ser suprimido da face da terra é essa forma de explorar as pessoas colocando vidas em risco.

Em um dado momento um auxiliar de enfermagem descobriu um jeito eficiente de me deter enquanto eu dificultava que ele me amarrasse. Os outros auxiliares já tinham ido. Ele estava tentando acabar de amarrar um de meus braços.

Para acabar com minha resistência e ficar com as mãos livres para me amarrar ele simplesmente meteu o cotovelo na minha garganta e prosseguiu me amarrando. Naturalmente eu comecei a ficar sem respiração e poderia morrer ali.

Daí que comecei a gritar para ele “Você já me matou! Pare!” ao ouvir minha voz sufocada, ele se deu conta. Naturalmente tentei gritar com a voz sufocada mesmo, pois sabia que se continuasse naquela posição acabaria morrendo.

Dessas experiências, naturalmente, eu posso imaginar como meu tio realmente morreu no hospício. Porque, se eu morresse ali, infelizmente não haveria nenhuma investigação para descobrir como eu morri.

Nenhum familiar ia tentar protestar para que houvesse uma investigação. Diriam que eu tropecei e caí, e pronto. Caso resolvido. Quem ia se preocupar em descobrir a verdade?

Nas amarrações, feitas de qualquer de maneira, os pulsos ficavam machucados. O que poderia causar uma infecção.

As amarrações não eram forma de tratamento de forma alguma. Que ninguém seja hipócrita em defender tal ideia! Eu ficava amarrado a noite toda, frequentemente, pois eu estava realmente revoltado contra aqueles absurdos.

Eu os contrariava sempre, e cada vez que os contrariava era amarrado na cama.

E naturalmente não conseguia dormir, pois é muito difícil conseguir dormir amarrado. Pergunte a outros que passaram a noite amarrados na cama.

Que medida terapêutica seria forçar alguém a passar a noite sem dormir?

Quando era amarrado antes do jantar ficava sem comer nada até o dia seguinte, quando era solto. Quando era amarrado antes do lanche da tarde ficava sem comer até o dia seguinte.

Essa era a lei.

E ao ver a indiferença de alguns familiares quanto aos abusos daquele hospício eu realmente podia sentir como meu tio deve ter sentido ao morrer no hospício. Como muitos outros que morreram em hospícios se sentiram.

Entenda que meu tio morreu em 1993. A internação que eu descrevo aqui foi em 2001.

Agora veja: as condições em 1993 eram bem piores que em 2001.

Em 2001 já existiam Centros de Atenção Psicossocial no Rio de Janeiro (CAPS).

Em 1993 a situação estava bem feia.

Não havia CAPS nenhum no Rio.

Só projeto.

Eu fui internado no município do Rio de Janeiro. Meu tio foi internado na Baixada Fluminense, fora do município do Rio de Janeiro. Comparado as condições dos hospícios da Baixada Fluminense o Sanatório de Piedade, onde fui internado, era o paraíso.

Acho que não preciso explicar que o município do Rio de Janeiro recebe mais recursos que os outros municípios. Afinal, é a capital, cartão postal do Brasil.

Ao escrever o título O TERROR DO TRATAMENTO FECHADO me vi num dilema. Afinal, aquilo não era tratamento, nunca. Mas eu coloquei o título TRATAMENTO, pois achei que deveria sugerir que houvesse um tratamento de verdade no futuro, em estruturas abertas, acolhedoras.

Assim acaba este capítulo. UM FELIZ CARNAVAL PARA TODOS!

11.2.10

Oficina de Informática do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)

Os serviços de saúde mental estão passando dificuldades por causa da indiferença política de nossos governantes. O CAPS Rubens Corrêa está com falta de alimentos e o projeto de informática nos serviços de saúde mental não estão recebendo verbas.

Pelo menos agora tem uma psiquiatra, para remediar. (Já que não tinha nenhum psiquiatra.)

Mas mesmo assim eu vou ao CAPS e abro a sala de informática para que possamos TODOS usar os computadores.

Como não temos condições de realizar cursos de informática no momento POR FALTA DE VERBA, estamos apenas fazendo uma espécie de OFICINA DE INFORMÁTICA.

Nós usamos os computadores lá no CAPS para digitar, desenhar, etc. Mas, principalmente escutamos músicas. O pessoal sugere músicas e eu consigo em sites que compartilham músicas.

Qual não foi minha surpresa quando um dos usuários do CAPS me pediu a música JE T'AIME... MOI NON PLUS.

Talvez você não reconheça esta música por nome, mas com certeza você a reconhecerá ao ouvi-la.

JE T'AIME... MOI NON PLUS - sobre a música e sua tradução

JE T'AIME... MOI NON PLUS talvez seja a música mais sensual da história. Considerada uma música ERÓTICA.

Aqui eu traduzo o título e o refrão do francês para o inglês e para o português:

Jane Birkin diz: Je t'aime (I love you / Eu te amo)
Serge Gainsbourg responde: Moi non plus (Me neither / Eu também não)

A resposta de Serge Gainsbourg parece ironizar o "Eu te amo".

Mas a Wikipédia em francês explica o título JE T'AIME... MOI NON PLUS da seguinte forma:

A ideia do título vem de uma frase do artista Salvador Dali quando perguntado sobre o que o diferenciava de Picasso. Ele respondeu: "Picasso é espanhol, eu também. Picasso é um gênio, eu também. Picasso é comunista, eu também não.

L'idée du titre vient d'une phrase de l'artiste Salvador Dali à qui on demandait ce qui le différenciait de Picasso. Il répondit "Picasso est Espagnol, moi aussi. Picasso est un génie, moi aussi. Picasso est communiste, moi non plus."


Daí, no refrão, Serge Gainsbourg diz em francês:

Comme la vague irrésolue
Je vais et je viens
Entre tes reins
Et je
Me re-
Tiens

Traduzido ao inglês:

Like the irresolute wave
I go and I come
In between your loins
And I
Snuggle up

Traduzido ao português:

Como a onda irresoluta (indecisa)
eu vou e eu venho
Entre suas partes
E eu
Me aconchego

Jane Birkin responde:

Tu es la vague, moi l'île nue
Tu vas tu vas et tu viens
Entre mes reins

Tu vas et tu viens
Entre mes reins
Et je
Te re-
joins

Traduzido ao inglês:

You are the wave, I'm the naked island
You go, you go and you come
In between my loins

You go and you come
In between my loins
And I
Join you again

Traduzido ao português:

Você é a onda, eu sou a ilha nua
Você vai, você vai e você vem
Entre minhas partes

Você vai e você vem
Entre minhas partes
E eu
Me junto a você novamente

A cantora JANE BIRKIN faz gemidos sensuais como se estivesse tendo um orgasmo. E ela sabe fazer isso muito bem, devo avisar. Por isso deixei a seu critério ouvir a música, ou não.

Veja abaixo o vídeo com a música, e em seguida o texto que conta sua história.



Je t’aime… moi non plus é uma canção francesa escrita, composta e cantada em dueto por Serge Gainsbourg primeiro com Brigitte Bardot em 1967 e depois com Jane Birkin em 1969. (Nota do tradutor: Serge Gainsbourg que escreveu a canção.)

A primeira versão não foi publicada por pedido de Brigitte Bardot que estava casada, na época, com o indrustrial alemão Gunter Sachs. A segunda versão foi interpretada pelo compositor e Jane Birkin que estavam naquele momento no início de sua relação.(Isso de acordo com a Wikipédia em francês.)

O explícito erotismo da canção foi declarado ofensivo na época de seu lançamento. Geralmente se pensa que a letra se refere a um tema que é tabu, que é fazer sexo sem amor, e é passado de uma forma quente, sugestiva.

A canção culmina em sons de orgasmos simulados por Birkin: principalmente por causa disso a canção foi proibida de tocar em rádios da Itália, Polônia, Portugal, Espanha, e Reino Unido, e foi denunciada pelo Vaticano numa declaração pública. (Tudo isso de acordo com a Wikipédia em inglês.)

10.2.10

As violências e suas consequências absurdas

Um paciente psiquiátrico sem camisa bate com força contra um portão do hospício. Ele xinga. Quer chamar atenção para alguma coisa. Ou simplesmente provocar. Ele sai correndo e quando os carcereiros chegam, ou seja, quando os auxiliares de enfermagem chegam ele já fugiu.

Porém outra vez que ele bate no portão ele não é rápido o suficiente. Os auxiliares de enfermagem chegam, seguram-no e o levam para o castigo. Castigo, pois eles sabem que ele não está em crise. Está protestando.

E se estivesse em crise o mais certo seria levá-lo para o psiquiatra, ou para o enfermeiro chefe, que decidiria o que fazer para ajudar (e não para punir).

Qual é o castigo? A pessoa é amarrada na cama.

Um rapaz era amarrado com frequência como punição. Até que... ele passou a fazer algo que me arrepiava: toda vez que ele via algum dos outros pacientes psiquiátricos sendo amarrado ele pedia para ser amarrado também, com ciúme.

Ele chegava ao ponto de bater nas coisas, pedindo para ser amarrado.

__Amarra eu, tioooooo!!!!, ele gritava.

A cena de terror se alargava. Nada pior do que ver auxiliares de enfermagem amarrando pessoas com um sorriso no rosto de satisfação. Nada pior do que ver auxiliares de enfermagem disputando para ver quem tem o “prazer” de amarrar o paciente psiquiátrico.

Enfim, o que pude observar é que o hospício desenvolve comportamentos doentios, não apenas nos pacientes psiquiátricos, mas também nos profissionais que lá trabalham. Tratamentos fechados desenvolvem comportamentos doentios nas pessoas. Ao ponto de passarem a gostar de amarrar pessoas e de ser amarrado.

9.2.10

Médico indiciado pela morte de Michael Jackson por overdose medicamentosa

LOS ANGELES (Reuters) - Promotores de Los Angeles formalizaram na segunda-feira o processo judicial por homicídio culposo contra o médico que atendia Michael Jackson na época da sua morte, em 25 de junho.

O cardiologista Conrad Murray há meses era investigado por ter supostamente administrado uma sobredose dos medicamentos propofol, lorazepam e outros analgésicos, sedativos e um estimulante ao cantor de "Thriller".


Notícia extraída do Yahoo! Notícias.

Para quem não sabe LORAZEPAM é um psicotrópico poderoso conhecido pelo nome de LORAX aqui no Brasil.

Enfim, esse médico está respondendo na Justiça por levar o Michael Jackson a morte através de psicotrópicos e outros fármacos.

Mas não vão responsabilizar os fabricantes dos fármacos?

Seria bom para a sociedade que os psiquiatras que levaram tantos pacientes psiquiátricos a morte com super-doses de medicamentos psiquiátricos fossem indiciados e respondessem na Justiça também.

Pois se alguém que atropela e mata SEM INTENÇÃO tem que responder na Justiça por que os psiquiatras nunca respondem pelas mortes que as prescrições exageradas de psicotrópicos causam?

Acha que seria apenas justo.

Infelizmente eu conheço VÁRIOS psiquiatras que levaram pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos amigos meus a morte por passar psicotrópicos demais.

(Nota: obviamente nem todos os psiquiatras cometem essas falhas.)

Mas infelizmente eu sei que esses psiquiatras provavelmente nunca responderão por essas negligências médicas.

A minha luta é para evitar que as mortes por esses psicotrópicos continuem, e isto eu VOU CONSEGUIR. Mas não é minha prioridade levar esses psiquiatras infelizes a Justiça.

Muitos desses psiquiatras que levaram seus pacientes psiquiátricos a morte eram até boas pessoas. Uns até faziam uns trabalhos legais. Mas eram PÉSSIMOS administrando medicamentos psiquiátricos. Erraram de profissão.

Eu não sou a favor de prisões QUE ISOLEM. Sou a favor da liberdade.

Repito, apenas acho que esses psiquiatras que eu conheci, MUITOS QUE ATÉ FIZERAM COISAS LEGAIS, deveriam responder por seus crimes como qualquer outro criminoso.

Eu até gosto de muitos deles. Apenas acho que eles deveriam responder por seus crimes, sejam eles dolosos ou culposos.

Onde há isolamento não há lei, não há regras...


Como eu sou defensor da liberdade, você já devia saber que eu sou contra qualquer tipo de prisão QUE ISOLE. Ou seja, sou contra pessoas ficarem limitadas a quatro paredes ou a muros, impossibilitadas de ver o mundo que Deus (A Natureza) fez para todos.

Sou contra a pena de morte. A nenhum criminoso deve ser negada uma segunda chance.

Mas que haja pena de morte para QUALQUER criminoso que causou morte e REINCIDIU depois de pagar pelo crime.

Ou seja, TOLERÂNCIA ZERO para quem volta a causar morte depois de ter pagado na Justiça por tal crime.

E quando alguém fica isolado A FORÇA geralmente a vida dessa pessoa fica nas mãos de seus carcereiros. Ou seja, quem está tomando conta da pessoa que foi presa ou internada pode fazer o que quiser com a pessoa, pois quem está de fora não está vendo. Seus carcereiros decidem a forma da pessoa viver, e até decide se a pessoa vive ou não.

Sou contra asilos enfim. O único asilo que deveria existir deveria ser o asilo VOLUNTÁRIO. Sou contra qualquer forma de asilo forçado.

Acho que quem cometeu crimes deveria ser submetido a trabalhos FORÇADOS para pagar pelo prejuízo que causou a outras vidas. Não seria uma punição. Seria um PAGAMENTO. Quer dizer, o criminoso PAGARIA por seus crimes com trabalho. Quem deve não deve ser punido. Quem deve tem que PAGAR. Isso é justiça, em vez de vingança.

Quem roubou ou traficou, por exemplo, seria obrigado a se qualificar profissionalmente a custas do poder público. (E, claro, seria forçado a trabalhar.)

Claro que esses criminosos seriam monitorados noite e dia e SE tentassem fugir ou sair da linha seriam EXECUTADOS imediatamente, sem qualquer hesitação.

Naturalmente eles teriam advogados para defender seus direitos e causas e NÃO TERIAM MOTIVOS para qualquer rebelião.

Não teriam motivos, pois poderiam ir a qualquer lugar, apesar de estar VIGIADOS constantemente.

Mesmo àqueles criminosos que matam sem motivos, ou seja matam por prazer, como os CHAMADOS de psicopatas teriam a chance de se recuperar. Com o devido monitoramento, é claro, sob vigia constante, mas NADA DE ISOLAMENTO.

Eles iriam fazer trabalhos forçados E CURSOS de qualificação. Pois vale a pena investir na possibilidade dos "IRRECUPERÁVEIS" se recuperarem.

Quanto aqueles que matam por negligência, como médicos, por exemplo, eles seriam monitorados como qualquer outro criminoso e teriam que PAGAR como qualquer outro criminoso.

Por exemplo, se um paciente psiquiátrico morresse por causa de psicotrópicos mal-administrados o psiquiatra iria ser obrigado a fazer novamente o curso de medicina e seria forçado a fazer outros cursos. Afinal, não sabemos se seria prudente que ele voltasse a ser psiquiatra. Isso teria que ser JULGADO.

E se esse psiquiatra tentasse fugir ou sair da linha ele seria EXECUTADO como qualquer outro. Afinal, a justiça é igual para todos.

Acha que eu sou extremista?

Não, não sou. A pessoa que cometeu crimes seria forçada a fazer esses cursos e essas coisas por estar PAGANDO.

E SE REABILITANDO também.

Agora MALDADE mesmo é forçar alguém a tomar psicotrópicos, por exemplo. Pois nesse caso os pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos não cometeram crimes.

E se cometeram crimes que PAGUEM por seus crimes como qualquer outra pessoa, e não com drogas (psicotrópicos).

"Podemos levar um cavalo até a água, poder até força-lo a beber, mas não podemos dar-lhe sede."

(Provérbio da filosofia do Kung Fu que quer dizer que O ABUSO DE PODER, como forçar alguém a tomar água ou a tomar um psicotrópico, não pode criar a real necessidade que alguém poderia ter de tomar água ou de tomar psicotrópico.)

NOTA: Continuo defendendo o uso de psicotrópicos em casos de EMERGÊNCIA. Ou seja, para parar um surto, para fazer alguém dormir quando todos outros recursos acabaram, etc.

8.2.10

O que acontece dentro de um hospício/ hospital psiquiátrico que a sociedade não vê

Se colocarem um pano entre nós, continuarei tão próximo quanto antes, mas não mais serei visto por você. Da mesma forma a verdade está tão perto quanto qualquer outra coisa, mas devido ao pano do egoísmo você não a vê.

Ramakrishna



Em primeiro lugar, muitos profissionais dos hospitais psiquiátricos praticam violência não por serem malvados, mas sim porque o local tem um PENDOR para violência, é convidativo para a violência. Praticamente uma escola de violência e bizarrices.

Para começar, o lugar é fechado. O hospício é fechado. O hospital psiquiátrico é fechado. O mundo exterior não vê o que acontece lá dentro.

E você não tem ideia da estrutura assustadora dos hospitais psiquiátricos! No Instituto Nise da Silveira, antigo Centro Psiquiátrico Pedro II, há tantos corredores que parece um labirinto. Você chega a se perder lá dentro!

É como se aqueles corredores fossem de propósito. Para que qualquer um que ouse tentar fugir se perca!!

Nesse tipo de lugar seria necessário câmeras. Câmeras para garantir a segurança. Câmeras de domínio público, que as imagens não fiquem só no hospital psiquiátrico.

Por mais boas que as pessoas sejam, a possibilidade de praticar um ato violento ou ilegal é maior quando se sabe que ninguém está vendo. Quando alguém morre os reais motivos são abafados.

E o que a sociedade não vê é uma violência como rotina. Uma violência que virou normal, num lugar de loucura.

7.2.10

A perigosa relação familiar/paciente psiquiátrico

Na verdade algumas pessoas ficam felizes em serem despejadas no hospício. Encontrei várias pessoas que estavam felizes de estarem internadas. É o caso de pessoas que estavam nas ruas, sem família, e foram recolhidas. Suas feridas foram tratadas, etc. Eles me mostravam grande satisfação.

Nas internações, o grande problema que eu observei foram os casos de pessoas que tinham sido internadas como punição da família. Uns diziam que tinham brigado com o irmão, ou com o pai, e por isso tinham sido internados. Não necessariamente o familiar que interna terá razão, mas ele tem o PODER de internar aquele com histórico de doença mental. E esse tipo de internação é uma violência da parte desses familiares.

Uma vez eu falei para uma conhecida minha que as mulheres que apanham dos parceiros repetidas vezes e não denunciam deveriam ser punidas junto com os parceiros, pois essa violência pode prejudicar os filhos também, que sofrem e se traumatizam com isso.

Daí ela disse que às vezes a mulher ama o parceiro e por isso não denuncia. Para mim ficou claro que ela era uma dessas mulheres que apanhavam do parceiro. Ninguém que ama pratica violência, nem suporta violência. Violência é o contrário do amor, e onde há violência, não há amor.

Daí que eu quero dizer que nenhum familiar que ama vai internar seu parente por punição ou por rancor. Internar desse jeito é uma violência. E quem ama não pratica violência contra seu amado.

E é claro que as pessoas que são internadas dessa forma ficam decepcionadas com a covardia, algumas se revoltam mesmo. Se revoltam também com a maneira em que se internam pessoas sem critério nenhum.

E a manifestação dessa revolta, infelizmente, em vez de ser considerado protesto legítimo, acaba sendo considerado doença mental...

(P.S.: não confundir as palmadas que um pai dá no filho pequeno, que é educação, com o ato arbitrário de internar um adulto como você como forma de punição.)

Lembrete: Hoje é o Dia Internacional Em Memória Das Fatalidades por ISRS (International Day in Memory of SSRI Fatalities

É o da gente se conscientizar uma vez mais sobre os perigos dos psicotrópicos. E mais uma vez friso na importância de substituir todos os medicamentos psicotrópicos por medicamentos alternativos, como os oferecidos pela homeopatia, por exemplo.

O mais importante aqui é pensar na vida humana.

Não sabemos se há necessidade REAL de manter alguma pessoa sob medicamentos psiquiátricos a longo prazo, mas sabemos dos prejuízos reais a vida de quem toma psicotrópicos.

E sabemos também que VÁRIAS pessoas pararam de tomar psicotrópicos e passaram a ter uma vida BEM MELHOR e sem surtos.

E sabemos que os próprios psicotrópicos enlouquecem as pessoas em certos casos. Como os casos relatados no site SSRI STORIES. (Sem falar do que eu senti na pele tomando psicotrópicos e já relatei aqui.)

Mas se for para passar medicamentos para alguém na dúvida sem exame OBJETIVO sério, que se tenha a consciência de passar um medicamento que não diminua a vida da pessoa. Ou seja, nada de psicotrópico. Nada de narcóticos.

6.2.10

Paciente psiquiátrico perigoso foge do manicômio

Hoje quero recordar dois episódios do Chapolin, que foi assistido por gerações de pessoas que falam português ou espanhol.

O primeiro é o episódio que mostra o "louco" Porca Solta que fugiu do manicômio e bate nas pessoas se falarem com ele. Todos devem se comunicar com ele através de sinais.

O segundo episódio também mostra um "louco perigoso" que fugiu do manicômio.

Os episódios são engraçadíssimos Eu morria de rir. Mas refletiam grande discriminação e preconceito contra o paciente psiquiátrico, passando uma ideia de que paciente psiquiátrico é violento.

Mas observe no segundo episódio a contribuição que o Chespirito (Roberto Gómez Bolaños, o Chapolin) deu, reforçando o que venho dizendo. Observe que o psiquiatra (ou enfermeiro) dizia que o "louco" era perigoso.

E por isso o Chapolin já chegou agredindo. E o louco só se defendeu. É o que eu digo: dizer que um paciente psiquiátrico é violento e perigoso deixa as pessoas apreensivas ao ponto de praticar violência contra o paciente psiquiátrico.




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5.2.10

Dia Internacional Em Memória Daqueles que Morreram Por Causa de Psicotrópicos

Clique na imagem para ampliar.Dia 7 de Fevereiro é o Dia Internacional Em Memória Das Fatalidades por ISRS (International Day in Memory of SSRI Fatalities). Ou seja, é um Dia que busca conscientizar as pessoas sobre o perigo que os antidepressivos representam, em especial é um dia que busca conscientizar as pessoas dos riscos causados pelos Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS).

Eis alguns psicotrópicos do tipo ISRS: Prozac, Effexor, Paxil/Seroxat, Zoloft e Cymbalta.

Traci Johnson, uma saudável voluntária de 19 anos se enforcou durante os testes clínicos do Cymbalta, e foi encontrada morta em 7 de fevereiro de 2004. Por isso essa é a data do Dia Internacional em Memória das Fatalidades por ISRS.

Se você souber ler inglês, mesmo que um pouco, por favor, vá ao site SSRI STORIES. Lá você verá os vários casos trágicos de pessoas que se mataram por causa desses psicotrópicos, ou ficaram violentas. Algumas pessoas chegaram a cometer assassinatos sob efeito colateral dos ISRS.

Veja também o blog JUSTANA para ver mais informações sobre o Dia Internacional em Memória das Fatalidades por ISRS. Veja a postagem How to join "International Day For SSRI Fatalities at Bloggers Unite.

Sob efeitos de drogas os pacientes psiquiátricos ficam violentos. AÍ SIM, os pacientes psiquiátricos ficam violentos. Pois SÃO DROGAS VIOLENTAS.

Por isso é prudente SUBSTUIRMOS todos os psicotrópicos (que são drogas, naturalmente), não apenas os ISRS. Ou seja, É NECESSÁRIO usar medicações alternativas aos psicotrópicos, ou não usar medicação nenhuma, pois é mais seguro.

Pra que colocar a vida de pessoas em risco para dizer que está medicando? Para que colocar a vida de pessoas em risco para dizer que está fazendo seu trabalho?

Eu espero ver psiquiatras e profissionais de saúde mental juntos nessa batalha pela vida.

Vamos batalhar para que haja mais investimentos nos tratamentos alternativos.

4.2.10

7 Segundos de Paz (Tentando escapar do hospício externo)

Música que clama pela paz e pela compreensão. Música de Youssou'NDour e Neneh Cherry.

Sobre a música:

Para Neneh foi muito importante trabalhar com um artista africano, principalmente numa música sobre racismo e sobre a maneira que as pessoas veem questão da cor. "7 Segundos" fala dos 7 segundos positivos na vida de uma criança que acaba de nascer que não sabe dos problemas e da violência de nosso mundo. A música é cantada em três diferentes línguas: Youssou canta em Wolof, a língua senegalesa, e francês (LÍNGUA OFICIAL DO SENEGAL), Neneh canta em inglês. "Pediram que a gente traduzisse para o inglês, para que todos entendessem. Mas nem todo mundo fala inglês. E por que sempre tem que ser a língua dominante? As pessoas apenas tinham que aprender a ouvir e ver se gostam e sentir o que a música diz...!"

For Neneh it was very important to work with an African artist, particularily on a song about racism and people's ways of looking at color. '7 Seconds' is about the first positive 7 seconds in the life of a child just born not knowing about the problems and violence in our world. The song is sung in three different languages: Youssou sings Wolof, the Senegalese language, and French, Neneh sings English. "They told us to translate it to English so that everybody can understand what it is about . But not everybody speaks English and why does it always have to be the dominant language. People should just learn to listen and see whether they like it and feel what it is about...!"


Extraído do site de Neneh Cherry.

Mais detalhes na Wikipédia, em inglês.

Veja o vídeo e a tradução abaixo.



7 Segundos/7 Seconds - Youssou N'Dour & Neneh Cherry

Não olhe pra mim de longe
Não olhe meu sorriso achando que eu não sei
Do que está abaixo e acima de mim
Eu não quero que você me olhe e pense
Que o que está em você está em mim
O que está em mim existe para ajudá-los

Indelicadeza e grosserias,
Nós deveriamos usar contra aqueles que praticam magia negra
Pela espada e pela pedra
Ruim até os ossos
A batalha não acaba
Nem mesmo quando é vencida

E quando uma criança nasce neste mundo
Ela não tem ideia
Do tom da pele em que ela está vivendo

Não é um segundo
São 7 segundos,
Todo tempo que eu puder ficar
Eu vou esperar
Não é um segundo
São 7 segundos
Todo o tempo que eu puder ficar
Eu vou esperar X3

Eu assumo os motivos que nos levam a mudar tudo

Eu adoraria que pudéssemos esquecer suas cores, para que possam ter esperança

Muitos sentimentos de raça que fazem que eles se desesperem

Eu quero as duas mãos abertas

E amigos para falar de sua dor e de sua alegria


Para que eles troquem informações que não se percam

Mudar

São 7 segundos,
Todo tempo que eu puder ficar
Eu vou esperar
Não é um segundo
São 7 segundos
Todo o tempo que eu puder ficar
Eu vou esperar X3

E quando uma criança nasce neste mundo
Ela não tem ideia
Do tom da pele em que ela está vivendo

E há um milhão vozes
E há um milhão vozes
Para dizer para você o que você devia pensar
Então é melhor ficar sóbrio por apenas um segundo


Estamos a 7 segundos de distância,
Todo tempo que eu puder ficar
Eu vou esperar
Estamos a 7 segundos de distância,
Todo tempo que eu puder ficar
Eu vou esperar
Não é um segundo
São 7 segundos
Todo o tempo que eu puder ficar
Eu vou esperar

O manicômio só acabará de fato quando as repressões acabarem

É uma pena que Neneh Cherry não falou sobre sobre as discriminações que vão contra certos comportamentos. É uma pena que não falaram sobre repressões contra pessoas que passaram pela experiência de ser paciente psiquiátrico, por vários motivos.

Sobre os sonhos que eu tive, parece controvérsia. Pois quando em um momento eu sonho com um acompanhamento aberto ao paciente psiquiátrico, por outro lado eu me arrepio com a ideia do monitoramento excessivo, que tira a liberdade das pessoas.

Na verdade as pessoas precisam de ACOMPANHAMENTO, e não de monitoramento. O acompanhamento não é invasivo. Não dita regras, apoia.

Falo mais sobre isso numa outra oportunidade.

3.2.10

Tudo pode ficar melhor

Em outro sonho que eu tive na época em que estive internado eu corria tentando fugir do hospício. Eu corria, mas não conseguia achar a saída. Aquele hospício era grande demais! Maior que a Colônia Juliano Moreira e o Juquery juntos!

Na época eu não entendi o significado daquele pesadelo: na verdade aquele pesadelo mostrava o HOSPÍCIO EXTERNO. Quando a pessoa está fora do hospício, mas não tem onde ir, não consegue arrumar emprego, e se arruma emprego, não consegue um acompanhamento mental decente e sem discriminação, pois, infelizmente, há MUITO PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO nas instituições psiquiátricas, para não falar da repressão e falta de recursos.

Sofre discriminação e preconceitos de quem sabe de sua história como ex-paciente psiquiátrico.

O chato e assustador é que os únicos que não discriminam são aqueles que não sabem que a pessoa é ex-paciente psiquiátrico...

A música de Xavier Naidoo (cantando em alemão) e Janet Grogan (cantando em inglês) reflete bem o desespero do paciente psiquiátrico que se sente preso, mesmo quando está solto. Preso por preconceitos e discriminações.

Enfim, é uma música linda que fala de liberdade e melhorias no mundo.

Veja o vídeo da música e sua tradução abaixo.

TUDO PODE FICAR MELHOR



Tudo pode ficar melhor
Vamos trazer o Reino dos Céus para a terra
Tudo deve ficar melhor
Vamos trazer o Reino dos Céus para a terra
Tudo ficará melhor
Vamos trazer o Reino dos Céus para a terra
E ninguém mais colocará em risco sua própria vida
Um dos mais preciosos tesouros da terra

Eu quero sair deste lixo aqui
Apesar de eu não saber como
Quero sair deste lugar podre
Apesar de eu não saber como fazer isto
Me prenderam aqui neste lugar
Para que eu não veja o resto do mundo
Eu vou sair desta prisão
Assim que souber aonde ir

Tudo pode ficar melhor
Vamos trazer o Reino dos Céus para a terra
Tudo deve ficar melhor
Vamos trazer o Reino dos Céus para a terra
Tudo ficará melhor
Vamos trazer o Reino dos Céus para a terra
E ninguém mais colocará em risco sua própria vida
Um dos mais preciosos tesouros da terra

Mesmo quando você estiver chorando amargamente
Por favor, não desista
Mesmo quando você não quiser mais viver
Por favor, não desista
Mesmo quando você sentir como se estivesse morto
Por favor, não desista
Mesmo quando tudo parecer estar corrompido
Não desista

Tudo pode ficar melhor
Vamos trazer o Reino dos Céus para a terra
Tudo deve ficar melhor
Vamos trazer o Reino dos Céus para a terra
Tudo ficará melhor
Vamos trazer o Reino dos Céus para a terra
E ninguém mais colocará em risco sua própria vida
Um dos mais preciosos tesouros da terra

Eu posso ver além das fronteiras daqui
E eu sei que há mais opções para mim
Eu não tenho medo de encarar o que eles temem
Se isso pode me dar a chance de ser livre
Tire minha coragem se você acha que pode
Mas eu não vou parar enquanto eu não sair daqui
Pois é, eu não dou a mínima
Não tenho medo de encarar o que eles temem

Tudo pode ficar melhor
Vamos trazer o Reino dos Céus para a terra
Tudo deve ficar melhor
Vamos trazer o Reino dos Céus para a terra
Tudo ficará melhor
Vamos trazer o Reino dos Céus para a terra
E ninguém mais colocará em risco sua própria vida
Um dos mais preciosos tesouros da terra

Tudo pode ficar melhor
Vamos trazer o Reino dos Céus para a terra
Tudo deve ficar melhor
Vamos trazer o Reino dos Céus para a terra
Tudo ficará melhor
Vamos trazer o Reino dos Céus para a terra
E ninguém mais colocará em risco sua própria vida
Um dos mais preciosos tesouros da terra

Por favor, não desista
Por favor, não desista
Por favor, não desista
Não desista

2.2.10

Equipamento avançado no tratamento psiquiátrico

Primeiro Sonho



Eu estava internado, mas não estava confinado a uma casa, nem a um prédio, nem a um muro. NÃO SE VIA MURO. Eu não sabia onde estava. Sabia que estava internado, mas não sabia onde.

Aquele local de internação era organizado. Era um lugar NORMAL. Tinha lanchonetes, e mesmo algumas máquinas para o entretenimento geral. (Como há no mundo NORMAL.) Os profissionais de lá comiam no mesmo lugar dos pacientes psiquiátricos, desde o faxineiro até o psiquiatra.


Era como se eu estivesse numa cidade normal. Eu poderia ter certeza que estava numa cidade normal. Mas estava sendo monitorado, pois estava SOB OBSERVAÇÃO, estava internado, se é que podemos usar esse nome.

Apesar de toda a abertura, eu ainda me sentia meio frustrado por estar internado. Não posso negar isso. Apenas ficava aliviado por não estar sendo mal-tratado, mas ainda assim estava em tratamento, por considerarem que não estava bem. Sempre é algo que a gente não gosta.

Em dado momento eu fui mexer em algo e um dos profissionais de saúde mental disse para não mexer.

Como eu continuava indo em direção da coisa ele me advertiu dizendo que iria me CONTER se eu tentasse mexer.

Como eu insisti, ele me conteve. Mas não me agarrou, nem chamou auxiliares de enfermagem para me amarrar na cama.

Simplesmente pegou um aparelho que tinha na mão, apontou para mim e mandou uns raios, ou algo parecido.

Esses raios me contiveram sem me machucar, apenas, LITERALMENTE, me cercando, me impedindo de mexer onde não devia, sem precisar me prender.

Total interatividade com a comunidade em tratamento que não exclui (Segundo sonho)

Eu tinha sido internado sem o conhecimento de minha família. Mas depois de um tempo eu já ia deixar o hospital psiquiátrico.

Mas aí eu fiz algo errado e tive que permanecer internado. Eu não sabia como passar o tempo. Até que que aquele hospital psiquiátrico começou a ficar moderno. Com máquinas elétricas vendendo coisas. E logo todo o lugar estava parecendo um Shopping Center.

Pessoas “NORMAIS” indo e vindo. Logo ficou melhor. Eles vendiam de tudo lá. E um companheiro de internação me ofereceu algo que ele chamou de PUDIM DE MENTA, que parecia com uma bala.

Mas como tinha dito, o lugar se tornou melhor, mais amplo. Fizeram obras e abriram o lugar (sem muros). Não tinha mais porta fechada, nem portão limitador naquele local de tratamento psiquiátrico. Mas continuávamos internados, em observação. Agora nós podíamos andar pela praça, e podíamos até ir até a banca de jornal.

Havia guardas vigiando a PRAÇA. Mas eu estava temeroso, chegando a achar que estavam vigiando a gente, pacientes psiquiátricos.

Mas ainda assim, a sensação de liberdade era grande.

E as pessoas não tinham medo da gente. Parece que os estigmas tinham caído por terra. A ideia antiquada que paciente psiquiátrico pode agredir não existia mais. Parece que profissionais de saúde mental e familiares tinham parado de passar ideias que sugerem que pacientes psiquiátricos são POTENCIALMENTE agressivos.

Tal tratamento que não exclui e nem esconde o paciente psiquiátrico do mundo, nem lhe dá aparência de monstro, sem dúvida acabava com os atos violentos dos profissionais de saúde mental.

Pois muitas vezes um profissional de saúde mental só agride um paciente psiquiátrico por achar que esse poderia agredi-lo, ou por achar que esse paciente psiquiátrico merece a agressão, por ser alguém que agride sem motivos. (Como muitos dizem.)

Claro que dispenso a interpretação de certos psiquiatras e psicólogos problemáticos, que talvez arranjem uma interpretação sexual para esses sonhos.

Esses sonhos não precisam de grandes interpretações, pois falam por si.

1.2.10

Haverá um novo atendimento em saúde mental SEM ESTIGMAS

Eu vou compartilhar com vocês sonhos que eu tive MESMO. Os tive quando estava internado em hospitais psiquiátricos e pouco depois de sair das internações.

Antes de contar esses sonhos gostaria de lembrar que apesar das mudanças ocorridas com a Reforma Psiquiátrica alguns problemas persistem, e outros piores surgiram.

Um dos problemas que persistem é a ociosidade e o tédio em que o paciente psiquiátrico é submetido no hospital psiquiátrico. Enquanto tem uma hora de oficina por dia, por exemplo, a pessoa tem que passar o resto do tempo olhando pro tempo, olhando pro teto, fumando, e outras coisas que eu prefiro nem comentar.

Enfim, as oficinas que eles prometeram que haveria no SUPOSTO novo modelo de tratamento são pura maquiagem.

E esse ritmo QUASE PARANDO infelizmente está presente nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) também.

Um problema sério que surgiu na era Reforma Psiquiátrica são os psicotrópicos que, infelizmente, matam, aleijam, e chegam a causar doença mental como EFEITO COLATERAL.

Acho que não preciso falar do problema da DESASSISTÊNCIA. Sabemos que não foram construídos serviços para substituir os ditos manicômios que foram fechados.

Outro problema que persiste é O DESPREPARO dos profissionais de saúde mental que lidam com o paciente psiquiátrico em suas crises.

Todos profissionais de saúde mental deveriam estar preparados para lidar com pacientes psiquiátricos, para interagir com esses em suas crises.

Os profissionais de saúde mental deveriam ter um preparo físico, em defesa pessoal, desde o auxiliar de enfermagem até o doutor. Claro que é falsa a ideia que o paciente psiquiátrico é violento, mas o conhecimento de defesa pessoal deixaria os profissionais de saúde mental mais seguros diante do nervosismo dos pacientes psiquiátricos.


Um paciente psiquiátrico em surto, tendo alucinações, pode bater na parede para desabafar. O que não quer dizer que ele vá bater nas pessoas ao redor.

Na verdade, uma agressão do paciente psiquiátrico pode acontecer quando alguém se APROXIMA de maneira FURTIVA ou ofensiva.